sexta-feira, 24 de abril de 2020

PARASHA TAZRIA - METSORA , ESTUDOS PARA OS LIDERES ISRAELITAS NETZARIN


PARASHÁ COMENTADA
Parashiôt 27/28: Tazria/Metzorá Vayikra/Levitico 12 à 13 e 14 à 15

Haftará Tazria: II Reis 4:32 à 5:19; Mateus 8:1-14 e 11:2-6; Marcos 1:40-45; Lucas 2:22-24, 5:12-16 e 7:18-23

Haftará Metzorá: II Reis 7:3-20; Mateus 9:20-26; Marcos 5:24-34; Lucas 8:42-48, Hebreus 13:4
Shabbat, 29 de Abril de 2017 – 01 de Nisan de 5776



No Monte Sinai, D'us nos entregou a Torá, que significa direção.
Ela foi transmitida de geração em geração, sem falhar, até os dias de hoje.
Ela é dividida em cinco partes que por sua vez são divididas em porções; as parshiot que transmitem instruções, um roteiro completo de como devemos agir neste mundo, de acordo com o Próprio Autor, o Criador do Universo.
Ao descobrir a Torá, você encontrará algo que o fará olhar o mundo e as pessoas de forma diferente, e se conectará com à Fonte, uma inspiração permanente para viver uma vida mais significativa.
Viver Torá é viver os tempos sonhados e ansiados pelos nossos Sábios.

Este é um comentário sucinto e objetivo das Lições da Torah e dos Profetas (ver Atos 13:15) ou Parashiôt, Nesta semana temos duas leituras de Parashá, são as Parashiôt Tazria e Metzorá, a primeira começa com a Mitzvá sobre qualquer mulher no ato de dar a luz (tazria)tradução conceber  uma nova vida. A Torah então instrui a mulher a trazer um Olah Korbano e um Chatat também depois de dar a luz. A Mitzvá de B’rit Milah, circuncisão caso a criança for menino, em forma ritual no oitavo dia, é novamente citada.




Um caso interessante nos chama a atenção, este ritual de purificação pós parto foi perfeitamente praticado por Myrian, a mãe de Yeshua, vemos este relato na íntegra no Sêfer de Lucas:
 “Completando-se o tempo da purificação deles(de Myrian e Yeshua), de acordo com a Torah de Moisés, Yosef e Myrian levaram o menino a Jerusalém para apresentá-lo ao Eterno, conforme está escrito na Torah do Eterno: Todo primogênito do sexo masculino será consagrado a Adonai. E, para oferecer o sacrifício, de acordo com o que diz a Torah do Eterno: duas rolinhas ou dois pombinhos" (Lucas 2:22-24)

Segundo a teologia cristã defendida pela igreja de Roma, Myrian teria sido concebida sem pecado original, é o que eles chamam de “imaculada conceição/concepção”, segundo esta doutrina cristã, Myrian precisava ter sido gerada sem pecado para que ela pudesse ser a mãe de um deus, por isso ela é chamada de “Maria mãe de deus”, portanto seria “pura” desde o ventre da mãe dela, acontece que toda esta falsa doutrina vai pelo ralo, simplesmente porque a Torah declara que toda mulher após um parto torna-se ritualmente IMPURA. E isso sem falar no relato de Lucas que declara que Myrian e seu filho Yeshua estavam IMPUROS, por isso que Yosef os levou até o Templo de Jerusalém para realizarem as oferendas de purificação registradas na Torah.
Observem como a Torah Sagrada DETONA com as doutrinas de Roma, primeiro derruba a heresia da “imaculada conceição”, isto é, Myrian estava tão impura como qualquer mulher ficaria após um parto, e a heresia do tal “messias deus” ou “deus encarnado” também cai por terra pois, Yeshua também ficou impuro após ter nascido, como qualquer criança ficaria.

Um comentário auxiliar
Para responder esta pergunta, seria lógico examinar primeiro os detalhes destas duas leis. Em Vayicrá 12:7, lemos que uma mulher que teve um filho deve trazer uma oferenda: "O Cohen oferecê-la-á perante D'us e expiará por ela, e ela ficará purificada da fonte de seu sangue; esta é a lei para aquela que dá à luz um menino ou uma menina." Esta lei provoca uma pergunta óbvia: Qual foi o pecado desta mulher que necessita de expiação?

