sábado, 25 de abril de 2020

DEBATES JUDAICO CRISTAO MEDIEVAL

Debate judaico-cristão medieval...




Introdução

Debates teológicos entre Bispos e Rabinos, na Era Medieval,
foram uma prática utilizada pela Igreja Católica desde o século V, caracterizada pela Disputatio, a qual tinha objetivo principal anular publicamente a existência do Judaísmo, almejando a conversão de suas lideranças e, consequentemente, de toda comunidade judaica local. Dos debates que se realizaram na Idade Média, somente sobreviveram registros detalhados de três: o Debate de Paris em 1240, o Debate de Barcelona em 1263 e o Debate de Tortosa em 1413-14.


Rabi Moshé ben Nachman
 Destes, o mais famoso é o de Barcelona, havendo muitas e boas razões para essa preeminência.

O representante judeu em Barcelona foi Moshé ben Nachman (Ramban - Rabi Moshé ben Nachnam, ou Nachmânides), uma das maiores figuras da história da erudição e da religião judaica - ninguém que se lhe comparasse tomou parte nos outros debates.


E mais importante, o relato judaico do Debate de Barcelona foi escrito pelo principal participante, o próprio Ramban, ao passo que os relatos judaicos dos outros debates foram escritos por pessoas de menor estatura intelectual. Além do mais, o relato de Ramban do Debate de Barcelona, em hebraico, é um clássico por seus próprios méritos, composto em estilo claro e lógico, que até hoje se mostra à altura do drama da ocasião, ao contrário da execução inferior dos relatos hebraicos dos outros debates. O representante cristão, no mesmo debate, foi o Frei Dominicano Pablo Christiani (judeu converso ao Cristianismo, que foi discípulo de Rabi Eliézer deTarascon). 

Nasceu em uma família judia sefaradita piedosa, e quando adulto, casou-se com uma judia e teve filhos. Depois, converteu-se ao Catolicismo Romano, e divorciou-se de sua mulher (tomando a guarda de seus filhos e convertendo-os, por conseguinte). Posteriormente, adentrou à ordem dos Dominicanos como um Frei (vide Kobak, Joseph Jeschurun p. 21).

Por fim, após alguma pesquisa, torna-se claro que o Debate de Barcelona foi o único em que as condições foram consideradas justas por ambas as partes, permitindo-se que o participante judeu desenvolvesse sua argumentação com liberdade tal que não houve nos outros dois.

A conclusão geral a que se chega é a seguinte: o Debate de Paris não chegou a ser realmente um debate, mas um interrogatório em que o representante judeu, no caso Rabi Yechiel, teve muita pouca oportunidade de expor as noções judaicas fundamentais; ele se viu severamente tolhido tanto pelo papel restrito que lhe impuseram, como pela limitação do próprio interrogatório, circunscrito a algumas passagens alegadamente anticristãs do Talmud.Não se tratou na verdade de um debate entre cristianismo e judaísmo, mas de um julgamento do Talmud, no qual Rabi Yechiel foi simplesmente testmunha de defesa. Já o debate de Tortosa foi um verdadeiro debate, onde se abordaram os mesmos assuntos que em Barcelona, porém sob condições bem mais desfavoráveis. Como demonstram os volumosos registros cristãos, assim como os relatos judaicos, os participantes judeus se viram intimidados, temendo por suas famílias, provocados e submetidos a longuíssimos sermões exortatórios, e ouvidos com muita pouca consideração. Nas circunstâncias, comportaram-se com muita coragem e apresentaram um grande poder de argumentação, embora não estivessem em condições de falar com a mesma autoridade de um Ramban que fosse. Não houve um confronto do tipo clássico, como em Barcelona, mas uma discussão arrastada, desordenada, demasiadamente extensa, apresentando muitos assuntos de interesse em meio a temas supérfluos e incluindo muitos pontos de comparação com o Debate de Barcelona.

Neste último, no entanto, muitos fatores se conjugaram para criar o maior confronto entre cristianismo e judaísmo ocorrido na Idade Média. Houve ali liberdade de expressão, devida em parte à personalidade o rei Jaime de Aragão, que presidiu ao evento, em parte ao prestígio e à personalidade de Moshé ben Nachman, mas principalmente às circunstâncias históricas que cercaram o debate. Só o fato da disputa ter-se realizado já era um sinal de que a situação dos judeus da Espanha estava começando a se deteriorar; contudo, ainda restava muito da confiança e do entusiasmo da "época de ouro" do judaísmo espanhol, para fazer do debate uma real oportunidade em que as atitudes judaicas com relação a assuntos fundamentais, como o significado do Messias, o alcance do Pecado Original e a semântica da exegese da Bíblia e do Midrash foram expostos de maneira didática e ilustrativa, e não, como em Tortosa, em desesperada auto-defesa. Mesmo Ramban de certa forma se viu forçado a adotar uma postura defensiva, como ele próprio se queixou, pois não lhe era permitido levantar questões contra o cristianismo, mas apenas responder às perguntas que lhe eram feitas por seu oponente cristão. Nas mãos de Nachman, contudo, e com a liberdade que lhe fora concedida, a estrutura do debate não lhe foi desvantajosa.

O Debate de Barcelona (20-24 de Julho, 1263)





Capa de cópia da versão hebraica
do Debate

Dos séculos X ao XI, na Espanha Peninsular, os judeus gozavam de relativa liberdade, não sendo perseguidos, como eram no resto da Europa. Como exemplo, vê-se nesse período, os bairros judeus - na Espanha chamados de aljamas - que eram situados nas partes mais belas das cidades.



Foto de uma aljama espanhola
Pode-se, portanto, ser considerada como um lugar relativamente propício para o estabelecimento das comunidades judaicas, posto que as autoridades dos reinos ibéricos estavam demasiado preocupadas em expulsar os mouros de seus territórios, investindo grandes esforços nas Guerras da Reconquista. Com os reflexos dos séculos X e XI, o século XII foi
um período para a expansão da cultura judaica e da produção literária. Alguns judeus se destacaram como autoridade no âmbito da literatura e da filosofia talmúdica, como Avraham bar Chiyá, Avraham ben David, Avraham Ibn Ezra e Maimônides (1135-1204), autor de uma vasta produção literária, no século XII, e seus textos continuam sendo estudados até os dias de hoje, nas Yeshivot (Escolas Rabínicas).
Já no século XIII, o destaque é na figura do rabino catalão, Moshé ben Nachman (Ramban ou Nachmânides). Nascido na Girona Medieval, cidade da Catalúnia, em 1194, Ramban desde sua juventude recebeu o reconhecimento das autoridades judaicas. Já aos 15 anos havia escrito diversos livros sobre o Talmud. Sendo um renomado escritor da literatura talmúdica, era também médico, filósofo, cabalista e um respeitado líder das comunidades judaicas, e reconhecido, inclusive, pelo próprio rei Jaime I de Aragão, o qual lhe concedeu o cargo de Rabino da corte. Tal cargo gerou um bom relacionamento com o rei aragonês, fazendo, assim, Ramban ser o intermediário entre a comunidade judaica e a administração real.

