Debate judaico-cristão medieval...
Introdução
Debates teológicos entre Bispos e Rabinos, na Era Medieval,
foram uma prática utilizada pela Igreja Católica desde o
século V, caracterizada pela Disputatio, a qual tinha objetivo principal anular
publicamente a existência do Judaísmo, almejando a conversão de suas lideranças
e, consequentemente, de toda comunidade judaica local. Dos debates que se
realizaram na Idade Média, somente sobreviveram registros detalhados de três: o
Debate de Paris em 1240, o Debate de Barcelona em 1263 e o Debate de Tortosa em
1413-14.
Rabi Moshé ben Nachman
Destes, o mais famoso
é o de Barcelona, havendo muitas e boas razões para essa preeminência.
O
representante judeu em Barcelona foi Moshé ben Nachman (Ramban - Rabi Moshé ben
Nachnam, ou Nachmânides), uma das maiores figuras da história da erudição e da
religião judaica - ninguém que se lhe comparasse tomou parte nos outros
debates.
E mais importante, o relato judaico do Debate de Barcelona
foi escrito pelo principal participante, o próprio Ramban, ao passo que os
relatos judaicos dos outros debates foram escritos por pessoas de menor
estatura intelectual. Além do mais, o relato de Ramban do Debate de Barcelona,
em hebraico, é um clássico por seus próprios méritos, composto em estilo claro
e lógico, que até hoje se mostra à altura do drama da ocasião, ao contrário da
execução inferior dos relatos hebraicos dos outros debates. O representante
cristão, no mesmo debate, foi o Frei Dominicano Pablo Christiani (judeu
converso ao Cristianismo, que foi discípulo de Rabi Eliézer deTarascon).
Nasceu em uma família judia sefaradita piedosa, e
quando adulto, casou-se com uma judia e teve filhos. Depois, converteu-se ao
Catolicismo Romano, e divorciou-se de sua mulher (tomando a guarda de seus
filhos e convertendo-os, por conseguinte). Posteriormente, adentrou à ordem dos
Dominicanos como um Frei (vide Kobak, Joseph Jeschurun p. 21).
Por fim, após alguma pesquisa, torna-se claro que o Debate
de Barcelona foi o único em que as condições foram consideradas justas por
ambas as partes, permitindo-se que o participante judeu desenvolvesse sua
argumentação com liberdade tal que não houve nos outros dois.
A conclusão geral a que se chega é a seguinte: o Debate de
Paris não chegou a ser realmente um debate, mas um interrogatório em que o
representante judeu, no caso Rabi Yechiel, teve muita pouca oportunidade de
expor as noções judaicas fundamentais; ele se viu severamente tolhido tanto
pelo papel restrito que lhe impuseram, como pela limitação do próprio
interrogatório, circunscrito a algumas passagens alegadamente anticristãs do
Talmud.Não se tratou na verdade de um debate entre cristianismo e judaísmo, mas
de um julgamento do Talmud, no qual Rabi Yechiel foi simplesmente testmunha de
defesa. Já o debate de Tortosa foi um verdadeiro debate, onde se abordaram os
mesmos assuntos que em Barcelona, porém sob condições bem mais desfavoráveis.
Como demonstram os volumosos registros cristãos, assim como os relatos
judaicos, os participantes judeus se viram intimidados, temendo por suas
famílias, provocados e submetidos a longuíssimos sermões exortatórios, e
ouvidos com muita pouca consideração. Nas circunstâncias, comportaram-se com
muita coragem e apresentaram um grande poder de argumentação, embora não
estivessem em condições de falar com a mesma autoridade de um Ramban que fosse.
Não houve um confronto do tipo clássico, como em Barcelona, mas uma discussão
arrastada, desordenada, demasiadamente extensa, apresentando muitos assuntos de
interesse em meio a temas supérfluos e incluindo muitos pontos de comparação
com o Debate de Barcelona.
Neste último, no entanto, muitos fatores se conjugaram para
criar o maior confronto entre cristianismo e judaísmo ocorrido na Idade Média.