Os rabinos do Talmud fornecem uma resposta interessante a este problema: enquanto está sob a tensão e dor do parto, pode ser que esta mulher tenha jurado jamais retornar a seu marido, a fonte e causa de seu sofrimento atual. Portanto, quando a mulher se recobra totalmente, volta para seu marido e assim negligencia seu juramento anterior, na verdade está quebrando este voto. Embora a Torá reconheça que este juramento foi feito sob grande angústia e dor, mesmo assim a mulher não pode ser totalmente absolvida de realizar qualquer tipo de penitência. Afinal, fez um juramento e isso não pode ser desprezado. Portanto, a Torá possibilita à mulher a oportunidade de obter completo perdão ao trazer uma oferenda.

A seguir, a Torah introduz o fenômeno de “Tzaraat” uma doença sobrenatural que atacava pessoas, roupas e construções na terra santa. Segundo os rabinos, esta espécie de lepra sempre se manifestava por causa do pecado da Lashon Hará(língua maligna). A Lashon Hará implica não apenas a falar mal dos outros mas também em levantar falso testemunho, fazer críticas maldosas sobre alguém, lançar maldições, fazer fofocas, calúnias, estando a pessoa afetada longe ou perto de quem fala. Foi o que aconteceu com Myrian, a irmã de Moisés, ficou leprosa por ter feito críticas contra ele e sua esposa, veremos mais precisamente este episódio em Parashiôt posteriores.











Vamos mudar a  nossa atenção mais seguindo o mesmo curso da discussão

 agora ao segundo ponto em questão, a aflição da tsaraat, descobrimos que a Torá inicia sua discussão da pessoa atacada por esta doença sem nenhum tipo de introdução; o leitor é lançado imediatamente numa discussão abrangente das várias formas e manifestações da tsaraat. A Torá não menciona a causa do tsaraat em lugar algum, dessa forma deixando a pessoa imaginar qual pecado poderia precipitar esta doença no corpo ou na propriedade de alguém. Rashi oferece uma resposta baseada sobre o Talmud, de que a causa primária do tsaraat é o grave crime de lashon hará. A fim de avaliar a gravidade de suas ações, aquele que fala lashon hará é afligido com tsaraat. Não apenas a pessoa afetada deve lidar com lesões cobrindo seu corpo, como também é forçada a separar-se da comunidade em geral, e suportar um longo processo de cura, assinalado por repetidas visitas do Cohen, para determinar o status e o desenvolvimento da doença.
Espera-se que toda esta angústia e tormento ajudarão a reconhecer seu mau procedimento e leve-a ao arrependimento. Neste ponto, podemos facilmente entender a justaposição destes assuntos aparentemente tão desconexos. A Torá aqui deseja nos ensinar o poder da palavra. Enquanto a sociedade ocidental professa crenças como "as pedras podem quebrar meus ossos, mas as palavras não podem ferir-me", o Judaísmo atribui muito mais importância e significado à palavra falada.
Toda palavra pronunciada deve ser cuidadosamente medida. Mesmo um juramento feito em meio as dores do parto deve ser contabilizado. Até um comentário aparentemente inofensivo sobre um judeu deve ser tratado. As palavras têm um significado. Não podemos permitir que nossa boca aja livremente, sem qualquer preocupação quanto ao resultado. Assim como a Torá nos foi outorgada no Monte Sinai, não por um rolo que caiu do céu, mas através da palavra sagrada de D'us, assim também devemos nos purificar e santificar nossas palavras.
O restante da porção descreve com riqueza de detalhes as várias e numerosas manifestações desta doença, e de como o Cohen possuía um papel importante no processo de cura (purificação), na verdade o sacerdote exercia duas funções: uma, de oficializar como sacerdote administrando e direcionando as oferendas dos israelitas no dia a dia do acampamento, e outra, fazia as vezes de médico, examinando o paciente e dando as devidas orientações higiênicas afastando o vetor da doença, seja ele a pessoa ou o objeto contaminado do meio social, evitando assim uma contaminação em massa do acampamento.
É interessante notar que a palavra hebraica para "aflição de tzaraat" e para "prazer" são escritas exatamente com as mesmas letras: Nun, Guimel, Ain( ג ). A aflição de tzaraat é chamada
"negá", e prazer em hebraico é “oneg”. A única diferença entre essas duas expressões é aonde o Ain é colocado. Como “Ain” em hebraico significa "olho", podemos entender que, se o Ain for colocado no lugar errado, causa uma doença, a negá. E se for colocado no lugar certo, se o olho for corretamente direcionado causa prazer, oneg. O prazer que vem de fargin. O prazer de observar o mundo através das lentes da realidade.
Conhecida como Metzorá, a pessoa afligida por uma mancha parecida com tsaraat na pele está sujeita a uma série de exames por um Cohen, que declara se o paciente está tahor(limpo) ou tamê(impuro). Se for tamê, ele será isolado para fora do acampamento, um castigo apropriado para alguém cuja língua maligna fez com que pessoas se separassem umas das outras criando uma série de problemas típicos de uma fofoca, fuxico ou calúnia. Após descrever os vários tipos, cores e manifestações da doença na pele, na cabeça e na barba da pessoa, a porção conclui com uma discussão sobre as vestes contaminadas por tsaraat.