Concernente ao assunto em questão, o Debate de Barcelona (ou Debate do Ramba"n) foi verdadeiramente um debate, e não simplesmente um interrogatório. Não houve ameaças de confisco ou queima do Talmud, dependendo do resultado do debate. O objetivo não era condenar, mas converter. Existem muitas razões para isso, desde a situação político-religiosa da Espanha até o caráter da atividade missionária dominicana da escola de Raymund de Peñaforte, o velho erudito e missionário (mais tarde canonizado), que determinou o tom do debate, embora não tivesse participado como contendor, tendo preferido entregar tal papel a Pablo Christiani, frente ao seu conhecimento da língua hebraica e da Tradição Judaica.
Os três séculos que antecederam o Debate de Barcelona (como já detalhado) foram conhecidos como Idade de Ouro do judaísmo na Espanha, pois ensejaram o desenvolvimento de sua cultura e literatura em relativa liberdade. Para tanto, contribuiu o fato de os estados cristãos, durante esse período, estarem ocupados em combater o poder do islamismo. Para eles, os judeus eram muito úteis, pois constituíam uma classe média administrativa instruída, através da qual as áreas recém-conquistadas poderiam ser consolidadas. Ao mesmo tempo, continuava precária a posição dos judeus, como estrangeiros e proscritos religiosos, que não representavam ameaça coletiva ao regime, por mais que alguns indivíduos entre eles subissem na hierarquia da corte.
Entrementes, os judeus da Espanha escaparam a algumas das manifestações do crescente poder cristão, sendo poupados de massacres como os das comunidades da França e da Alemanha durante as cruzadas. Havia ocasionais explosões de violência contra eles, porém no geral viviam em comunidades prósperas e consolidadas (aljamas). Quando os dominicanos se voltaram contra eles, convocando seu mais proeminente rabino, Moshé ben Nachman, para um debate, o fizeram sob a capa da cortesia e persuasão, e não da denúncia, como em Paris. O rabino da corte tornou-se convidado a participar do debate com o Bispo Dominicano, Frei Pablo. Antes de tudo, o Nachman condiciona sua participação lançando os seguintes requisitos:

אעשה כמצוות אדוני המלך אם תתנו לי רשות לדבר כרצוני:ע

"Farei como meu senhor rei ordena, se me for dada a permissão de falar como desejar."

Desta forma mais do que a permissão para falar livremente, foi-lhe concedida proteção, pois sabemos que a liberdade de discursar implicaria em consequências para si próprio e para sua comunidade.

O tema definido para o debate se deu em torno da questão messiânica. Por um lado, os dominicanos intencionavam provar que Jesus era o Messias esperado pelos judeus nos textos talmúdicos, provando a supremacia do cristianismo como única verdade a ser seguida. Por outro, Nachmânides aprofunda essa explicação, baseando seus argumentos em passagens bíblicas no livro do Profeta Isaías, defendendo que as profecias messiânicas não se cumpriram com Jesus. O Judaísmo Rabínico Medieval, expresso pelas narrativas de Nachmânides na corte aragonesa, entendia que o Messias ainda estaria por vir e não seria morto por seus inimigos, como preconizava a teologia dominicana na Disputa. O Messias judaico de Nachmânides triunfaria e confirmaria a paz entre os povos. Para os cristãos, a profecia de Isaías que apresentava um servo sofredor, morto por seus inimigos, era a comprovação necessária e suficiente para explicar a crucificação de Cristo.
Em seus argumentos, Nachmânides tentou demonstrar que a questão do Messias não era a base fundamental da fé judaica como era para o cristianismo e, de forma cordial, dirigiu-se ao rei com uma explicação, relatada em sua versão do debate, sobre o que o Messias realmente representa para o judaísmo:


אדוני המלך, שמעני [מעט]. אין הדין והאמת והמשפט שלנו עיקרו במשיח, כי אתה שווה לי יותר ממשיח. אתה מלך והוא מלך. אתה מלך גוי, והוא מלך ישראל, כי משיח אינו אלא מלך בשר ודם כמוך. וכשאני עובד את בוראי ברשותך בגלות ובעינוי ושעבוד, חרפת העמים, אשר יחרפונו תמיד, שכרי מרובה, (כי) אני עושה עולה לא-להים מגופי, ובזה אזכה לחיי העולם הבא יותר ויותר. אבל כשיהיה מלך ישראל מתורתי מושל בכל העמים, ועל כורחי יש לי לעמוד בתורת היהודים, אין שכרי מרובה כל כך:י

"Porém, eu ainda continuei a falar: ‘Senhor, meu rei, ouvi-me. O Messias não é fundamental para nossa religião. Ora, para mim, vós valeis mais do que o Messias! Vós sois rei, e ele é um rei. Vós sois um rei gentio e ele é um rei judeu; pois o Messias é tão somente um rei de carne e osso como vós. Quando eu sirvo ao meu criador em vossas terras no exílio, na aflição, servidão e reprovação dos povos que ‘nos reprovam continuamente’, minha recompensa é grande. Pois estou oferecendo a Deus um sacrifício de meu corpo, pelo qual serei considerado cada vez mais merecedor da vida no mundo vindouro. Mas quando houver um rei de Israel da minha religião, governando sobre todos os povos, e não houver escolha para mim senão continuar na religião judaica, minha recompensa não será tão grande."

Observamos, nessa fonte, a liberdade em seu discurso, um reflexo do bom relacionamento sociopolítico que havia entre o rabino e o rei. Nachmânides teve a permissão e a proteção para se dirigir ao monarca aragonês, ato proibido nas condições do debate. Ele continua com ousadia e, sem ser interrompido, chega ao ponto central da divergência teológica entre as duas religiões, a divindade do Messias:

אדוני המלך, שמעני [מעט]. אין הדין והאמת והמשפט שלנו עיקרו במשיח, כי אתה שווה לי יותר ממשיח. אתה מלך והוא מלך. אתה מלך גוי, והוא מלך ישראל, כי משיח אינו אלא מלך בשר ודם כמוך. וכשאני עובד את בוראי ברשותך בגלות ובעינוי ושעבוד, חרפת העמים, אשר יחרפונו תמיד, שכרי מרובה, (כי) אני עושה עולה לא-להים מגופי, ובזה אזכה לחיי העולם הבא יותר ויותר. אבל כשיהיה מלך ישראל מתורתי מושל בכל העמים, ועל כורחי יש לי לעמוד בתורת היהודים, אין שכרי מרובה כל כך.
אבל עיקר הדין והמחלוקת שבין היהודים ובין הנוצרים הוא במה שאתם אומרים בעיקר הא-לוהות דבר מר מאוד. ואתה אדוננו המלך נוצרי בן נוצרי [ובן נוצרית] ושמעת כל ימיך גלחים [צעירים ודורשים מדברים מלידת ישו] ומלאו מוחך ומוח עצמותיך מדבר הזה ושב אצלך מתוך אותו הרגילות.
אבל הדבר אשר את מאמינים, והוא עיקר אמונתכם, לא יקבל אותו השכל, והטבע אינו נותן, והנביאים מעולם לא אמרו כן, גם הפלא אינו יכול להתפשט בדבר ההוא, כאשר אבאר בראיות גמורות במקומו ובשעתו, שיהיה בורא השמים והארץ [וכל אשר בם] חוזר [עובר] בבטן יהודית אחת ויגדל בו ז' חודשים ויולד קטן, ואחר כך יגדל ואחר כך יימסר ביד שונאיו וישפטוהו משפט מות וימיתוהו, ואחר כך תאמרו שחיה וחזר למקומו הראשון. לא יסבול דעת יהודי ושום אדם.
ולחינם והבל תדברו דבריכם, כי זה הוא עיקר מחלוקתנו. אבל נדבר גם מן המשיח כאשר הוא רצונכם:י

"Não, o verdadeiro ponto de divergência entre judeus e cristãos reside no que vós dizeis sobre a questão da divindade: uma doutrina realmente desagradável. Vós, senhor nosso rei, sois cristão e filho de cristãos, por toda vida ouvistes os padres que atulharam vosso cérebro e a medula de vossos ossos com essa doutrina, e ela se instalou em vós, devido àquele hábito entranhado. Mas a doutrina na qual acreditais e que é fundamento de vossa fé não pode ser aceita pela razão, não encontra base na natureza e tampouco os profetas jamais a expressaram. E nem mesmo o miraculoso pode ir tão longe, como explicarei com provas cabais no devido tempo e lugar, a ponto de o Criador do céu e da terra ter recorrido ao ventre de uma certa judia, lá se desenvolvendo durante nove meses e nascendo como criança; e depois ele cresceu e foi entregue a seus inimigos, que o sentenciaram à morte e o executaram e, depois, como dizeis, voltou à vida e retornou ao seu lugar de origem. A mente de um judeu, ou de qualquer outra pessoa, não consegue aceitar isto, e vossas palavras são pronunciadas totalmente em vão, pois esta é a raiz de nossa controvérsia. Contudo, falemos do Messias também, pois este é o vosso desejo."

Ramba"n demonstrou de forma clara e objetiva o ponto de grande desconforto teológico existente na convivência entre judeus e cristãos na Idade Média.