Houve ali liberdade de expressão, devida em parte à personalidade o rei Jaime
de Aragão, que presidiu ao evento, em parte ao prestígio e à personalidade de
Moshé ben Nachman, mas principalmente às circunstâncias históricas que cercaram
o debate. Só o fato da disputa ter-se realizado já era um sinal de que a
situação dos judeus da Espanha estava começando a se deteriorar; contudo, ainda
restava muito da confiança e do entusiasmo da "época de ouro" do
judaísmo espanhol, para fazer do debate uma real oportunidade em que as
atitudes judaicas com relação a assuntos fundamentais, como o significado do
Messias, o alcance do Pecado Original e a semântica da exegese da Bíblia e do
Midrash foram expostos de maneira didática e ilustrativa, e não, como em
Tortosa, em desesperada auto-defesa. Mesmo Ramban de certa forma se viu forçado
a adotar uma postura defensiva, como ele próprio se queixou, pois não lhe era
permitido levantar questões contra o cristianismo, mas apenas responder às
perguntas que lhe eram feitas por seu oponente cristão. Nas mãos de Nachman,
contudo, e com a liberdade que lhe fora concedida, a estrutura do debate não
lhe foi desvantajosa.
O Debate de Barcelona (20-24 de Julho, 1263)
Capa de cópia da versão hebraica
do Debate
Dos séculos X ao XI, na Espanha Peninsular, os judeus
gozavam de relativa liberdade, não sendo perseguidos, como eram no resto da
Europa. Como exemplo, vê-se nesse período, os bairros judeus - na Espanha
chamados de aljamas - que eram situados nas partes mais belas das cidades.
Foto de uma aljama espanhola
Pode-se, portanto, ser considerada como um lugar
relativamente propício para o estabelecimento das comunidades judaicas, posto
que as autoridades dos reinos ibéricos estavam demasiado preocupadas em
expulsar os mouros de seus territórios, investindo grandes esforços nas Guerras
da Reconquista. Com os reflexos dos séculos X e XI, o século XII foi
um período para a expansão da cultura judaica e da produção
literária. Alguns judeus se destacaram como autoridade no âmbito da literatura
e da filosofia talmúdica, como Avraham bar Chiyá, Avraham ben David, Avraham
Ibn Ezra e Maimônides (1135-1204), autor de uma vasta produção literária, no
século XII, e seus textos continuam sendo estudados até os dias de hoje, nas
Yeshivot (Escolas Rabínicas).
Já no século XIII, o destaque é na figura do rabino catalão,
Moshé ben Nachman (Ramban ou Nachmânides). Nascido na Girona Medieval, cidade
da Catalúnia, em 1194, Ramban desde sua juventude recebeu o reconhecimento das
autoridades judaicas. Já aos 15 anos havia escrito diversos livros sobre o
Talmud. Sendo um renomado escritor da literatura talmúdica, era também médico,
filósofo, cabalista e um respeitado líder das comunidades judaicas, e
reconhecido, inclusive, pelo próprio rei Jaime I de Aragão, o qual lhe concedeu
o cargo de Rabino da corte. Tal cargo gerou um bom relacionamento com o rei
aragonês, fazendo, assim, Ramban ser o intermediário entre a comunidade judaica
e a administração real.
Concernente ao assunto em questão, o Debate de Barcelona (ou
Debate do Ramba"n) foi verdadeiramente um debate, e não simplesmente um
interrogatório. Não houve ameaças de confisco ou queima do Talmud, dependendo
do resultado do debate. O objetivo não era condenar, mas converter. Existem
muitas razões para isso, desde a situação político-religiosa da Espanha até o
caráter da atividade missionária dominicana da escola de Raymund de Peñaforte,
o velho erudito e missionário (mais tarde canonizado), que determinou o tom do
debate, embora não tivesse participado como contendor, tendo preferido entregar
tal papel a Pablo Christiani, frente ao seu conhecimento da língua hebraica e da
Tradição Judaica.
Os três séculos que antecederam o Debate de Barcelona (como
já detalhado) foram conhecidos como Idade de Ouro do judaísmo na Espanha, pois
ensejaram o desenvolvimento de sua cultura e literatura em relativa liberdade.
