quinta-feira, 12 de março de 2020

PARASHA Ki tissa COMENTADA PARA OS PROFESSORES




Parashá 21: Ki tissa, Shemot/Êxodo 30:11 à 34
Haftará: 1 Reis 18:1-39; Lucas 11:14-20; Atos 7:35 à 8:1; 1 Coríntios 10:1-13

Shabat, 18 de Março de 2019 – 20 de Adar de 5779

Este é um comentário sucinto e objetivo das Lições da Torah e dos Profetas (ver Atos 13:15) ou Parashiôt, a Parashá desta semana é chamada de Ki Tissá, que significa “Quando contares”. Esta é a terceira de várias Parashiôt que expõem em detalhes a construção do Mishkan/Tabernáculo, Ki Tissá começa com Moisés recebendo a ordem para fazer um censo, coletando uma contribuição de uma moeda (meio shekel) de cada adulto do sexo masculino com idade acima de 20 anos. Betsalel e Ohalioav são indicados como os artesãos que deveriam supervisionar a construção do Tabernáculo que está para ser iniciada.


O Povo de Yisrael é convidado a celebrar o Shabat Kodesh e em seguida a Torah retoma a narrativa das Revelações no Monte Sinai, e descreve o episódio triste e lastimável da construção do bezerro de ouro, símbolo da rápida apostasia de Yisrael. O Eterno diz para Moisés retornar ao povo imediatamente, ameaçando destruir a todos e formar outra nação a partir de Moisés.



Adonai estava com Moisés no Monte Sinai por 40 dias e 40 noites. Adonai já tinha ordenado a Moisés como construir a tenda da reunião para Ele. Este lugar de moradia era o santuário sagrado móvel, onde as pessoas podiam trazer oferendas ao Eterno.

Sacerdotes deviam usar roupas especiais e se lavarem antes de oficiar neste santuário. Cada pessoa, ricos e pobres, deveriam doar metade de um shekel para financiar o serviço no santuário.

Pessoas especializadas em perfumes deveriam preparar um óleo da santa unção, onde seria usado para ungir e consagrar todos os objetos sagrados do Mishkan, inclusive para a unção de
Arão e seus filhos como sacerdotes. Também os mesmos artesões indicados pelo Eterno deveriam preparar o incenso aromático que deveria ser usado unicamente no Santuário. Disse Adonai: "Diga aos filhos de Yisrael que guardam os meus Shabatot, para que você saiba que Eu Sou o Eterno, que vos santifica. Para aqueles que profanarem o meu Shabat, a sua alma será extirpada do meio do povo. Seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia é o Shabat do descanso solene, santo ao Eterno. Este será um concerto perpétuo, um Sinal entre Mim e os filhos de Yisrael eternamente, pois em seis dias Adonai fez o céu e a terra, e no sétimo dia D‟us descansou e cessou de trabalhar" (Êxodo 31:13-17)
Uma coisa nos chamou a atenção, Adonai disse: “guardem os meus Shabatot”, isso nos mostra que não era apenas o Shabat do sétimo dia para ser guardado, cada feriado de Festas seria um Shabat, por isso que o texto põe no plural “Shabatot”, era o Shabat semanal do sétimo dia e mais o Shabat festivo, era uma única Mitzvá.


Moisés demorou além do esperado no monte, neste momento, as pessoas estavam começando a se perguntar se Moisés jamais iria voltar. Eles se reuniram contra Arão dizendo: "Faça-nos um deus que vá adiante de nós, porque nós não sabemos o que aconteceu com Moisés". Arão construiu um altar para a imagem de um bezerro de ouro, proclamando uma festa para Adonai, amanhã. No início do dia seguinte, as pessoas festejaram e fez oferendas”.

Ao retornar ao Monte Sinai, Adonai disse a Moisés: "Vai, desce, para as pessoas trazidas da terra do Egito, eles já se corromperam, eles se desviaram rapidamente, fizeram um bezerro de fundição, e o estão adorando como se fosse a Mim.” Adonai estava disposto a destruir o povo se não fosse Moisés interceder por eles. Como Mediador entre Adonai e o povo, Moisés, porém, suplicou a D‟us: "Por que destruir o povo que tu salvaste? Por que os egípcios irão dizer, D‟us os salvou com má intenção, para matar as pessoas mais tarde. Reconsidera. Lembre-se de sua promessa a Avraham, Yitz‟chak e Ya‟akov para multiplicar sua descendência como as estrelas do céu e dar-lhes a terra prometida". Então Adonai removeu a punição prevista para Yisrael.

Moisés deixou o Monte Sinai com as duas tábuas do testemunho em suas mãos, nessas tábuas, escritas de ambos os lados, obra de D‟us, estavam escritas as Dez Palavras ou Dez Ditos que são uma súmula de todas as 613 Mitzvot, isto é, pela gematria hebraica as 613 Mitzvot correspondem as 10 Palavras (6+1+3 = 10).



Quando Moisés viu o bezerro e as danças, sua ira acendeu e, num súbito ato de indignação quebra as duas Tábuas do Testemunho. Então, Moisés tomou o bezerro, queimei a fogo, moendo-o a pó, jogou-a sobre a água e fizeram os filhos de Yisrael beber. Moisés ordena a execução de todos os apóstatas que se jogaram na idolatria hedionda, de todas as tribos haviam um grupo de pessoas que se entregaram a idolatria, apenas a tribo de Levi ficou de fora desta profanação.

