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quarta-feira, 1 de janeiro de 2020
Parashá 9: Vayeshev, B‟reshit/Gênesis 37 à 40
Haftará: Amos 2:6 à 3:8; Atos 7:9-16
Shabat shalom queridos achim,mais um shabat e mais uma
porção que o Eterno nos para nosso desfrute e aprendizado. Esperamos que todos
os achim fizeram diariamente sua leitura da porção e hoje com a participação de
todos vamos fazer uma explanação e conto com a participação de todos.
2- Grandes pontos destacados nessa parasha , família e sonhos
!!!!
1. O maior de todos os desafios manter a paz na família e na
comunidade !!! Na verdade, descemos ao Egito pela desunião dos filhos de Yaakov
o Exílio diáspora se devem à intolerância interna e à briga entre irmãos. E nós
que nos preocupamos sempre com os adversários externos... e nossos maiores
inimigos as vezes se encontra em nossas casas em nossa comunidade.
Na literatura rabínica encontramos outra reflexão importante
sobre esse tema, a responsabilidade dos pais em não fazerem diferenças entre os
filhos. Ao presentear Yossef com uma túnica, Yaakov disseminou a ira entre os
outros filhos.
Maimônides, em seu código de leis Mishnê Torá afirma que a
herança deve atender a todos os filhos para evitar rivalidades e competições
encontradas na história de Yossef. ( Leis da Herança6:13) Outro aspecto é a
fofocagem produzida no seio da família ou comunidade. Yossef resolveu contar ao
pai sobre o mau trato dos filhos de Léa com os demais (filhos de Zilpá e
Biláh). Segundo o midrash,Yossef ficou 12 anos na prisão, isolado da sociedade.
Todo aquele que, com sua fala, provoca a discórdia, ficará na prisão. Já seu
pai Yaakov, pelo simples fato de ter ouvido lashon hará (proferir maledicência),
permaneceu 22 anos sem profecia;. Pensamos que em família e em comunidade
podemos ficar à vontade para errar, falando mal do irmão, tio,dos nossos amigos
etc.
Apesar de falar puramente a verdade testemunhada pelos seus
olhos, a Torá registra esse erro. Nem tudo que vemos, devemos falar! Assim
lemos no Tehilim (livro dos Salmos):Destrói, ó Eterno, os lábios bajuladores e
a língua que fala soberba... ( 12:3;4) Judá também mereceu uma reprimenda,
segundo a literatura rabínica. Ele tinha um ótimo diálogo com todos os irmãos.
No episódio com Yossef, convenceu os irmãos a não matá-lo, dizendo:;Que
proveito teremos matando o nosso irmão... vamos vendê-lo aos ismaelitas;.
(Bereshit 37:26-27) O incrível é que seus irmãos escutaram ,Os fatos que sucederam
sequiram a sua orientação acaso ele não podia ter optado por caminho de
tolerância e paz entre os irmãos ? certamente poderia ter evitado o sofrimento
tanto para YOSSEF COMO PARA O PROPRIO PAI ,YEHUDAH ainda mostrou a túnica
manchada de sangue ao pai ,sugerindo que um animal feroz matara o irmão
A parasha e rica em ensinamentos para o nosso lar em nossa
comunidade , tem um desafio esta em criar uma família onde os ensinamentos dos
equívocos passados sirvam de lição para o nosso hoje !!
2. A historia de um sonhador
história de Yosef, o “sonhador” como lhe apelidaram seus
irmãos no entanto, Yossef, não foi o único a ter sonhos e visões, entre o nosso
Avot (Patriarcas e Matriarcas), o único a quem nos é dito que teve um sonho foi
Ya'akov. Ya'akov sonhou não uma, mas duas vezes, em seu caminho para fora da
Terra (B‟reshit 28:12-15) e novamente quando ainda habitava com Labão
(31:10-13). É interessante notar que os outros únicos dois sonhos registrados
em B‟reshit antes de Yossef, eram ocasiões quase idênticos. Adonai apareceu a
Abimelek (B‟reshit 20:3-7) para avisá-lo de devolver a esposa de Avraham para o
seu marido. Adonai, também apareceu a Labão (31:24) para avisá-lo para não
atacar Ya'akov.