A Parashá Metsorá 
continua a discussão de tsaraat, detalhando o processo de purificação de três partes da metsorá, ministrada por um Cohen, completa com imersões, Corbanot, e a raspagem de todo o corpo. Após uma demorada descrição da tsaraat em casas e a ordem de demolir toda a residência caso a doença tenha se espalhado, o capítulo final da porção discute várias categorias de emissões humanas naturais(homem e mulher), que tornam uma pessoa impura em graus variáveis.
Se prestarmos bastante atenção ao assunto tratado por esta Parashá, notamos que, na Parashá passada falava-se sobre o surgimento de uma doença chamada na Torah de tsaraat, e, nesta Parashá o caso muda de atenção, agora ao segundo ponto em questão, a aflição da tsaraat, descobrimos que a Torah inicia sua discussão sobre a pessoa atacada por esta doença sem nenhum tipo de introdução e depois fala de sua cura miraculosa, o leitor é lançado imediatamente numa discussão abrangente das várias formas e manifestações da tsaraat e sua possibilidade de cura.
A Torah não fala de que forma uma pessoa atacada por tsaraat poderia ficar curada, ao contrário, esta Parashá já começa falando sobre a cura dessa doença e de como a pessoa curada deveria proceder para ser considerada legalmente pura. Esta lacuna deixada pela Torah só nos leva a pensar que, se esta era mesmo uma doença espiritual causada por um grave pecado, a lashom hera, então sua cura só poderia vir por meio de um milagre de D’us. E foi justamente o que aconteceu. Um dos pré-requisitos para ser considerado Messias, entre outras coisas ele deveria purificar leprosos, foi por isso que Yeshua precisava ter purificado leprosos em seu tempo, e ele o fez, e não somente o fez como também orientou aos curados que se apresentassem a um Cohem a fim de serem considerados legalmente curados além de cumprirem com todas as exigências da Torah em relação ao leproso depois de curado:
“Em seguida Yeshua lhe disse: Olhe, não conte isso a ninguém. Mas vá mostrar-se ao Cohen e apresente a oferenda que Moshê ordenou, para que sirva de testemunho" (Mateus 8:4)
Yeshua ordenou que os curados da lepra fizessem a oferenda ordenada pela Torah em uma demonstração de perfeita harmonia entre ele e a Torah do Eterno, com isso, vemos o herético argumento cristão de que Yeshua veio para abolir a Torah por causa da Graça ir pelo ralo, Yeshua não só curava como também ensinava aos curados de espírito a cumprir a Torah, esta é uma das muitas vezes em que vemos o Messias em perfeita harmonia com a Torah do Eterno.

O Sentido Espiritual das Parashiôt(comentários da Kabalah):
Sobre a Tazria, nesta porção da Torah, são abordadas as Leis de doenças da pele, chamadas de “Tsaraat”. Embora tenha sido traduzida como Lepra, esta doença de pele tem pouca semelhança com qualquer moléstia corporal. A “tsaraat” é a manifestação física de uma doença espiritual.

O corpo humano tem uma linguagem própria, tanto fisicamente (temperatura, pressão arterial, ritmo cardíaco) quanto do ponto de vista simbólico. Cada falta ou desequilíbrio representa uma imperfeição da alma, transformando-se em oportunidades de crescimento. Compreender e interpretar o corpo e suas sensações pode ser uma importante ferramenta de autoconhecimento. A doença não é uma punição, é um sinal de desequilíbrio, e uma oportunidade para correção.