Para tanto, contribuiu o fato de os estados cristãos, durante esse período,
estarem ocupados em combater o poder do islamismo. Para eles, os judeus eram
muito úteis, pois constituíam uma classe média administrativa instruída,
através da qual as áreas recém-conquistadas poderiam ser consolidadas. Ao mesmo
tempo, continuava precária a posição dos judeus, como estrangeiros e proscritos
religiosos, que não representavam ameaça coletiva ao regime, por mais que
alguns indivíduos entre eles subissem na hierarquia da corte.
Entrementes, os judeus da Espanha escaparam a algumas das
manifestações do crescente poder cristão, sendo poupados de massacres como os
das comunidades da França e da Alemanha durante as cruzadas. Havia ocasionais
explosões de violência contra eles, porém no geral viviam em comunidades
prósperas e consolidadas (aljamas). Quando os dominicanos se voltaram contra
eles, convocando seu mais proeminente rabino, Moshé ben Nachman, para um
debate, o fizeram sob a capa da cortesia e persuasão, e não da denúncia, como
em Paris. O rabino da corte tornou-se convidado a participar do debate com o
Bispo Dominicano, Frei Pablo. Antes de tudo, o Nachman condiciona sua
participação lançando os seguintes requisitos:
אעשה כמצוות אדוני המלך אם תתנו לי רשות לדבר כרצוני:ע
"Farei como meu senhor rei ordena, se me for dada a
permissão de falar como desejar."
Desta forma mais do que a permissão para falar livremente,
foi-lhe concedida proteção, pois sabemos que a liberdade de discursar
implicaria em consequências para si próprio e para sua comunidade.
O tema definido para o debate se deu em torno da questão
messiânica. Por um lado, os dominicanos intencionavam provar que Jesus era o
Messias esperado pelos judeus nos textos talmúdicos, provando a supremacia do
cristianismo como única verdade a ser seguida. Por outro, Nachmânides aprofunda
essa explicação, baseando seus argumentos em passagens bíblicas no livro do
Profeta Isaías, defendendo que as profecias messiânicas não se cumpriram com
Jesus. O Judaísmo Rabínico Medieval, expresso pelas narrativas de Nachmânides
na corte aragonesa, entendia que o Messias ainda estaria por vir e não seria
morto por seus inimigos, como preconizava a teologia dominicana na Disputa. O
Messias judaico de Nachmânides triunfaria e confirmaria a paz entre os povos.
Para os cristãos, a profecia de Isaías que apresentava um servo sofredor, morto
por seus inimigos, era a comprovação necessária e suficiente para explicar a
crucificação de Cristo.
Em seus argumentos, Nachmânides tentou demonstrar que a questão
do Messias não era a base fundamental da fé judaica como era para o
cristianismo e, de forma cordial, dirigiu-se ao rei com uma explicação,
relatada em sua versão do debate, sobre o que o Messias realmente representa
para o judaísmo:
אדוני המלך, שמעני [מעט]. אין הדין והאמת והמשפט שלנו עיקרו במשיח,
כי אתה שווה לי יותר ממשיח. אתה מלך והוא מלך. אתה מלך גוי, והוא מלך ישראל, כי משיח
אינו אלא מלך בשר ודם כמוך. וכשאני עובד את בוראי ברשותך בגלות ובעינוי ושעבוד, חרפת
העמים, אשר יחרפונו תמיד, שכרי מרובה, (כי) אני עושה עולה לא-להים מגופי, ובזה אזכה
לחיי העולם הבא יותר ויותר. אבל כשיהיה מלך ישראל מתורתי מושל בכל העמים, ועל כורחי
יש לי לעמוד בתורת היהודים, אין שכרי מרובה כל כך:י
"Porém, eu ainda continuei a falar: ‘Senhor, meu rei,
ouvi-me. O Messias não é fundamental para nossa religião. Ora, para mim, vós
valeis mais do que o Messias! Vós sois rei, e ele é um rei. Vós sois um rei
gentio e ele é um rei judeu; pois o Messias é tão somente um rei de carne e
osso como vós. Quando eu sirvo ao meu criador em vossas terras no exílio, na
aflição, servidão e reprovação dos povos que ‘nos reprovam continuamente’,
minha recompensa é grande. Pois estou oferecendo a Deus um sacrifício de meu
corpo, pelo qual serei considerado cada vez mais merecedor da vida no mundo
vindouro. Mas quando houver um rei de Israel da minha religião, governando
sobre todos os povos, e não houver escolha para mim senão continuar na religião
judaica, minha recompensa não será tão grande."