É razoável supor que Ya'akov falou de seus sonhos, seus significados
e seus resultados para seu filho Yossef, o filho favorito, herdeiro das
tradições, Yossef, tinha todos os motivos para acreditar que o Eterno se revelava
a seu pai por meio de sonhos, e que ele deveria considerá-lo como profecia e,
concluindo, como Palavra de D‟us. Por isso que, ao ter os sonhos dos feixes, do
sol, da lua e das estrelas, Yossef, entendeu como uma mensagem divina
importante para a família toda, e não como querendo se impor sobre os seus
familiares como foi erroneamente entendido por seus irmãos e até mesmo por seu próprio pai,
por isso que Yossef, resolveu conta-los a seus irmãos.
O mais interessante no último sonho de Yossef, onde o sol, a
lua e onze estrelas se inclinavam diante dele, não tinha apenas um significado
local e contextual, mas tinha dimensões futuras muito maiores, Ya‟akov entendeu
logo que o sol representava ele, Yisrael e, em proporções dimencionais, aos
Patriarcas, a lua representava as matriarcas e as onze estrelas os filhos de
Yisrael, pais das doze tribos hebraicas incluindo Yossef. O mais fantástico
nesse sonho revelador foi o uso dos elementos celestes como o sol, a lua e as
estrelas como representantes da Congregação de Yisrael, a Congregação do
Eterno, Adonai torna a revelar esta maravilhosa profecia em Apocalipse 12:1,
onde é descrita uma Mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés e uma
Coroa de doze(12) estrelas sobre a cabeça, é unânime para todos de que se trata
da Congregação do Eterno, o Yisrael Remanescente (os cristãos a chamam
erroneamente de “igreja de D‟us”), mas o que muitos não atentaram é que Adonai
está revelando a Congregação de Yisrael como sua Única Congregação desde o
princípio do mundo, Yisrael sempre foi, é e será o único povo de D‟us na terra.
ATENÇAO É válido se ressaltar que a palavra Yisrael é
abrangente e agrega não apenas os elementos étnicos como os elementos
enxertados ao povo escolhido do Eterno.
Podemos olhar através da primeira sequência de sonhos e
compreender as diferentes reações dos irmãos e de Ya'akov, é evidente a partir
dos versos de abertura do nosso Parashá que Yossef, foi envolvido em um plano
divino que mexeria com toda a estrutura da família. Yossef, então experimentou
um sonho com uma implicação óbvia para esse plano divino, seus irmãos o
reverenciariam no futuro por algo extraordinário que ele, Yosef, iria realizar
em favor deles. Entretanto ao contar o sonho a seus irmãos eles o odiaram ainda
mais, Yossef, deve ter ficado confuso com isso, Yossef, deve ter se perguntado:
por que eles não se interessaram em ouvir a palavra de D‟us, tanto mais que ela
os afeta de forma tão direta?
Os versos não indicam que os irmãos de Yossef, não
acreditavam em seus sonhos, mas sim que eles se sentiram ofendidos por eles. Os
irmãos tinham um pedaço de informação que ainda não era conhecida a Yosef, de
que seu pai pensava constituí-lo sobre seus irmãos, ou seja, Ya‟akov pensava
estabelecer Yossef, como o primogênito sobre seus irmãos, e, ao terem
conhecimento dos sonhos de Yosef, seus irmãos passaram a vê-lo como uma grande
ameaça à herança de seu pai.