Para os sábios rabinos, a causa espiritual da doença citada, é o Lashon Hará ou língua maldosa, o mal uso das palavras. No hebraico, as palavras têm um significado e não podemos falar sem qualquer preocupação quanto ao resultado. Toda palavra pronunciada deve ser cuidadosamente medida. Precisamos ter o cuidado de evitar o ato de falar ou escutar coisas negativas sobre outras pessoas, mesmo quando o conteúdo é verdadeiro. A Lashon Hará inclui também o falso testemunho, a mentira, a lamúria ou as promessas feitas de forma negligente. As palavras têm um significado e não podemos falar sem qualquer preocupação quanto ao resultado.

Mas por que a Torah enfatiza justamente a transgressão de Lashon Hará? O nosso comportamento no mundo físico, desperta forças espirituais equivalentes nos mundos superiores. Quando as pessoas se respeitam e tratam os outros com misericórdia, são despertadas forças espirituais de misericórdia sobre todo o mundo. Já quando as pessoas são muito rigorosas com as outras, não deixando nada passar, são despertadas sobre o mundo forças espirituais de severidade e julgamento. Foi justamente por isso que o nosso irmão, apóstolo Ya’akov(Tiago), escreveu acerca do bom uso das Palavras e do falar: “Meus irmãos, não pretendam ser muitos de vocês mestres, pois vocês sabem que nós, os que ensinamos, seremos julgados com maior rigor. Todos tropeçamos de muitas maneiras. Se alguém não tropeça no falar, tal homem é um varão perfeito, sendo também capaz de dominar todo o seu corpo” (Tiago 3:1-2) Ótimo este conselho de Ya’akov, nos adverte a termos muito cuidado com aquilo que falamos a respeito de nosso próximo e de como devemos usar nossas palavras para o bem dos outros.
Sobre a Metzorá, A Parashá Metzorá relata sobre uma pessoa afligida por uma espécie de lepra, tanto em seu corpo como em sua propriedade, e o tratamento que tais pessoas deveriam se submeter, isolando-se da Comunidade(da família, filhos e entes queridos), ter mais cuidados de higiene e pedir perdão ao Eterno suplicando por sua cura.

Espera-se que toda esta angústia e tormento ajudarão a reconhecer seu mau procedimento que o levou a adquirir tal doença e leve-a ao arrependimento. Neste ponto, podemos facilmente entender a justaposição destes assuntos aparentemente tão desconexos. A Torah aqui deseja nos ensinar o poder da Palavra.

Enquanto a sociedade ocidental professa crenças como "as pedras podem quebrar meus ossos, mas as palavras não podem ferir-me" ou “o que vem debaixo não me atinge”, o Judaísmo, ao contrário, atribui muito mais importância e significado à palavra falada.

Quando a Torah se refere as impurezas de nosso corpo tais como a emissão do fluxo seminal e a emissão do fluxo menstrual, ela não está querendo deixar-nos em uma situação de opróbrio ou vergonha, absolutamente, a lição aqui apresentada se refere a nossa condição de pecadores, mesmo sem termos cometido pecado algum, que desabone nossa conduta diante do Eterno, ainda assim somos indignos de estarmos em sua santíssima presença, o profeta Isaías declara que até a nossa justiça, isto é, aquilo que consideramos mais justos para nós, diante do Eterno são apenas trapos de imundícies (ver Isaías 64:6).

Há apenas um ser humano que foi considerado Tsadik(justo) diante do Eterno, o Messias, por meio da justiça de um homem justo nós somos justificados diante de D’us, conforme D’us tem dito: “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o Justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si” (Isaías 53:11)

O Poder das Palavras
Por Steve Hyatt
O Chofetz Chaim (Rabi Israel Hacohen, 1838-1933) concordou prontamente quando outro rabino proeminente pediu sua ajuda num problema comunal em outra cidade da Polônia. A participação do famoso Chofez Chaim certamente acrescentaria considerável sucesso à missão devido ao respeito que lhe devotavam todos os seus correligionários.
No decorrer da viagem os dois rabinos pararam numa estalagem à beira da estrada para fazerem uma refeição. Estavam contentes por comer naquele estabelecimento, pois uma mulher judia, respeitada pelos seus altos padrões de cashrut, era a dirigente. Os dois rabinos foram acomodados à mesa de honra e tratados com todas as honras.

