Parashá 16: Beshalach

PARASHÁ COMENTADA.
Parashá 16: Beshalach, Shemot/Êxodo 13:17 à 17
Haftará: Juízes 4:4 à 5:31; Lucas 2:22-24; João 6:25-35; 1 Coríntios 10:1-6; Apocalipse 15:1-4
Shabat, 11 de Fevereiro de 2019 – 15 de Shevat de 5779

Shavua tov , queridos achim (irmaos ),mais

 uma semana abençoada para todos  shabat 

e mais uma porção que o Eterno nos dar para nosso desfrute e aprendizado.

Esperamos que todos os achim façam  diariamente sua leitura da porção e no Shabat  com a participação de todos ,vamos fazer uma explanação ,contamos com seu comentário para acrescentar as nossas lições. 

Este é um comentário sucinto e objetivo das Lições da Torah e dos Profetas(Atos 13:15) ou Parashiôt, a Parashá 
desta semana nos apresenta uma série de acontecimentos que mexeria com a Fé do povo de Yisrael, entre os quais, o perigo de enfrentar a guerra, a falta de comida, a falta de água e o ataque surpresa dos amalequitas. 

Ora, Adonai não levou os israelitas para fora do Egito sobre a rota oficial dos marcadores, o que seria o mais lógico, mas levou o povo pelo caminho do deserto, pois Adonai sabia que os recém libertos israelitas não teriam fé suficiente para encarar um enfrentamento direto com os filisteus, um povo tão guerreiro quanto os egípcios, por isso os fez tomar outro caminho.

Adonai ia adiante deles numa coluna de nuvem de dia, e numa coluna de fogo durante a noite para que pudessem viajar dia e noite, pois, Adonai sabia que o coração de faraó iria endurecer pela última vez e sairia ao encalce dos israelitas. Ao deixar o Egito, Moisés leva os ossos de Yosef com ele, recordando as últimas palavras de Yosef: "Adonai certamente vai lembrar de vocês, por isso levem meus ossos daqui à terra prometida.”

O Eterno disse a Moisés para armar o acampamento em frente ao Mar Vermelho. "Eu, então, endurecerei o coração de faraó, para que ele tente capturá-los lá.

curiosidade da arqueologia  


Em 1984, R. Wyatt, fotografou e filmou as regiões de Midiã na Arábia, levantando provas e evidências da verdadeira rota dos hebreus. Muitos documentos e até mesmo nossas bíblias modernas trazem mapas apontando uma outra rota possível para os reais itinerários do povo de Israel, contudo carecem de comprovação arqueológica
Mesmo sem haverem provas concretas algumas regiões no Egito foram tradicionalmente aceitas por judeus e cristãos como sendo a rota do Êxodo

Então vou afirmar minha autoridade sobre faraó e todo mundo vai reconhecer que Eu Sou o Eterno." Aconteceu justamente o que Adonai previu. Adonai disse a Moisés para estender a sua mão novamente para que retorne a água do mar.



comentários profundos 

Quando os judeus estavam a ponto de chegar a Yam Suf ( Mar Vermelho), Moshê lhes ordenou em nome de 

D’us: "Sigam adiante! D’us fará um milagre. O mar recuará."

Entretanto, grandes ondas se quebravam na praia. O mar estava tão bravo como sempre; poderoso e ameaçador.D’us estava aguardando. Queria pôr à prova o Povo de Israel para ver se realmente confiavam nEle e se acreditavam que secaria o mar. Continuariam entrando no mar? Nachshon ben Aminadav, o líder da tribo de Yehudá, não pensou duas vezes. Sua fé em D’us era tão forte que saltou ao mar sem temor. Os outros judeus que confiavam em D’us o seguiram. Continuavam adiante, embora a água lhes chegasse ao pescoço.D’us disse: "Sua grande emuná (fé) em Mim será recompensada." Ordenou a Moshê que estendesse a mão. Toda a água recuou abrindo um caminho por entre as águas que formavam paredes altas dos dois lados. Então o restante dos judeus cruzou pelo meio do mar, sobre terra firme.

Os milagres durante a travessia

Não havia um só caminho através do mar, pois D’us criou doze diferentes trilhas secas, pelas quais Bnei Israel pôde cruzar. Deste modo, cada uma das doze shevatim (tribos) pôde cruzar pela sua própria trilha.

À direita e à esquerda de cada trilha, a água se congelou para formar uma parede alta. A água também formou um teto sobre as cabeças, de modo que cada tribo caminhava por um túnel. As paredes e o teto protegiam os judeus das flechas dos egípcios. D’us também designou anjos especiais para que protegessem os túneis e cuidassem de Bnei Israel para que não sofressem nenhum dano.

O que acontecia se um menino judeu sentisse sede ao cruzar Yam Suf (Mar Vermelho)? Assim que pedia água, a parede congelada a seu lado se abria e dela surgia uma fonte de água fresca. Assim que o menino terminasse de beber, o manancial voltava a transformar-se em gelo. Se uma criança tinha fome e começava a chorar, acontecia outro milagre. As paredes de Iam Suf (Mar Vermelho) produziam de imediato uma maçã ou uma romã, ou o que a criança desejasse. A mãe estendia a mão, pegava a fruta e a dava ao menino. Este começava a sorrir e desfrutava o resto da travessia pelo oceano. Todos os judeus cruzaram sãos e salvos.   