O Rabino de Barcelona faz uma análise relevante no sentido de compreender que um cristão como o monarca Jaime I, nascido e criado em um universo de informações, discursos elaborados e, por diversas vezes repetido, não poderia pensar a respeito da divindade senão através da concepção de um homem “de carne e osso”. Para Nachmânides, o monarca depositava sua fé em tais conceitos, pois sua mente estaria supostamente “entranhada” por força do hábito. Mas não se omite de revelar sua indignação no fato de serem obrigados, ele e sua comunidade, a crer na mesma fé do monarca aragonês, pois para o judaísmo de Nachmânides, tais convicções seriam logicamente inconcebíveis.

Em resumo, o Debate de Barcelona carrega seu peso de conteúdo e distinção devido a sua abordagem em relação aos dois lados. Isto é, ele não ocorreu da maneira como eram transcorridos os debates em geral. Primeiro, pelo fato já mencionado de que não haviam muitas "forças" de perseguição à comunidade judaica na época, proporcionando assim um debate equânime. Segundo, que a perspectiva cristã com relação ao textos talmúdicos inverteu-se de posição. Não foi adotada a conhecida posição ofensiva aos textos (como ocorrera intensamente no Debate de Paris, isso será explicado no próximo parágrafo), mas tratou-se de uma nova tática.

A nova tática era tentar provar a verdade do Cristianismo a partir dos escritos judaicos, entre os quais o Talmud. Não era novidade tal discussão entre Cristianismo e Judaísmo com base no Antigo Testamento. A novidade era o acréscimo de textos talmúdicos e midráshicos, não só por si mesmos, mas também como parte da exegese de passagens bíblicas. O que denotara uma atitude muito amistosa com relação à sua posição demonstrada em Paris. Ali, a virulenta postura antitalmúdica do principal contendor cristão, Nicholas Donin, tinha origem em sua antiga hostilidade para com o Talmud, pois já tinha feito parte do Caraísmo. Donin havia persuadido o papa de que o Talmud era uma obra totalmente  perniciosa, que deveria ser apagada da memória dos homens. A abordagem de Raymund de Peñaforte, porém, era muito mais civilizada, com relação tanto a judeus como até mulçumanos. Com a sua ideologia, fundou academias onde monges dominicanos eram postos a estudar os clássicos judeus e mulçumanos. A partir daí, foi dado o primeiro impulso para o estudo do hebraico e do árabe nas universidades, sancionado pelo Concílio de Viena em 1311. No estudo do Talmud, Peñaforte foi auxiliado pela adesão de judeus convertidos ao cristianismo , alguns deles bem versados em seu conteúdo. Um destes era Pablo Christiani, que foi o principal participante cristão em Barcelona. Raymund Martini, discípulo de Peñaforte, foi o maior estudioso cristão do Talmud e do Midrash.
Sabendo todo o contexto por trás desse debate, não é de difícil compreensão entender o porquê de sua famosa afamação.

Em suma, historicamente não há como afirmar o lado vencedor de tal debate, visto que no final dos registros tanto cristão quanto judaico há uma divergência concomitante entre seu vencedor (cada um aponta a sua própria vitória).

Portanto, basta-nos apreciar seu rico conteúdo histórico e textual, tendo em vista, obviamente, que nem todos os pontos foram mencionados nele, apenas aspectos gerais convenientes para aquele contexto.

Que D'us possa abençoar a todos, e fazer com que Seu nome resplandeça sobre nós, em nome do nosso Messias, Rei e Senhor Yeshua!

Shemuel Ben Avraram 

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A POLIGAMIA NAS ESCRITURAS ,debate em grupo de estudo



A poligamia nas escrituras







Encontramos nas escrituras   diversos exemplos de poligamia. Como não temos nada a esconder, vamos aos fatos e leiamos as narrativas que comprovam os casos

Patriarca Jacó. Duas esposas: Raquel e Lia, e duas concubinas: Bila e Zilpa





Esaú. Três esposas: Judite, Basemate e Maalate



Lameque. Duas esposas: Ada e Zilá



Juiz Gideão. Muitas esposas e concubinas



Rei Davi. Oito esposas: Mical, Abigail, Ainoã, Maaca, Hagite, Abital, Eglá, Bate-seba e mais outras mulheres e concubinas

Elcana. Duas esposas: Ana e Penina



Rei Acabe. Uma esposa: Jezabel e outras mulheres e concubinas



Rei Abias. Quatorze mulheres



Rei Salomão. A filha de Faraó, 700 outras esposas e 300 concubinas



Amo essa ciência da esexese e critica textual , por que as dúvidas é certezas são tiradas biblicamente sem necessidade de agredir a ninguém  a pessoa , respeitando assim oser humano



 Nota se houve um desvio deste padrão por que a ordem era povoar era ser fecundo sim mais  ocorreu somente depois da queda de Adão e Eva (Gn 3), começando com Lameque, o assassino vingativo, filho de Caim (Gn 4).

Depois dele, a poligamia foi praticada por diversos motivos. Entre os exemplos de poligamia nas escrituras , encontramos alguns que eram políticos, ou seja, para selar tratados internacionais, como Salomão que se casou com a filha de Faraó (1Rs 3.1) e Acabe que se casou com Jezabel, filha do rei dos sidônios (1Rs 16.31), além das mulheres que já tinham.



O predomínio da regra sobre a exceção, isso é lei até capital é estado



 Apesar do surgimento da poligamia cedo na história de Israel, a monogamia continuou a regra entre os israelitas e a poligamia, a exceção ,esse estudos meus amados líderes é matéria de Yeshiva judaica é não pra defender o  pecado ou de outrem @Marlon Trocolli estudando com Rav ,perguntei Marlon como o judaísmo nazareno ver a poligamia o mesmo me ensinou que o recebimento de um caso de um casal vindo já com essa situação ainda não formalizada pelo Estado mais em comum acordo de partes sim ,não podemos separar uma relação de afetividade seria contra a Tora,  mais dentro da comunidade nao e o padrao deixado pelo interprete da tora

Mais vamos a frente ...



 No livro de Provérbios encontramos o encorajamento ao casamento monogâmico (Pv. 5.15-20; 12.4; 19.14).
A ode feita à mulher virtuosa em Provérbios 31 pressupõe que ela é a única esposa do marido,Mesmo que Cantares tenha sido escrito por um polígamo, que foi Salomão, transparece claramente dele que o casamento é entre um homem e uma mulher, figura da relação de Deus com seu povo Israel.
A poligamia, por razões econômicas, acontecia quase que exclusivamente entre os ricos, como os juízes e reis.
Os profetas tomam o casamento monogâmico para ilustrar a relação entre Deus e seu povo Israel (Jr 2.1-2; Os 3.1-5; Is 54.1-8; Jr 3.20). O profeta Malaquias denuncia a prática, que havia em seus dias, de os judeus se separarem de suas esposas para se casarem com estrangeiras, mostrando assim que a poligamia não era o padrão estabelecido e muito menos o padrão comum e normal em Israel: "Ainda fazeis isto outra vez, cobrindo o altar do Senhor de lágrimas, com choro e com gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão. E dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança. E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o Senhor, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio, e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o Senhor dos Exércitos; portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais." (Ml 2.13-16).
Existiam leis ,após os estatutos é mandamentos dados é constituídos sobre a poligamia é  Moisés trazia diversas restrições e cuidados quanto à poligamia em Israel. A mulher israelita que fosse comprada para ser a segunda esposa teria os mesmos direitos que a primeira e seus filhos seriam igualmente herdeiros (Ex 21.7-11). O filho primogênito, ainda que da esposa aborrecida, teria o direito de herança acima do filho da esposa amada (Dt 21.15-17). Um homem casado não poderia se casar com a irmã da sua esposa, o que provocaria a rivalidade entre ambas (Lv 18.18; cf. Gn 30.1
Havia uma advertência na lei de Moisés aos futuros reis…
Agora vamos ao maior intérprete de todos os tempos da TORÁ ,esse até maior do que Moisés às vezes ocorrendo em colocar os sábios o que eles dizem ou também livros extra às escrituras que como hillel disse são apenas comentários
Na nossa lei Oral ou falamos nosso talmude  na época de Yeshua , a monogamia era claramente o padrão entre os judeus. Quando alguns fariseus vieram experimentar Yeshua  com uma pergunta capciosa sobre o divórcio, o senhor respondeu tendo o casamento monogâmico como pressuposto comum e aceito: "Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem" (Mt 19.3-19).
 Vamos lá,  essa matéria está em meu blog em uma discussão que tivemos com o RABINO Robbes Pierre ,   Nas comunidades nazarenos ,é  entre os gentios, o padrão monogâmico estava já estabelecido, embora na sociedade grega a poligamia fosse conhecida e praticada. Escrevendo aos coríntios, Paulo declara: "Quanto ao que me escrevestes, é bom que o homem não toque em mulher; mas, por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido" (1Co 7.1-2)
Paulo claramente proíbe que os líderes das comunidades mesmo sendo de origem  gentílicas fossem polígamos ou bígamos. Os bispos/presbíteros tinham de ser "esposos de uma só mulher" (1Tm 3.2; Tt 1.3-5) na verdadeiro nome que seu líder é poligamo ele apresenta a frase que os líderes sejam maridos de apenas uma mulher , deixa claro nossa defesa mesmo ele defendendo ele ver que tá colocando ordem na ORGIA   bem como os diáconos (1Tm 3.12).