Após terminarem a refeição, a proprietária foi até a mesa indagar se tinham apreciado a comida.
O Chofetz Chaim sorriu educadamente e respondeu: "Estava muito saborosa, gostei bastante. Muito obrigado."
O outro rabino disse: "A refeição estava muito boa, obrigado. Somente, se me permite, a sopa poderia ter um pouco mais de sal."
Quando a proprietária se afastou, o Chofetz Chaim voltou-se para seu acompanhante, e numa voz angustiada declarou:
"Inacreditável! Durante toda a minha vida tenho evitado falar ou ouvir lashon hará (calúnia sobre um judeu) e aqui estou, indo numa viagem para cumprir uma mitsvá, e sou colocado numa situação de ser obrigado a ouvir você falar lashon hará! Arrependo-me profundamente do meu envolvimento nessa missão, pois não pode ser uma verdadeira mitsvá. Se fosse, algo tão terrível não teria me acontecido!"
O outro rabino ficou chocado e aborrecido com a reação do Chofetz Chaim. Para ele, parecia ser uma observação inocente. "O que há de tão terrível no meu comentário? Apenas mencionei que um pouco de sal teria ajudado a comida, que se não fosse por isso estaria excelente."
O Chofetz Chaim começou a explicar-se. “Você com certeza não entende o poder que as palavras possuem”! Apenas veja que reação em cadeia as suas palavras desencadearam: Estou certo de que a dona da estalagem não faz a comida; ela provavelmente emprega alguma pobre mulher para cozinhar; talvez mesmo uma viúva que depende do trabalho para viver.
"Devido ao seu comentário impensado, a empregada será repreendida por não colocar sal suficiente na comida. Ela tentará defender-se, dizendo que colocou sal o bastante, o que será uma mentira. Então a patroa a acusará de mentir, pois certamente colocará a sua palavra acima da palavra da pobre cozinheira. Isso levará a uma discussão, e a proprietária, em sua fúria, despedirá a pobre mulher, que então não terá mais como sustentar a si mesma e à família. “E pense quantos pecados foram causados por uma observação desastrosa”!

"Você falou lashon hará e fez com que outros escutassem; fez a dona da estalagem repetir o lashon hará; a pobre cozinheira foi obrigada a dizer uma mentira; a patroa causou sofrimento à pobre mulher; suas palavras provocaram uma discussão. Todas essas são violações da Torá!"
O rabino, que ouvira atentamente a explicação do Chofetz Chaim, respondeu com respeito: "Reb Yisrael Meir, não posso deixar de sentir que você está reagindo com exagero a esse incidente. Minhas palavras casuais não poderiam ter criado tamanho dano. Creio que o seu cenário simplesmente não é realista."
O Chofetz Chaim levantou-se da cadeira, ainda agitado, e disse: "Se você não me acredita, então siga-me até a cozinha e verá com seus próprios olhos o que aconteceu!"
Os dois rabinos entraram silenciosamente na cozinha, e se depararam com um quadro triste: a proprietária estava de pé perante uma senhora idosa, passando-lhe uma descompostura; a mulher tinha lágrimas correndo pela face. O rabino, abalado, correu para a cozinheira e pediu-lhe perdão por toda a dor que tinha lhe causado. Voltou-se então à proprietária e implorou a ela que o perdoasse e esquecesse que ele tinha feito aquele comentário. Jamais pensara que aquilo seria levado tão a sério.
A dona da estalagem, que na verdade era uma pessoa bondosa por natureza, não tinha pensado em demitir a empregada idosa, e ficou contente em aceder ao pedido do rabino. Ela explicou que apenas tinha desejado comunicar à empregada que esta deveria ser mais cuidadosa no futuro. Assegurou ao rabino que o emprego da mulher estava seguro e que ele não precisava se preocupar. O rabino lançou um olhar de entendimento ao Chofetz Chaim. Ele com certeza tinha adquirido um novo respeito pelo grande poder das palavras.

Que Adonai Eterno abençoe a Leitura e o Estudo de sua Palavra.


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