Nível Básico: conhecimento sobre a narrativa

l) Qual foi a última providência de Moisés, ainda em solo egípcio, antes saida de Israel?
2) Qual foi o primeiro milagre do deserto?
3) Em que situação da parashá parece ter sido usada uma tática de ;guerra psicológica???
4) Em que situação da parashá houve uma fala do gênero ;agora é hora de agir ??
5) Que fenômeno ocorreu em comum na praga dos gafanhotos e na abertura do mar Vermelho?
6) Qual o estribilho da Shirat Haiam (Canção do Mar)?
7)  Para lembrar um dos mais incríveis milagres que ocorreram no há um costume (uma halachá, na verdade) que se guarda até hoje nas refeições do Shabat. Do que estamos falando?

 Pela manhã, as águas do mar Vermelho haviam secado naquele trecho, passa apressadamente pois, os exércitos de faraó já se aproximavam, ao chegarem a outra margem do mar, Moisés estende novamente sua mão e o mar cobre o exército de faraó que afoga-se nas águas salgadas do mar Vermelho, de modo que nem mesmo um deles permaneceu vivo. Quando os filhos de Yisrael viram o que Adonai fez aos egípcios, eles confiaram em nEle e em Moisés como profeta do Eterno. Moisés e os israelitas cantaram este cântico ao Eterno: "Quem é semelhante a ti, Adonai, dentre todos os deuses que são adorados? Quem é como Tu, glorificado em santidade? Impressionante em esplendor, trabalhando maravilhas! Adonai reinará para todo o sempre." Myriam, a profetisa, irmã de Arão, com seu tamborim na mão levou as mulheres atrás de si cantando, dançando e dizendo: "Cantai ao Eterno pois, gloriosamente triunfou."

A partir do Mar Vermelho, Moisés conduziu o povo para um novo deserto. Durante três dias eles não encontraram água e quando finalmente chegaram a um oásis, a água era muito amarga para beber. O povo de Yisrael chorou e murmurou pela falta de água, esquecendo-se rapidamente do grande milagre que havia ocorrido pouco tempo atrás. Assim, Adonai mostrou a Moisés como lançar uma determinada árvore na água, para torná-la saudável, este era uma Ato profético, um recurso que mais tarde seria usado por outros profetas de D‟us. Adonai repreendeu os israelitas pela falta de Fé e de paciência dizendo: "Se vocês ouvirem a voz de Adonai seu D‟us, e fizeres o que é reto aos Seus olhos, e deres ouvidos aos seus Mandamentos e guardares os seus Estatutos, vocês serão sempre saudáveis e nenhuma doença cairá sobre vocês igual as que caíram sobre os egípcios, pois eu sou Adonai que vos dá a cura( Adonai Rofe'echa)."

Ao continuarem a viagem, eles tiveram fome, então reclamaram outra vez a Moisés e a Arão: "Você nos trouxe para este deserto para nos matar de fome." O Eterno disse a Moisés: "À noite, vocês comerão carne e de manhã comerão pão. Em seguida, vocês devem reconhecer que Eu, o Eterno, sou o seu D‟us." Parece que constantemente Yisrael esquecia que Adonai era de fato o D‟us deles pois, Adonai sempre os lembrava: “Eu Sou o seu D‟us”. A noite apareceu muitas codornas para os que desejaram carne e na parte da manhã tinha orvalho ao redor, quando o orvalho levantou, havia uma substância fina e escamosa em todos os lugares, o povo perguntou: “Man hu?"(o que é isto) Isto é a comida de D‟us", Moisés anunciou, cada um deveria colher o suficiente para as provisões de um dia, quem guardasse para o dia seguinte apodrecia.

Quando algumas famílias teimosas tentaram guardar para o dia seguinte sua comida ficou podre e com larvas. No entanto, no sexto dia, Moisés disse aos israelitas: "O Eterno instruí-los a recolher o dobro da quantidade de alimento no sexto dia, porque o sétimo dia é o Dia de descanso, o Santo Shabat do Eterno, no sétimo dia não o encontrareis no campo. Entretanto, alguns rebeldes desobedientes saíram no sétimo dia porém não encontraram, isso irritou muito Adonai pois percebeu que alguns desprezavam o Shabat do Eterno, então Adonai lamentou a Moisés dizendo: "Por quanto tempo este povo vai se recusar a seguir os meus Mandamentos e os meus Ensinamentos? Observem o sétimo dia como o Shabat para santificá-lo por todas as vossas gerações."

