quinta-feira, 2 de abril de 2020

PARASHÁ COMENTADA.,Parashá 25: Tzav, Vayikra para lideres do judaísmo nazareno históricos

PARASHÁ COMENTADA.

Parashá 25: Tzav, Vayikra/Levítico 6 à 8

Haftará: Jeremias 7:21 à 8:3 e 9:22-23; Marcos 12:28-34; Romanos 12 1-2; 1 Coríntios 10:14-23

Shabat, 04 de Abril de 2020 – 10 de Nissan de 5780







Este é um comentário sucinto e objetivo das Lições da Torah e dos Profetas (ver Atos 13:15) ou Parashiôt, a Parashá desta semana é chamada de Tzav (Ordene). Esta porção é quase uma continuidade de Vayikrá e começa com os ensinamentos relativos ao serviço no Mishkan, a Porção da semana passada descreveu os sacrifícios, da perspectiva do doador, nesta semana a Torah concentra-se mais diretamente nos Sacerdotes, fornecendo mais detalhes sobre seu serviço. Depois de descrever a manutenção do fogo sagrado que ardia sobre o altar, a Torah vai nos detalhar os vários tipos de sacrifícios que Aarão, seus filhos e as gerações seguintes de Sacerdotes deveriam oferecer.


A porção desta semana continua o contorno dos korbanot (sacrifícios), que começou na semana passada em Parashat Vayikra, seu título, Tzav, é um significado imperativo "ordene ou comande", o sacerdote como o agente do Eterno certifica-se de que a oferta do adorador é apresentada na forma como Adonai deseja. A ordem tanto era para instruir os sacerdotes com respeito ao método correto de se oferecer os sacrifícios como a maneira com que eles deveriam se vestir quando fossem oferecer tais sacrifícios.


Em uma passagem paralela em Êxodo chamado Tetzaveh, da mesma raiz como Tzav, ver Êxodo 28: 40-43, as peças de vestuário sacerdotal são descritos na mesma ênfase que a mobília no Tabernáculo, como se o próprio sacerdote fizesse parte delas.


Mas nossa passagem vai mais longe, enquanto o ofertante colocado suas mãos sobre a cabeça do animal ofertado, sugerindo uma transferência de culpabilidade do pecador para seu substituto expiatório, as descrições das vestes do sacerdote sugerem que o sacerdote também faz parte da oferta, uma representação exata da obra do Messias como vítima expiatória e sacerdote ao
 mesmo tempo.

E a Parashá continua descrevendo outras ofertas, a oferta de cereais, Minchah, literalmente, aquilo que é colocado no altar, uma parte é enviada simbolicamente para o reino invisível do Eterno por meio da queima da oferenda, como o Olah, mas o restante é comido por Aarão e seus filhos.


Esta oferta é feita de farinha e óleo de oliva, cozido semelhante a panquecas. Eles deviam ser feitos sem fermento (chametz em hebraico), isto é, um Matzá, como e todos os outros alimentos de Páscoa.


Talvez fosse uma lembrança constante do ritual da passagem que ocorreu nas vésperas da saída do povo de Yisrael do Egito, porém, na Minchá, o Matzá teria outra conotação, Adonai instrui Moisés para dizer a Faraó: "Deixa ir o meu povo, para que me sirva" (Êxodo 10:3), agora que eles estão livres, eles construíram o Tabernáculo, e podem servir ao Eterno como Moisés havia dito a faraó, e a oferta de cereais (ázimos) lembra-lhes isso.


 Temos a seguir a Oferta pelo pecado (chatat - Levítico 6:24-30), e a Oferta pela culpa (asham –Levitico 7:1-10). São chamadas de refeições kadoshim (coisa santíssima) e deveriam ser comidas pelos sacerdotes dentro do Mishkan, há um simbolismo muito grande envolvendo este ritual que não foi de todo revelado, o sangue e a gordura deveriam ser evitados o seu consumo, o sangue era derramado debaixo do altar e a gordura era queimada junto com a oferenda.


Em seguida, as variedades da oferta (sh'lamim) são detalhados (Levítico 7:11-18): A Oferta de gratidão (todah zivchei) e a Oferta voluntária (neder ou n'davah). Essas ofertas especiais acompanhavam expressões verbais de Ação de Graças ou Juramentos, tudo numa demonstração de interligar o poder do Altíssimo com os eventos ocorridos em nossas próprias vidas tais como milagres, curar, salvamentos, libertação, livramentos, bênçãos recebidas e etc...


A porção termina com a cerimônia de consagração de Arão e seus filhos, o sacerdote é novamente tratado como parte do mobiliário no Tabernáculo no versículo 10, quando, depois que Moisés vestiu Aarão com suas vestes sacerdotais, ele unge o todo o Tabernáculo.