Observamos, nessa fonte, a liberdade em seu discurso, um
reflexo do bom relacionamento sociopolítico que havia entre o rabino e o rei.
Nachmânides teve a permissão e a proteção para se dirigir ao monarca aragonês,
ato proibido nas condições do debate. Ele continua com ousadia e, sem ser
interrompido, chega ao ponto central da divergência teológica entre as duas
religiões, a divindade do Messias:
אדוני המלך, שמעני [מעט]. אין הדין והאמת והמשפט שלנו עיקרו במשיח,
כי אתה שווה לי יותר ממשיח. אתה מלך והוא מלך. אתה מלך גוי, והוא מלך ישראל, כי משיח
אינו אלא מלך בשר ודם כמוך. וכשאני עובד את בוראי ברשותך בגלות ובעינוי ושעבוד, חרפת
העמים, אשר יחרפונו תמיד, שכרי מרובה, (כי) אני עושה עולה לא-להים מגופי, ובזה אזכה
לחיי העולם הבא יותר ויותר. אבל כשיהיה מלך ישראל מתורתי מושל בכל העמים, ועל כורחי
יש לי לעמוד בתורת היהודים, אין שכרי מרובה כל כך.
אבל עיקר הדין והמחלוקת שבין היהודים ובין הנוצרים הוא במה שאתם
אומרים בעיקר הא-לוהות דבר מר מאוד. ואתה אדוננו המלך נוצרי בן נוצרי [ובן נוצרית]
ושמעת כל ימיך גלחים [צעירים ודורשים מדברים מלידת ישו] ומלאו מוחך ומוח עצמותיך מדבר
הזה ושב אצלך מתוך אותו הרגילות.
אבל הדבר אשר את מאמינים, והוא עיקר אמונתכם, לא יקבל אותו השכל,
והטבע אינו נותן, והנביאים מעולם לא אמרו כן, גם הפלא אינו יכול להתפשט בדבר ההוא,
כאשר אבאר בראיות גמורות במקומו ובשעתו, שיהיה בורא השמים והארץ [וכל אשר בם] חוזר
[עובר] בבטן יהודית אחת ויגדל בו ז' חודשים ויולד קטן, ואחר כך יגדל ואחר כך יימסר
ביד שונאיו וישפטוהו משפט מות וימיתוהו, ואחר כך תאמרו שחיה וחזר למקומו הראשון. לא
יסבול דעת יהודי ושום אדם.
ולחינם והבל תדברו דבריכם, כי זה הוא עיקר מחלוקתנו. אבל נדבר גם
מן המשיח כאשר הוא רצונכם:י
"Não, o verdadeiro ponto de divergência entre judeus e
cristãos reside no que vós dizeis sobre a questão da divindade: uma doutrina
realmente desagradável. Vós, senhor nosso rei, sois cristão e filho de
cristãos, por toda vida ouvistes os padres que atulharam vosso cérebro e a
medula de vossos ossos com essa doutrina, e ela se instalou em vós, devido
àquele hábito entranhado. Mas a doutrina na qual acreditais e que é fundamento
de vossa fé não pode ser aceita pela razão, não encontra base na natureza e tampouco
os profetas jamais a expressaram. E nem mesmo o miraculoso pode ir tão longe,
como explicarei com provas cabais no devido tempo e lugar, a ponto de o Criador
do céu e da terra ter recorrido ao ventre de uma certa judia, lá se
desenvolvendo durante nove meses e nascendo como criança; e depois ele cresceu
e foi entregue a seus inimigos, que o sentenciaram à morte e o executaram e,
depois, como dizeis, voltou à vida e retornou ao seu lugar de origem. A mente
de um judeu, ou de qualquer outra pessoa, não consegue aceitar isto, e vossas
palavras são pronunciadas totalmente em vão, pois esta é a raiz de nossa
controvérsia. Contudo, falemos do Messias também, pois este é o vosso
desejo."