 Portanto, não há dúvida de que o padrão de Deus sempre foi o casamento monogâmico heterossexual, estabelecido na criação, e que a poligamia do Antigo Testamento foi um desvio deste padrão, em decorrência do pecado que entrou no mundo pela queda de Adão. Em Mashiah, Deus restaura o casamento à sua forma original Contudo, pode parecer que Deus aprovou ou sancionou a poligamia, considerando que a lei de Moisés trazia regulamentações referentes a ela e que não há uma proibição direta de Deus contra a poligamia. Pode ser que nunca venhamos a entender completamente o silêncio de Deus neste assunto, mas uma coisa é certa: o silêncio não significa que o assunto é indiferente para o Senhor nem significa que "quem cala consente".



 Conclusão



A 5 pontos que gostaria de considerar…





1 As regulamentações da lei de Moisés sobre a poligamia não podem ser vistas como uma aprovação vinda  da parte de Deus quanto ao casamento poligâmico, uma vez que este nunca foi o padrão por ele estabelecido. Trata-se da misericórdia de Deus protegendo as esposas e filhos de casamentos poligâmicos, uma amenização de uma distorção do casamento até a chegada do Messias. Que vem buscar apenas uma não cinco como algumas escrituras unicistas pregam daqui a pouco por que não tem uma clara evidência de diciplina a não ser o verso que diz que não pratique coisas como os egípcios , vão anular o que Paulo advertio em sua carta aos romanos  1 verso 24 a 32  sobre o lesbianismo na tora , é isso eu sido nosso amigo é pasto @Pr Nilson essa plenitude vem dos Israelitas  Nazarenos Historico tá lá na história o que fazemos é os únicos citados na história ou judeus é gentios convertidos ao ensino de Mashiah , é onde vejo @Rabino YSHAY fala sobre,  quando vemos as profecias vai até um ponto que os judeus não ver mais por que não ler nosso talmude ,nossa lei Oral
2 Deus nos revela sua vontade de maneira gradual e progressiva nas Escrituras. Na Tannah ele se revelou em figuras, tipos, promessas. A sua interpretação  final e definitiva se encontra no Nos escritos nazarenos mesmo sabendo de seus enxertos vemos na linguagem grega que o próprio Eterno nos deixa brechas de sua Emet para os sinceros ele diz isso que revela tudo aos que o segue . Antes de Mashiah  ele suportou sacrifícios de animais,  sobre o apedrejamento para quem cometesse determinados pecados, sobre a lei de talião (olho por olho), sobre o divórcio por qualquer motivo banal, etc. A poligamia deve ser vista neste contexto, como uma das coisas que Deus suportou em um tempo é que nesse momento não tenho a carta que um Rabino Nazareno chamado Uriel bem Levi mandou pra mim ,mais lembro quando tinha temos de ensinar no Y.N.T.A  mandei essa carta a todos meus alunos lembra @Gil @Lucas Irmão De Gil  a carta em que o rabino chefe de Israel decretou respeito aos estado é países que não aceitavam essa prática é chamou essa quebra de pecado transgressão é agora , meu Deus não quero me decepcionar de novo como já me decepcionei com instituições, com homens ,deixa vamos lá  e que foi definitivamente abolida em Mashiah, à semelhança de várias outras.

3 A a vinda de nosso Rabino nossa tora viva ao mundo trouxe à luz a verdade outrora oculta, depois revelada pelos apóstolos e profetas, de que Mashiah é o cabeça de sua comunidade sabe não quero ver na restauração o que vai no cristianismo não somos os reparadores de brechas restauradores do tabernáculo , um povo único, composto de pessoas de todas as raças, tribos e nações desde que aceite a guarda é o testemunho de Mashiah , como o homem é o cabeça da mulher. E que a relação de amor-submissão entre marido e mulher é uma expressão da relação amor-submissão entre Mashiah e sua noiva uma judia atacada é vestida apropriadamente . Portanto, a partir que Yeshua começou a trazer a Tora mais próxima do homem , Deus não mais tolera nem suporta a poligamia entre seu povo, como suportou pacientemente no período anterior à sua vinda, pois sua vontade quanto a isto é em Mashiah e sua comunidade plenamente revelada. Em Mashiah  restaura-se o padrão original estabelecido por Deus no jardim.

4 Deus pode demonstrar a sua vontade sobre um assunto simplesmente registrando os males associados a ele, como é o caso da poligamia. Apostasia, ciúmes, invejas, disputas entre mulheres e filhos acompanham o histórico da poligamia assim como também na monogamia isso é evidente mais esses conflitos eles são mais bem ponderados é estudados entre os casais  israelitas. A evidência cumulativa depõe contra a poligamia, mesmo que Deus não tenha se pronunciado expressamente contra ela. Não quebrem a Tora ao meio jogando ela contra a lei de estado , isso é decepcionante é ridículo 

5 A revelação divina se encerra quando vemos Yeshua trazendo os textos mais escuros a luz seus apóstolo é seus profetas é isso não é o ROSH que vai me tirar , onde o casamento monogâmico é claramente estabelecido como a vontade final de Deus para seu povo e a humanidade em geral. Portanto, não podemos aceitar que Deus, em nossos dias, esteja mudando o conceito de casamento para incluir o casamento homossexual, uma vez que a homossexualidade é claramente condenada em toda a Escritura canônica e a mesma se encontra definitivamente encerrada. Sabe acredito na restauração achei lindo uma frase de @Willian Projeto MACHUT quando chamou o grupo de transitório acredito nisso , quando @Said Riper mostrou com todo coração a realidade que ele vive, é vivemos brigas imensas de casais é outras coisas ,@Nobre defendendo com maestria sua posição que afirmo é a minha sou israelita Netzari  Historico com orgulho, mandou melhor que ninguém mais vejo a posição como realista é equilibrada



A proibição da poligamia no judaísmo, explica, foi ditada pelo rabino Gershon, na Alemanha, no século passado, que erradicou a prática entre os judeus asquenazes (da Europa central e oriental), mas não entre os sefardis (que se instalaram em países árabes após ser expulsos da Espanha).21 de ago. de 2011





Defesa da família! Com a decisão, o STF poderá legalizar e institucionalizar a bigamia ou poligamia no Brasil. Não há previsão no ordenamento jurídico brasileiro da possibilidade de bigamia ou poligamia, mas, com a decisão do STF, o cenário mudará e a família brasileira poderá ser destruída!






https://www12.senado.leg.br › visua...