Depois ele imola um touro para um chatat, aparentemente para expiar os pecados de Arão antes de sua consagração, Moisés leva um pouco do sangue e coloca-lo sobre os chifres, nas extremidades das pontas do altar. Pouco tempo depois ele borrifa sangue nas extremidades da orelha de Arão e de seus filhos, no polegar da mão direita, e do pé, como se seus corpos fossem a extensões do altar (Levítico 8:22-24). Eles, em seguida, deveriam sentar-se à entrada da Tenda do Encontro, durante sete dias, comendo a carne e o pão fornecido a eles. O simbolismo é rico: a porta da Tenda lembra Abraão, que estava sentado na porta de sua própria barraca e viu a Presença da Luz Divina (Gênesis 18:1); os sete dias recordam os sete dias da criação, como se Arão e seus filhos estivessem sendo recriados durante este período em tendas de vida.


Este ano, a Parashá Tzav coincide com um Shabat especial, um Shabat de preparação espiritual para a Pêssach, refletindo no estado de Pessach como não só comemorando a redenção no Egito, mas também prevendo a redenção final no tempo da vinda do Messias, o Mashiach de Yisrael, "o Ungido" a semelhança de como Arão e seus filhos também foram ungidos. Ouve um debate no período rabínico sobre se o Messias viria a partir da linhagem davídica dos reis ou dos sacerdotes, os essênios exploraram muito esta discussão, e a leitura deste haftarah é um lembrete de que, tradicionalmente, os judeus têm olhado para o Messias como aquele que vai restaurar o Templo e seus ritos, o judaísmo progressista(antigo reformista) rejeita este aspecto do messianismo judaico, olhando em direção a uma era messiânica de paz e justiça universal.


Pode o Tabernáculo servir como um símbolo da presença Divina entre nós, isto é percebido em Apocalipse 21:3, na porta da Tenda, os responsáveis do serviço religioso se preparavam na grande tarefa de celebrar a presença do Eterno em nosso meio.


No judaísmo antigo, os sacerdotes eram um símbolo da vocação de todo o povo de Yisrael como nação sacerdotal (ver Êxodo 19:6), encarregado de trazer as nações para o serviço de D’us. O imperativo de Tzav pode servir para despertar o chamado em cada um de nós como sacerdotes do Altíssimo.


O Sentido Espiritual da Parashá(comentários da Kabalah):


A Parashá Tsav acaba parecendo apenas uma repetição do Vayicrá, porque continua falando

sobre os sacrifícios feitos pelos Sacerdotes e sobre o processo de consagração dos mesmos. A missão do “sacerdote” é ser uma ponte de ligação entre o Mundo Infinito, onde o Eterno habita, e o mundo material.

Esta Porção ensina que devemos aprender a separar o nosso sacerdócio, de toda forma de corrupção para assim dar-lhe a unção (que nada mais é do que o seu propósito) que lhe é destinado.

Aarão, o irmão mais velho de Moisés, que sempre o acompanhou em suas missões, na qualidade de seu porta-voz e “assessor”, agora estava prestes a tornar-se um tipo de líder que Moisés não estava destinado a ser: um Sumo Sacerdote. Moisés também não entraria na Terra Prometida junto com o povo de Yisrael. Esse foi o papel de Josué.

A missão de cada pessoa é única e todas são igualmente importantes. Todos nós viemos a este mundo com uma missão, e quando não cumprimos essa tarefa que é exclusivamente nossa, a Luz que viemos revelar permanecerá oculta não cumprindo assim os seu propósito no mundo que ser é Luz aos gentios (ver Isaías 42:6).

Korban, em hebraico, significa sacrifício no sentido de expiação e deriva do mesmo radical da palavra aproximar. Por isso que o sacrifício(korban) de Yeshua aproximou a todos, judeus e gentios arrependidos e dispostos a viver sob a Luz do Eterno conforme ensina o Rabi Shaul haSheliach:



“Naquele tempo estáveis sem o Messias, separados da Congregação de Yisrael e estranhos às Alianças da promessa não tendo esperança e sem o Eterno no mundo. Mas, no Messias Yeshua, vós que antes estáveis longe, fostes APROXIMADOS pelo sangue do Messias” (Efésios 2:12-13)


Encontramos o assunto de sacrifícios pela primeira vez na Torah, quando os dois filhos de Adão trouxeram oferendas ao Eterno. Abel ofertou do melhor de seu gado e Caim deu apenas os restos de seus frutos. As oferendas de Abel foram aceitas e as de Caim foram rejeitadas.

 Quando desejamos nos aproximar da Luz temos que dar o melhor de nós mesmos. Cada pessoa tem que trabalhar para refinar seu temperamento, sua natureza e instintos, isto é, sacrificar sua“natureza animal”.


Em outras palavras, quem sabe controlar suas vontades, subjugar seu ego e substituir seus desejos egoístas por altruístas, fica mais próximo da Luz Divina.


O Refinamento e a Reparação é a nossa missão no Mundo físico, devemos procurar nos tornarmos melhores dia após dia, a estagnação gera o início do ciclo repetitivo de falências em nossas vidas.


O Refinamento é algo que o ser humano deve exigir de si mesmo e não do “outro”, quando queremos despertar no outro a consciência e o comprometimento com o seu crescimento pessoal, devemos fazê-lo sim, mas através do nosso exemplo, de nossa personalidade e dos valores que transmitimos. Que Adonai Eterno abençoe a Leitura e o Estudo de sua Palavra.




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