Adonai estava bastante indignado contra Yisrael por causa da profanação do bezerro de ouro, se tem um pecado que mais Adonai abomina, este é a idolatria, então Moisés foi ao Eterno e disse: "Se você não pode dar ao povo o perdão, então, risca-me do Teu Livro, que tens escrito." Adonai respondeu: "Aquele que tiver pecado contra Mim, Eu o riscarei do Meu Livro! Mas quando me lembro de seu pecado, naquele dia, haverá um acerto de contas" Então, Adonai enviou uma praga sobre o povo que adorou o bezerro de ouro.

Adonai disse a Moisés: “Vou enviar um anjo diante de ti e expulsar os povos nativos de Canaã. Mas Eu não vou entrar em seu meio, já que você é um povo de dura cerviz, para que Eu não o destrua pelo caminho." Quando o povo ouviu esta dura advertência, eles choraram e ninguém colocou mais as suas finas joias.

Moisés ergueu a tenda da revelação fora do acampamento, quando ele se dirigia ao Eterno ia até a tenda. Sempre que Moisés ia até a tenda, todo o povo observava como a coluna de nuvem descia do céu e ficava à porta da tenda, enquanto Adonai falava com Moisés. Quando o povo percebia a coluna de nuvem, todo o povo levantava e adoravam ao Eterno. "Oh, Elohim", disse Moisés, na Tenda do Encontro, "deixe-me ver a Sua divina presença." Adonai respondeu: "Eu tenho escolhido você pelo nome.

Eu farei passar toda a Minha bondade diante de você. Serei gracioso para aqueles a quem Eu tiver misericórdia e mostrarei compaixão para com aqueles a quem Eu quiser ter compaixão. Mas você não pode ver Meu rosto, pois nenhum ser humano pode ver-Me e viver. Mas você ficará sobre uma rocha e quando a Minha Glória passar, você verá o Meu esplendor, mas Meu rosto não poderá ser visto."
Moisés permaneceu com o Eterno por 40 dias e 40 noites e não comeu pão nem bebeu água. D‟us escreveu em outras tábuas esculpidas por Moisés, as Palavras da Aliança, os dez Ditos. Quando Moisés desceu do Monte Sinai com as duas tábuas do testemunho, Moisés não sabia que seu rosto irradiava uma Luz intensa, porque ele tinha falado com o Eterno.

Quando Aaron e as pessoas viram a forma como o rosto de Moisés irradiava esta Luz, eles ficaram com medo de vir em direção a ele. Moisés chamou-lhes a dar atenção às Dez palavras, ele deu os Mandamentos para os sacerdotes e príncipes e depois para todos os filhos de Yisrael. Moisés deu-lhes tudo o que Adonai tinha falado sobre o Monte Sinai.

Quando Moisés terminou de falar, ele colocou um véu sobre o rosto. Quando Moisés ia falar com D‟us, ele tirava o véu. Quando os filhos de Yisrael olhavam para o rosto de Moisés radiante de Luz, Moisés colocava o véu sobre o seu rosto, até que ele ir falar novamente com D‟us.

Este pequeno exemplo de Brilho radiante nós verificamos no episódio do monte da transfiguração, quando o Messias Yeshua foi transfigurado para poder falar com dois santos já glorificados, Moisés e Elias, tanto a pele de seu rosto como suas vestes irradiavam uma Luz intensa semelhante a de Moisés. (ver Lucas 9:29-31)

O sentido Espiritual da Parashá (comentários da Kabalah):


O principal ponto chocante desta Parashá é a construção do bezerro de ouro e a reflexão sobre a idolatria. Muitas pessoas se sentem confortáveis por não reverenciarem imagens ou pessoas sem saber que são idólatras por outras razões. Idolatria é depositar, em “algo” diferente da Luz do Eterno, a fonte de qualquer coisa que recebemos. Depositar, por exemplo, no trabalho a fonte da minha abundância material é uma forma de idolatria.

O trabalho é um instrumento da Luz Divina para que esta abundância possa manifestar-se fisicamente, mas ele não é a fonte pela qual eu deva me direcionar, se nos não soubermos diferenciar esta correlação existente entre o intermediário e a Fonte Divina, cairemos no pecado da idolatria.
A idolatria confunde a Fonte com o intermediário e leva o ser humano a fixar-se no que o objeto pode oferecer (conforto, segurança, afeto, sucesso, prosperidade, etc.) e não no Eterno em si. Este é um pecado muito visível no meio cristão, onde o Messias (o intermediário) é confundido com a Fonte Divina (o Eterno).

Um bom antídoto para idolatria é a santificação do Shabat, um período de tempo que vai do anoitecer de sexta até ao anoitecer de sábado, e que também é um tema abordado nesta porção. O Zohar nos ensina que no Shabat existe uma harmonia entre o Criador e criação.

Durante toda a semana tentamos demonstrar nosso domínio sobre o mundo físico, mas isso acaba nos tornando escravos desta realidade, infelizmente. É fácil perder-se no mundo material, e o Shabat é um lembrete constante de que podemos viver em uma realidade superior uma vez por semana.
Ki tissá também nos permite fazer uma reflexão sobre a questão do tempo. Quando as coisas não acontecem no tempo que “estipulamos” não conseguimos vencer nossa ansiedade, a falta de confiança se instala e a dúvida domina.

Começamos então, a nos sentir abandonados pela Luz Divina do Eterno, incapazes de estabelecer a conexão com Ele e, como é a tendência do ser humano, colocamos sempre a responsabilidade no outro. Que Adonai Eterno abençoe a Leitura, o Estudo e a Prática de sua Palavra.
ק ל שראל ת ספרד נצר ת ב ת בנ אבר ם

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