Ideia Legislativa - Contra a institucionalização da bigamia/poligamia no Brasil. :: Portal e



Isabela Motta Noronha

Depende de onde você vive e do seu sexo. No Brasil, a poligamia é proibida de qualquer jeito – com pena máxima de 3 anos (para quem compartilha o cônjuge) a 6 anos (para quem tem vários cônjuges). Mas o mundo está cheio de lugares onde um casal pode ter 3 ou mais pessoas. Entre eles, há muito mais países que toleram o casamento de um homem com várias esposas (chamado poliginia) do que a união de uma mulher com um punhado de homens (poliandria). Em alguns países africanos, os homens são incentivados a compor um pequeno harém. “A poliginia é a regra da cultura africana”, diz o antropólogo congolês Kabengele Munanga, da USP. Ir contra a lei do pais e quebra da tora é isso não ensino



Ensine o que vocês quiserem sobre isso, a luz que tenho e de meu mestre YESHUA é clara








sexta-feira, 24 de abril de 2020

PARASHA TAZRIA - METSORA , ESTUDOS PARA OS LIDERES ISRAELITAS NETZARIN


PARASHÁ COMENTADA
Parashiôt 27/28: Tazria/Metzorá Vayikra/Levitico 12 à 13 e 14 à 15

Haftará Tazria: II Reis 4:32 à 5:19; Mateus 8:1-14 e 11:2-6; Marcos 1:40-45; Lucas 2:22-24, 5:12-16 e 7:18-23

Haftará Metzorá: II Reis 7:3-20; Mateus 9:20-26; Marcos 5:24-34; Lucas 8:42-48, Hebreus 13:4
Shabbat, 29 de Abril de 2017 – 01 de Nisan de 5776



No Monte Sinai, D'us nos entregou a Torá, que significa direção.
Ela foi transmitida de geração em geração, sem falhar, até os dias de hoje.
Ela é dividida em cinco partes que por sua vez são divididas em porções; as parshiot que transmitem instruções, um roteiro completo de como devemos agir neste mundo, de acordo com o Próprio Autor, o Criador do Universo.
Ao descobrir a Torá, você encontrará algo que o fará olhar o mundo e as pessoas de forma diferente, e se conectará com à Fonte, uma inspiração permanente para viver uma vida mais significativa.
Viver Torá é viver os tempos sonhados e ansiados pelos nossos Sábios.

Este é um comentário sucinto e objetivo das Lições da Torah e dos Profetas (ver Atos 13:15) ou Parashiôt, Nesta semana temos duas leituras de Parashá, são as Parashiôt Tazria e Metzorá, a primeira começa com a Mitzvá sobre qualquer mulher no ato de dar a luz (tazria)tradução conceber  uma nova vida. A Torah então instrui a mulher a trazer um Olah Korbano e um Chatat também depois de dar a luz. A Mitzvá de B’rit Milah, circuncisão caso a criança for menino, em forma ritual no oitavo dia, é novamente citada.




Um caso interessante nos chama a atenção, este ritual de purificação pós parto foi perfeitamente praticado por Myrian, a mãe de Yeshua, vemos este relato na íntegra no Sêfer de Lucas:
 “Completando-se o tempo da purificação deles(de Myrian e Yeshua), de acordo com a Torah de Moisés, Yosef e Myrian levaram o menino a Jerusalém para apresentá-lo ao Eterno, conforme está escrito na Torah do Eterno: Todo primogênito do sexo masculino será consagrado a Adonai. E, para oferecer o sacrifício, de acordo com o que diz a Torah do Eterno: duas rolinhas ou dois pombinhos" (Lucas 2:22-24)

Segundo a teologia cristã defendida pela igreja de Roma, Myrian teria sido concebida sem pecado original, é o que eles chamam de “imaculada conceição/concepção”, segundo esta doutrina cristã, Myrian precisava ter sido gerada sem pecado para que ela pudesse ser a mãe de um deus, por isso ela é chamada de “Maria mãe de deus”, portanto seria “pura” desde o ventre da mãe dela, acontece que toda esta falsa doutrina vai pelo ralo, simplesmente porque a Torah declara que toda mulher após um parto torna-se ritualmente IMPURA. E isso sem falar no relato de Lucas que declara que Myrian e seu filho Yeshua estavam IMPUROS, por isso que Yosef os levou até o Templo de Jerusalém para realizarem as oferendas de purificação registradas na Torah.
Observem como a Torah Sagrada DETONA com as doutrinas de Roma, primeiro derruba a heresia da “imaculada conceição”, isto é, Myrian estava tão impura como qualquer mulher ficaria após um parto, e a heresia do tal “messias deus” ou “deus encarnado” também cai por terra pois, Yeshua também ficou impuro após ter nascido, como qualquer criança ficaria.

Um comentário auxiliar
Para responder esta pergunta, seria lógico examinar primeiro os detalhes destas duas leis. Em Vayicrá 12:7, lemos que uma mulher que teve um filho deve trazer uma oferenda: "O Cohen oferecê-la-á perante D'us e expiará por ela, e ela ficará purificada da fonte de seu sangue; esta é a lei para aquela que dá à luz um menino ou uma menina." Esta lei provoca uma pergunta óbvia: Qual foi o pecado desta mulher que necessita de expiação?

Os rabinos do Talmud fornecem uma resposta interessante a este problema: enquanto está sob a tensão e dor do parto, pode ser que esta mulher tenha jurado jamais retornar a seu marido, a fonte e causa de seu sofrimento atual. Portanto, quando a mulher se recobra totalmente, volta para seu marido e assim negligencia seu juramento anterior, na verdade está quebrando este voto. Embora a Torá reconheça que este juramento foi feito sob grande angústia e dor, mesmo assim a mulher não pode ser totalmente absolvida de realizar qualquer tipo de penitência. Afinal, fez um juramento e isso não pode ser desprezado. Portanto, a Torá possibilita à mulher a oportunidade de obter completo perdão ao trazer uma oferenda.

A seguir, a Torah introduz o fenômeno de “Tzaraat” uma doença sobrenatural que atacava pessoas, roupas e construções na terra santa. Segundo os rabinos, esta espécie de lepra sempre se manifestava por causa do pecado da Lashon Hará(língua maligna). A Lashon Hará implica não apenas a falar mal dos outros mas também em levantar falso testemunho, fazer críticas maldosas sobre alguém, lançar maldições, fazer fofocas, calúnias, estando a pessoa afetada longe ou perto de quem fala. Foi o que aconteceu com Myrian, a irmã de Moisés, ficou leprosa por ter feito críticas contra ele e sua esposa, veremos mais precisamente este episódio em Parashiôt posteriores.