Ramba"n demonstrou de forma clara e objetiva o ponto de
grande desconforto teológico existente na convivência entre judeus e cristãos
na Idade Média.
O Rabino de Barcelona faz uma análise relevante no sentido
de compreender que um cristão como o monarca Jaime I, nascido e criado em um
universo de informações, discursos elaborados e, por diversas vezes repetido,
não poderia pensar a respeito da divindade senão através da concepção de um
homem “de carne e osso”. Para Nachmânides, o monarca depositava sua fé em tais
conceitos, pois sua mente estaria supostamente “entranhada” por força do
hábito. Mas não se omite de revelar sua indignação no fato de serem obrigados,
ele e sua comunidade, a crer na mesma fé do monarca aragonês, pois para o
judaísmo de Nachmânides, tais convicções seriam logicamente inconcebíveis.
Em resumo, o Debate de Barcelona carrega seu peso de
conteúdo e distinção devido a sua abordagem em relação aos dois lados. Isto é,
ele não ocorreu da maneira como eram transcorridos os debates em geral.
Primeiro, pelo fato já mencionado de que não haviam muitas "forças" de
perseguição à comunidade judaica na época, proporcionando assim um debate
equânime. Segundo, que a perspectiva cristã com relação ao textos talmúdicos
inverteu-se de posição. Não foi adotada a conhecida posição ofensiva aos textos
(como ocorrera intensamente no Debate de Paris, isso será explicado no próximo
parágrafo), mas tratou-se de uma nova tática.
A nova tática era tentar provar a verdade do Cristianismo a
partir dos escritos judaicos, entre os quais o Talmud. Não era novidade tal
discussão entre Cristianismo e Judaísmo com base no Antigo Testamento. A
novidade era o acréscimo de textos talmúdicos e midráshicos, não só por si
mesmos, mas também como parte da exegese de passagens bíblicas. O que denotara
uma atitude muito amistosa com relação à sua posição demonstrada em Paris. Ali,
a virulenta postura antitalmúdica do principal contendor cristão, Nicholas
Donin, tinha origem em sua antiga hostilidade para com o Talmud, pois já tinha
feito parte do Caraísmo. Donin havia persuadido o papa de que o Talmud era uma
obra totalmente perniciosa, que deveria
ser apagada da memória dos homens. A abordagem de Raymund de Peñaforte, porém,
era muito mais civilizada, com relação tanto a judeus como até mulçumanos. Com
a sua ideologia, fundou academias onde monges dominicanos eram postos a estudar
os clássicos judeus e mulçumanos. A partir daí, foi dado o primeiro impulso
para o estudo do hebraico e do árabe nas universidades, sancionado pelo
Concílio de Viena em 1311. No estudo do Talmud, Peñaforte foi auxiliado pela
adesão de judeus convertidos ao cristianismo , alguns deles bem versados em seu
conteúdo. Um destes era Pablo Christiani, que foi o principal participante
cristão em Barcelona. Raymund Martini, discípulo de Peñaforte, foi o maior
estudioso cristão do Talmud e do Midrash.
Sabendo todo o contexto por trás desse debate, não é de
difícil compreensão entender o porquê de sua famosa afamação.
Em suma, historicamente não há como afirmar o lado vencedor
de tal debate, visto que no final dos registros tanto cristão quanto judaico há
uma divergência concomitante entre seu vencedor (cada um aponta a sua própria
vitória).
Portanto, basta-nos apreciar seu rico conteúdo histórico e
textual, tendo em vista, obviamente, que nem todos os pontos foram mencionados
nele, apenas aspectos gerais convenientes para aquele contexto.
Que D'us possa abençoar a todos, e fazer com que Seu nome
resplandeça sobre nós, em nome do nosso Messias, Rei e Senhor Yeshua!
Shemuel Ben Avraram
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