Os israelitas chamaram para a comida que veio do céu de "manah" e tinha gosto de pão de mel. D‟us instruiu-os a manter um pote com um ômer cheio de manah e guardassem dentro da Arca do Testemunho para todas as gerações, para lembra-los como o Eterno alimentou os israelitas durante quarenta anos no deserto. No acampamento seguinte, em Refidim, mais uma vez, não havia água e o povo sem Fé ficou irritado com Moisés. "Por que vocês sempre brigam comigo? Por que vocês sempre colocam Adonai à prova?" retorquiu Moisés ao povo. Para D‟us, porém, Moisés diz: "O que vou fazer com essas pessoas? Não vai demorar muito eles vão me apedrejar." Adonai instrui Moisés para ir na frente com os anciãos de Yisrael em Horebe e golpear uma rocha para trazer água para o povo beber. Moisés faz isso. O lugar se chamou Massah e Meribá, porque lá eles colocaram Adonai a prova e duvidaram, dizendo: "O Eterno está presente no meio de nós ou não?"

Neste acampamento, um inimigo anti-semita, Amalek veio para lutar contra Yisrael. Moisés mandou Yehoshua com um exército para a batalha contra os amalequitas, enquanto isso, Moisés estava no topo de uma colina com a vara de D‟us na sua mão. À medida que a luta começou, quando Moisés levantava a mão, Yisrael prevalecia, mas quando ele abaixava a mão, prevalecia Amaleque. Mas os braços de Moisés ficaram pesados, então, Arão e Hur, um de cada lado, seguraram as mãos de Moisés até Yehoshua bater os amalequitas. Moisés construiu um altar no cume do monte e chamou “Adonai Nissi”, o Eterno ordenou que Moisés escrevesse para memória em um livro que Ameleque fosse exterminado para sempre, sabendo que a guerra contra Amaleque estaria presente ao longo das gerações.

O sentido espiritual da Parashá(comentários da Kabalah):
A porção desta semana narra a saída do Egito e a milagrosa travessia do Mar Vermelho, mas apesar da grandeza deste momento, é importante evidenciar que, apesar da constante falta de Fé e dúvidas dos israelitas, a Torah Sagrada dá mostras e fala sobre plenas certezas do começo ao fim.
“E disse o Eterno a Moisés: Porque clamas a Mim? Fala aos filhos de Yisrael que marchem!” (Êxodo 14:15)

Há momentos na vida em que os problemas parecem intransponíveis. A Torah nos ensina que tudo o que precisamos já está à nossa disposição, basta estarmos conectados com a Luz Divina do Eterno, injetarmos certeza e AGIR.

Todos nós temos uma centelha Divina dentro de nós e ela nos dá o poder de realizarmos muito mais do que poderíamos imaginar. O Messias disse certa vez:
“Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai” (João 14:12)

Para nos conectarmos com a Luz Divina precisamos, apenas, dar o primeiro passo, crie uma pequena abertura e a Luz Infinita irá fluir através dela, é necessário um ponto de partida para a Luz Divina se manifestar, então comece logo e o Criador fará o resto.

“Quem nos dera morrer na mão do Eterno, na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão a fartar; e foste nos trazer a este deserto para matar toda esta Congregação com a fome” (Êxodo 16:3)

Apesar dos milagres presenciados, os corações dos hebreus estavam cheios de dúvidas, o povo de Yisrael estava acostumado à zona de conforto proporcionada pelo estado de escravidão, provando que podemos nos acomodar com qualquer condição e que diante do novo tudo pode parecer ameaçador, até mesmo a liberdade. Muitos hoje em dia preferem morrer em seus pecados acariciados do que dar uma chance na mudança de vida, as Veredas Antigas e o Caminho da Teshuvá do Eterno parecem ameaçadores para certas pessoas, por isso, muitas vezes, ouvimos a frase: “Mudar de religião pra que? Nasci nessa e nessa vou morrer”.

A Torah nos ensina que eles saíram de dentro do Egito, mas o Egito não havia saído de dentro deles, muitas vezes, pensamos resolver nossos problemas, trocando de emprego, de casa ou começando novos relacionamentos. Mudanças externas podem ser positivas desde que acompanhadas de uma transformação do “eu” interior. Muitos dos que aceitaram a Teshuvá do Eterno não conseguem se desvencilhar de suas antigas crenças e dogmas, e, por isso, tentam de todas as maneiras aglutinar doutrinas romanas à Fé Patriarcal e, acabam criando uma “nova” religião, não é raro encontrarmos pessoas que se auto proclamam de “nazarenos” mas que defendem doutrinas romanas tais como trinitarismo, unicismo e sabatismo lunar, tais pessoas podem até ter saído de Roma, mas Roma ainda não saiu de dentro destas pessoas.

Ser livre exige de nós responsabilidades e um constante estado de transformação, a santificação é uma escada que deve ser galgada a cada dia. A estagnação é a semente do caos e geralmente é fomentada pela dúvida e falta de Fé. Que Adonai Eterno abençoe a Leitura, o Estudo e a Prárica de sua Palavra.


ק ל שראל ת ספרד נצר ת ב ת בנ אבר ם
Congregação Israelita Sefardita Notserit Beyt B'nei Avraham – Belém/Pa
Congrecaçao filhos de Sião - Currais Novos /RN

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Rav Marlon Troccolli, Shaliach Inacio Medeiros ( Shaul ben Derech )