Vamos mudar a  nossa atenção mais seguindo o mesmo curso da discussão

 agora ao segundo ponto em questão, a aflição da tsaraat, descobrimos que a Torá inicia sua discussão da pessoa atacada por esta doença sem nenhum tipo de introdução; o leitor é lançado imediatamente numa discussão abrangente das várias formas e manifestações da tsaraat. A Torá não menciona a causa do tsaraat em lugar algum, dessa forma deixando a pessoa imaginar qual pecado poderia precipitar esta doença no corpo ou na propriedade de alguém. Rashi oferece uma resposta baseada sobre o Talmud, de que a causa primária do tsaraat é o grave crime de lashon hará. A fim de avaliar a gravidade de suas ações, aquele que fala lashon hará é afligido com tsaraat. Não apenas a pessoa afetada deve lidar com lesões cobrindo seu corpo, como também é forçada a separar-se da comunidade em geral, e suportar um longo processo de cura, assinalado por repetidas visitas do Cohen, para determinar o status e o desenvolvimento da doença.
Espera-se que toda esta angústia e tormento ajudarão a reconhecer seu mau procedimento e leve-a ao arrependimento. Neste ponto, podemos facilmente entender a justaposição destes assuntos aparentemente tão desconexos. A Torá aqui deseja nos ensinar o poder da palavra. Enquanto a sociedade ocidental professa crenças como "as pedras podem quebrar meus ossos, mas as palavras não podem ferir-me", o Judaísmo atribui muito mais importância e significado à palavra falada.
Toda palavra pronunciada deve ser cuidadosamente medida. Mesmo um juramento feito em meio as dores do parto deve ser contabilizado. Até um comentário aparentemente inofensivo sobre um judeu deve ser tratado. As palavras têm um significado. Não podemos permitir que nossa boca aja livremente, sem qualquer preocupação quanto ao resultado. Assim como a Torá nos foi outorgada no Monte Sinai, não por um rolo que caiu do céu, mas através da palavra sagrada de D'us, assim também devemos nos purificar e santificar nossas palavras.
O restante da porção descreve com riqueza de detalhes as várias e numerosas manifestações desta doença, e de como o Cohen possuía um papel importante no processo de cura (purificação), na verdade o sacerdote exercia duas funções: uma, de oficializar como sacerdote administrando e direcionando as oferendas dos israelitas no dia a dia do acampamento, e outra, fazia as vezes de médico, examinando o paciente e dando as devidas orientações higiênicas afastando o vetor da doença, seja ele a pessoa ou o objeto contaminado do meio social, evitando assim uma contaminação em massa do acampamento.
É interessante notar que a palavra hebraica para "aflição de tzaraat" e para "prazer" são escritas exatamente com as mesmas letras: Nun, Guimel, Ain( ג ). A aflição de tzaraat é chamada
"negá", e prazer em hebraico é “oneg”. A única diferença entre essas duas expressões é aonde o Ain é colocado. Como “Ain” em hebraico significa "olho", podemos entender que, se o Ain for colocado no lugar errado, causa uma doença, a negá. E se for colocado no lugar certo, se o olho for corretamente direcionado causa prazer, oneg. O prazer que vem de fargin. O prazer de observar o mundo através das lentes da realidade.
Conhecida como Metzorá, a pessoa afligida por uma mancha parecida com tsaraat na pele está sujeita a uma série de exames por um Cohen, que declara se o paciente está tahor(limpo) ou tamê(impuro). Se for tamê, ele será isolado para fora do acampamento, um castigo apropriado para alguém cuja língua maligna fez com que pessoas se separassem umas das outras criando uma série de problemas típicos de uma fofoca, fuxico ou calúnia. Após descrever os vários tipos, cores e manifestações da doença na pele, na cabeça e na barba da pessoa, a porção conclui com uma discussão sobre as vestes contaminadas por tsaraat.





A Parashá Metsorá 
continua a discussão de tsaraat, detalhando o processo de purificação de três partes da metsorá, ministrada por um Cohen, completa com imersões, Corbanot, e a raspagem de todo o corpo. Após uma demorada descrição da tsaraat em casas e a ordem de demolir toda a residência caso a doença tenha se espalhado, o capítulo final da porção discute várias categorias de emissões humanas naturais(homem e mulher), que tornam uma pessoa impura em graus variáveis.
Se prestarmos bastante atenção ao assunto tratado por esta Parashá, notamos que, na Parashá passada falava-se sobre o surgimento de uma doença chamada na Torah de tsaraat, e, nesta Parashá o caso muda de atenção, agora ao segundo ponto em questão, a aflição da tsaraat, descobrimos que a Torah inicia sua discussão sobre a pessoa atacada por esta doença sem nenhum tipo de introdução e depois fala de sua cura miraculosa, o leitor é lançado imediatamente numa discussão abrangente das várias formas e manifestações da tsaraat e sua possibilidade de cura.
A Torah não fala de que forma uma pessoa atacada por tsaraat poderia ficar curada, ao contrário, esta Parashá já começa falando sobre a cura dessa doença e de como a pessoa curada deveria proceder para ser considerada legalmente pura. Esta lacuna deixada pela Torah só nos leva a pensar que, se esta era mesmo uma doença espiritual causada por um grave pecado, a lashom hera, então sua cura só poderia vir por meio de um milagre de D’us. E foi justamente o que aconteceu. Um dos pré-requisitos para ser considerado Messias, entre outras coisas ele deveria purificar leprosos, foi por isso que Yeshua precisava ter purificado leprosos em seu tempo, e ele o fez, e não somente o fez como também orientou aos curados que se apresentassem a um Cohem a fim de serem considerados legalmente curados além de cumprirem com todas as exigências da Torah em relação ao leproso depois de curado:
“Em seguida Yeshua lhe disse: Olhe, não conte isso a ninguém. Mas vá mostrar-se ao Cohen e apresente a oferenda que Moshê ordenou, para que sirva de testemunho" (Mateus 8:4)
Yeshua ordenou que os curados da lepra fizessem a oferenda ordenada pela Torah em uma demonstração de perfeita harmonia entre ele e a Torah do Eterno, com isso, vemos o herético argumento cristão de que Yeshua veio para abolir a Torah por causa da Graça ir pelo ralo, Yeshua não só curava como também ensinava aos curados de espírito a cumprir a Torah, esta é uma das muitas vezes em que vemos o Messias em perfeita harmonia com a Torah do Eterno.

O Sentido Espiritual das Parashiôt(comentários da Kabalah):
Sobre a Tazria, nesta porção da Torah, são abordadas as Leis de doenças da pele, chamadas de “Tsaraat”. Embora tenha sido traduzida como Lepra, esta doença de pele tem pouca semelhança com qualquer moléstia corporal. A “tsaraat” é a manifestação física de uma doença espiritual.

O corpo humano tem uma linguagem própria, tanto fisicamente (temperatura, pressão arterial, ritmo cardíaco) quanto do ponto de vista simbólico. Cada falta ou desequilíbrio representa uma imperfeição da alma, transformando-se em oportunidades de crescimento. Compreender e interpretar o corpo e suas sensações pode ser uma importante ferramenta de autoconhecimento. A doença não é uma punição, é um sinal de desequilíbrio, e uma oportunidade para correção.

Para os sábios rabinos, a causa espiritual da doença citada, é o Lashon Hará ou língua maldosa, o mal uso das palavras. No hebraico, as palavras têm um significado e não podemos falar sem qualquer preocupação quanto ao resultado. Toda palavra pronunciada deve ser cuidadosamente medida. Precisamos ter o cuidado de evitar o ato de falar ou escutar coisas negativas sobre outras pessoas, mesmo quando o conteúdo é verdadeiro. A Lashon Hará inclui também o falso testemunho, a mentira, a lamúria ou as promessas feitas de forma negligente. As palavras têm um significado e não podemos falar sem qualquer preocupação quanto ao resultado.

Mas por que a Torah enfatiza justamente a transgressão de Lashon Hará? O nosso comportamento no mundo físico, desperta forças espirituais equivalentes nos mundos superiores. Quando as pessoas se respeitam e tratam os outros com misericórdia, são despertadas forças espirituais de misericórdia sobre todo o mundo. Já quando as pessoas são muito rigorosas com as outras, não deixando nada passar, são despertadas sobre o mundo forças espirituais de severidade e julgamento. Foi justamente por isso que o nosso irmão, apóstolo Ya’akov(Tiago), escreveu acerca do bom uso das Palavras e do falar: “Meus irmãos, não pretendam ser muitos de vocês mestres, pois vocês sabem que nós, os que ensinamos, seremos julgados com maior rigor. Todos tropeçamos de muitas maneiras. Se alguém não tropeça no falar, tal homem é um varão perfeito, sendo também capaz de dominar todo o seu corpo” (Tiago 3:1-2) Ótimo este conselho de Ya’akov, nos adverte a termos muito cuidado com aquilo que falamos a respeito de nosso próximo e de como devemos usar nossas palavras para o bem dos outros.
Sobre a Metzorá, A Parashá Metzorá relata sobre uma pessoa afligida por uma espécie de lepra, tanto em seu corpo como em sua propriedade, e o tratamento que tais pessoas deveriam se submeter, isolando-se da Comunidade(da família, filhos e entes queridos), ter mais cuidados de higiene e pedir perdão ao Eterno suplicando por sua cura.

Espera-se que toda esta angústia e tormento ajudarão a reconhecer seu mau procedimento que o levou a adquirir tal doença e leve-a ao arrependimento. Neste ponto, podemos facilmente entender a justaposição destes assuntos aparentemente tão desconexos. A Torah aqui deseja nos ensinar o poder da Palavra.

Enquanto a sociedade ocidental professa crenças como "as pedras podem quebrar meus ossos, mas as palavras não podem ferir-me" ou “o que vem debaixo não me atinge”, o Judaísmo, ao contrário, atribui muito mais importância e significado à palavra falada.

Quando a Torah se refere as impurezas de nosso corpo tais como a emissão do fluxo seminal e a emissão do fluxo menstrual, ela não está querendo deixar-nos em uma situação de opróbrio ou vergonha, absolutamente, a lição aqui apresentada se refere a nossa condição de pecadores, mesmo sem termos cometido pecado algum, que desabone nossa conduta diante do Eterno, ainda assim somos indignos de estarmos em sua santíssima presença, o profeta Isaías declara que até a nossa justiça, isto é, aquilo que consideramos mais justos para nós, diante do Eterno são apenas trapos de imundícies (ver Isaías 64:6).

Há apenas um ser humano que foi considerado Tsadik(justo) diante do Eterno, o Messias, por meio da justiça de um homem justo nós somos justificados diante de D’us, conforme D’us tem dito: “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o Justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si” (Isaías 53:11)

O Poder das Palavras
Por Steve Hyatt
O Chofetz Chaim (Rabi Israel Hacohen, 1838-1933) concordou prontamente quando outro rabino proeminente pediu sua ajuda num problema comunal em outra cidade da Polônia. A participação do famoso Chofez Chaim certamente acrescentaria considerável sucesso à missão devido ao respeito que lhe devotavam todos os seus correligionários.
No decorrer da viagem os dois rabinos pararam numa estalagem à beira da estrada para fazerem uma refeição. Estavam contentes por comer naquele estabelecimento, pois uma mulher judia, respeitada pelos seus altos padrões de cashrut, era a dirigente. Os dois rabinos foram acomodados à mesa de honra e tratados com todas as honras.

Após terminarem a refeição, a proprietária foi até a mesa indagar se tinham apreciado a comida.
O Chofetz Chaim sorriu educadamente e respondeu: "Estava muito saborosa, gostei bastante. Muito obrigado."
O outro rabino disse: "A refeição estava muito boa, obrigado. Somente, se me permite, a sopa poderia ter um pouco mais de sal."
Quando a proprietária se afastou, o Chofetz Chaim voltou-se para seu acompanhante, e numa voz angustiada declarou:
"Inacreditável! Durante toda a minha vida tenho evitado falar ou ouvir lashon hará (calúnia sobre um judeu) e aqui estou, indo numa viagem para cumprir uma mitsvá, e sou colocado numa situação de ser obrigado a ouvir você falar lashon hará! Arrependo-me profundamente do meu envolvimento nessa missão, pois não pode ser uma verdadeira mitsvá. Se fosse, algo tão terrível não teria me acontecido!"
O outro rabino ficou chocado e aborrecido com a reação do Chofetz Chaim. Para ele, parecia ser uma observação inocente. "O que há de tão terrível no meu comentário? Apenas mencionei que um pouco de sal teria ajudado a comida, que se não fosse por isso estaria excelente."
O Chofetz Chaim começou a explicar-se. “Você com certeza não entende o poder que as palavras possuem”! Apenas veja que reação em cadeia as suas palavras desencadearam: Estou certo de que a dona da estalagem não faz a comida; ela provavelmente emprega alguma pobre mulher para cozinhar; talvez mesmo uma viúva que depende do trabalho para viver.
"Devido ao seu comentário impensado, a empregada será repreendida por não colocar sal suficiente na comida. Ela tentará defender-se, dizendo que colocou sal o bastante, o que será uma mentira. Então a patroa a acusará de mentir, pois certamente colocará a sua palavra acima da palavra da pobre cozinheira. Isso levará a uma discussão, e a proprietária, em sua fúria, despedirá a pobre mulher, que então não terá mais como sustentar a si mesma e à família. “E pense quantos pecados foram causados por uma observação desastrosa”!

"Você falou lashon hará e fez com que outros escutassem; fez a dona da estalagem repetir o lashon hará; a pobre cozinheira foi obrigada a dizer uma mentira; a patroa causou sofrimento à pobre mulher; suas palavras provocaram uma discussão. Todas essas são violações da Torá!"
O rabino, que ouvira atentamente a explicação do Chofetz Chaim, respondeu com respeito: "Reb Yisrael Meir, não posso deixar de sentir que você está reagindo com exagero a esse incidente. Minhas palavras casuais não poderiam ter criado tamanho dano. Creio que o seu cenário simplesmente não é realista."
O Chofetz Chaim levantou-se da cadeira, ainda agitado, e disse: "Se você não me acredita, então siga-me até a cozinha e verá com seus próprios olhos o que aconteceu!"
Os dois rabinos entraram silenciosamente na cozinha, e se depararam com um quadro triste: a proprietária estava de pé perante uma senhora idosa, passando-lhe uma descompostura; a mulher tinha lágrimas correndo pela face. O rabino, abalado, correu para a cozinheira e pediu-lhe perdão por toda a dor que tinha lhe causado. Voltou-se então à proprietária e implorou a ela que o perdoasse e esquecesse que ele tinha feito aquele comentário. Jamais pensara que aquilo seria levado tão a sério.
A dona da estalagem, que na verdade era uma pessoa bondosa por natureza, não tinha pensado em demitir a empregada idosa, e ficou contente em aceder ao pedido do rabino. Ela explicou que apenas tinha desejado comunicar à empregada que esta deveria ser mais cuidadosa no futuro. Assegurou ao rabino que o emprego da mulher estava seguro e que ele não precisava se preocupar. O rabino lançou um olhar de entendimento ao Chofetz Chaim. Ele com certeza tinha adquirido um novo respeito pelo grande poder das palavras.

Que Adonai Eterno abençoe a Leitura e o Estudo de sua Palavra.


quinta-feira, 16 de abril de 2020

MITSVOT DE-ORAITA E MITSVOT DE RABANAN


Mitsvot de-oraita e Mitsvot de-rabanan




À luz do Judaísmo, existem duas espécies de mitsvot (mandamentos): 1) mitsvot de-oraita (mandamentos da Torá) e 2) mitsvot de-rabanan (mandamentos rabínicos).

Observação

Uma lei é de'oraita (em hebraico: דאורייתא) se ela é derivada da Torá; se uma lei é derabanan (em hebraico: דרבנןa ) é obrigatória por rabínica sábios. Os conceitos de'oraita (em aramaico: דאורייתא) e de-rabbanan (em aramaico: דרבנן) são amplamente utilizados na discussão dos Judeus lei e são motivo de preocupação para os modernos observante do Judaísmo.

O primeiro refere-se a halachic requisitos que rabínico literatura compreende a ser Biblicamente mandato, enquanto o segundo refere-se a halachic requisitos que são rabinicamente mandato.Em Aramaico, de'oraita significa" Torá" e de-rabbanan meio de nossos Rabinos.

Nos judeus Natzarit mesmo observantes das boas tradições , fazemos algumas ressalvas sobre o assunto.

Na primeira categoria, encontram-se os mandamentos que realmente foram prescritos na Torá.
 Já o segundo grupo diz respeito a mandamentos criados pelos rabinos.

Em um famoso livro acerca das tradições judaicas, há exemplos de mandamentos rabínicos:
“Os rabinos estabeleceram sete mitzvot [mandamentos] que não foram baseadas em quaisquer versos da Torá: mais que são boas e interessantes e observadas por muitos de nosso povo. 

     • Lavar as mãos antes de comer (Eduy. 5: 6; ver p. 553).

     • Acender velas de shabat (Shab. 20b; ver p. 136).

     • recitar o Hallel, salmos de louvor em dias de festa (Ber. 14a; Pes. 117a; ver p. 162).

     • Acender as velas de Chanuká (Shab. 23a; ver p. 248).

     • Ler o Livro de Ester em Purim (Meg 7a; ver p. 257).

     • Fazer um eruv (para aliviar algumas restrições de Shabat quanto à limitação de movimento e transferência de objetos) (Er. 21b; ver p. 134).

     • Dizer uma bênção de ação de graças antes de experimentar prazer em itens mundanos (como alimentos específicos) (Ber. 35a; ver p. 474)”.

(Eisenberg, R. L. ,2004. The JPS guide to Jewish traditions, 1st ed., p. 516–517. Philadelphia: The Jewish Publication Society).

 Apesar de o texto citar apenas 7 (sete) mandamentos rabínicos, em verdade existem centenas e centenas de preceitos que foram criados pelos rabinos e que não possuem nenhum fundamento na Torá.

Ora, entendemos que apenas as misvot de-oraita (mandamentos da Torá) são de cumprimento obrigatório, enquanto as mitsvot de-rabanan (mandamentos rabínicos) não possuem força cogente. Estas somente podem ser observadas na qualidade de tradição (e não de mandamento bíblico),assim sejamos sempre equilibrados no viver e proceder , desde que seja uma tradição que não invalide a palavra de Elohim (Mt 15:2-6), e de qualquer forma será de observância facultativa.
Infelizmente, hoje o Judaísmo vive mais de tradição do que de mitsvot da Torá, e por tal razão continuam atuais as palavras de Yeshua HaMashiach:

 “Ele [Yeshua], porém, respondendo, disse-lhes: E vós, por que transgredis o mandamento de Elohim por causa da vossa tradição? (Mt 15:3).
“E assim por causa da vossa tradição invalidastes a palavra de Elohim” (Mt 15:6).






domingo, 12 de abril de 2020

NETZARIM “AUTÊNTICO”



NETZARIM “AUTÊNTICO”



Características históricas da fe patriarcal ou Netzarim “autêntico”
POR: Rav Marlon Troccoli , Shaliach: Inacio Medeiros ,Rosh Jair lima , Rosh Ronaldo Monteiro,Moré Rosebio






Atualmente, existem muitas organizações que reivindicam uma identificação com a antiga Seita dos Netzarim / Nazarenos, alguns judeus Messianico trinitários ou unicistas , Alguém até afirma ser a única representação “autêntica” do judaísmo netzarim. Muitas dessas organizações diferem substancialmente do que sabemos historicamente sobre a seita do caminho ou dos nazarenos históricos , Cuidado com o chamado judaísmo Nazareno / Netzarim “autêntico”ou messiânico  que não possui essas características. Não há nada historicamente "autêntico" nesses grupos.


1. Não se autodenominavam "cristãos"
"Esses sectários (...) não se chamavam cristãos, mas 'nazarenos' ..."
(Epifânio; Panarião 29)

2. Yeshua aceito como Messias

"Os nazarenos ... aceitam o Messias de tal maneira que não deixam de observar a antiga lei."
(Jerônimo; Em. Is 8:14)
"Eles não têm idéias diferentes, mas confessam tudo exatamente como a Lei a proclama e da maneira judaica - exceto pela crença no Messias ... Eles discordam dos outros judeus porque creram no Messias".
(Epifânio; Panarião 29)

3. Observamos a Torá

"Os nazarenos ... aceitam o Messias de tal maneira que não deixam de observar a antiga lei."
(Jerônimo; Em. Is 8:14)
“Eles não têm idéias diferentes, mas confessam tudo exatamente como a Lei a proclama e da maneira judaica - já que ainda são restringidos pela Lei - circuncisão, sábado e o resto - eles não estão de acordo com os cristãos.
(Epifânio; Panarião 29)

4. Usou o Tanak ("Antigo Testamento") e o "Novo Testamento"

"Eles usam não apenas o Novo Testamento ', mas também o' Antigo Testamento ', como os judeus ..."
(Epifânio; Panarião 29)

5. Utilizou textos fonte do NT hebraico e aramaico.

“Eles têm as boas novas de acordo com Mateus na sua totalidade em hebraico. Pois é claro que eles ainda preservam isso, no alfabeto hebraico, como foi originalmente escrito.
(Epifânio; Panarião 29)

“E ele [Heggesippus, o Nazareno], cita algumas passagens do Evangelho segundo os hebreus e de 'O siríaco' [o aramaico], e alguns detalhes da língua hebraica, mostrando que ele era um convertido dos hebreus, e menciona outros assuntos retirados da tradição oral dos judeus. ”
(Eusébio; Ecl. Hist. 4:22)

6. Acreditamos que yeshua nasceu da  virgem Maria.


"Eles acreditam que o Messias, o filho de D’us, nasceu da Virgem Miriam."
(Jerônimo; Carta 75 de Jerônimo a Agostinho)


7. Aceitamos que o Eterno e um !!!!
"Eles ... declaram que D’us é um [ECHAD] ..." (Epifânio; Panarião 29)
8. “Tradição judaica” aceita, mas não a Halachá rabínica


"Eles não têm idéias diferentes, mas confessam tudo exatamente como a Lei o proclama e da maneira judaica ..."
(Epifânio; Panarião 29)

“E ele [Heggesippus, o Nazareno], cita algumas passagens do Evangelho segundo os hebreus e de“ O siríaco ”[aramaico] e alguns detalhes da língua hebraica, mostrando que ele era um convertido dos hebreus, e menciona outros assuntos retirados da tradição oral dos judeus. ”
(Eusébio; Ecl. Hist. 4:22)

Há cinco fragmentos preservados de um antigo comentário nazareno sobre Isaías, no qual o escritor nazareno do século IV deixa claro que os nazarenos do século IV não estavam seguindo a Halakhah rabínica farisaica. O seguinte é retirado do comentário nazareno sobre Isaías 8:14:
'' E ele será para um santuário; mas por uma pedra de tropeço e por uma pedra de ofensa para ambas as casas de Israel ... 'Os nazarenos explicam as duas casas como as duas casas de Shammai e Hillel, de quem originaram os escribas e fariseus ... [eles fariseus] se espalharam e contaminaram os preceitos da Torá por tradições e mishna. E essas duas casas não aceitaram o Salvador ... ”

9. Aceitou Paulo como um emissário para os efraimitas e gentios.


“Os nazarenos, cuja opinião eu expus acima, tentam explicar esta passagem da seguinte maneira: 'Quando o Messias veio e sua proclamação brilhou, a terra de Zebulon e Naftali foi libertada antes de tudo dos erros dos escribas e escribas. Fariseus e ele sacudiram de seus ombros o jugo muito pesado das tradições judaicas. Mais tarde, porém, a proclamação se tornou mais dominante, o que significa que a proclamação foi multiplicada, através das Boas Novas do emissário Paulo, que foi o último de todos os emissários. E as boas novas do Messias brilharam para as tribos mais distantes e o caminho de todo o mar. Finalmente, o mundo inteiro, que antes andava ou sentava na escuridão e estava preso nos laços da idolatria e da morte, viu a luz clara das boas novas. ”
(Jerônimo em Is 9: 1-4)

10. Eles usavam coberturas para a cabeça
"... falsos mestres, que, vendo que nenhum dos emissários mais sobreviveu, por fim tentaram, com a cabeça nua e elevada, se opor à proclamação da verdade ..."
(Eusébio; Eccl. Hist.)

Notas de rodapé ou fontes

No século IV, o “Pai da Igreja” Jerome escreve sobre os nazarenos e ebionitas:
“O que direi dos ebionitas que fingem ser cristãos? Hoje ainda existe entre os judeus em todas as sinagogas do Oriente uma heresia chamada de Minæans, e que ainda é condenada pelos fariseus; [seus seguidores] são normalmente chamados de 'nazarenos'; eles acreditam que Cristo, o filho de Deus, nasceu da Virgem Maria, e consideram que ele foi quem sofreu sob Pôncio Pilatos e subiu ao céu, e em quem também cremos. ”
(Jerônimo; Carta 75 de Jerônimo a Agostinho)

Agora, os ebionitas e os nazarenos eram dois grupos distintos com crenças variadas (os ebionitas se separaram dos nazarenos por volta de 70 dC), mas esses dois grupos eram conhecidos pelos judeus rabínicos como "mínimos" ou como Jerônimo os chama em latinos "mínimos".

De acordo com o Dicionário dos Targumim, Talmud Babli, Yerushalami e Literatura Midrashic, Marcus Jastrow define MIN "sectário, infiel ... um infiel judeu, aplicado principalmente aos cristãos judeus". Jastrow usa o termo "judeus-cristãos" para se referir a ebionitas e nazarenos, embora esses grupos não se autodenominassem "cristãos".

Muitos estudiosos acreditam que o termo MIN começou como um acrônimo para uma frase hebraica que significa “Crentes em Yeshua, o Nazareno”.