Há uma distinção importante entre uma visão de
sonho e um sonho baseado no subconsciente particular de uma pessoa, esta
distinção está na interpretação. Se o sonho é realmente uma profecia, o seu
significado deve ser bastante evidente, uma vez que não é gerado pelo próprio
subconsciente da pessoa, não precisamos ficar a par do perfil psicológico do
sonhador para entender a mensagem. Um sonho convencional, destes que estamos
acostumados a ter, não possuem nenhuma mensagem especial mas apenas o produto
do subconsciente e lapsos já vividos, porém, se esse mesmo sonho (ou a mesma
mensagem) ocorre duas vezes, já não é uma casualidade, é realmente a Palavra de
D‟us. Encontramos esta abordagem explicitamente afirmada por Yossef, quando ele
explica sonho duplo de Faraó (ver B‟reshit 41:25)
A narrativa bíblica que se seguiu relata uma triste história
de inveja e ódio, os irmãos de Yossef, se sentindo ameaçados por ele, tramaram
contra sua vida, a intenção era realmente mata-lo mas Rubem aconselhou-os a não
fazer isso e ainda planejou livrar Yossef, devolvendo-o ao seu pai, mas Yehudá
teve uma ideia melhor, vende-lo como escravo, assim, eles não derramariam o
sangue de seu irmão e ainda se livravam dele se tornar o herdeiro principal de
seu pai. Yossef, agora como escravo, num pais estrangeiro, no meio dos gentios
pagãos, jamais foi abandonado pelo Eterno, “e tudo que ele fazia, Adonai
prosperava em suas mãos” (B‟reshit 39:3), esta era a resposta do Eterno, Yossef,
estava só mas não abandonado, entretanto, servir ao Eterno não significa que
estaremos isentos de provações, a péssima conduta da mulher de Potifar colocou Yossef,
na prisão do palácio real, onde somente homens que serviam às autoridades eram
presos, todavia, mesmo na prisão a Mão do Eterno era com ele, e a mesma bênção
continuava: “e tudo que ele fazia, Adonai prosperava” (B‟reshit 39:23)
Ao ouvir dois sonhos (do copeiro e do padeiro do rei), Yossef,
percebeu que havia recebido um ministério profético, mais e mais Yossef, foi
entendendo que algo muito maravilhoso ainda estava
por vir para ele, pois, se as interpretações dos sonhos dos
dois funcionário reais se cumpriram com uma precisão cirúrgica, então
logicamente seus sonhos haveriam de ser algo mais excelente, e assim, Yossef,
esperou pacientemente o agir e o tempo do Eterno.
Repentinamente a Parashá dá uma pausa na comovente história
de Yossef, para relatar um episódio um tanto inusitado, Yehudá contrariando as
ordens de seu bisavô Avraham e de seu avô Yitzchak foi e se casou com uma
mulher pagã cananéia, da qual teve 4 filhos, 3 homens e uma mulher, parece que
estes filhos de Yehudá herdaram toda a maldade dos cananeus, povo de sua mãe,
tanto que Adonai os fez morrer ficando apenas Shelá, neste trecho da Parashá
percebemos que a Lei do levirato já era praticada antes mesmo da Torah ter sido
proclamada no Sinai, isso é mais uma prova de que a Torah já existia de forma
oral na qual era passada de pai para filho. A história de Tamar e Yehudá nos
vem mostrar que Adonai sempre põe em juízo o seu povo, quando andamos por
caminhos não muito convencionais, fora da Torah, estaremos sujeitos aos
infortúnios da vida, os rabinos sempre afirmaram que a Torah é uma cerca de
proteção que nos livra dos infortúnios caso a cumpramos verdadeiramente.
Sentido espiritual da Parashá (comentários da Kabalah).
A bela história de Yossef, é um retrato fiel do contexto
universal do Messias e seu povo, Yossef, foi protagonista de um contexto que
iria se repetir com a nação de Yisrael séculos depois, assim como ocorreu com Yossef,
também ocorreu com o Messias, Yossef, foi odiado por seus irmãos porque seu pai
queria lhe dar o domínio sobre sua herança fazendo-o primogênito sobre eles; as
autoridades judaicas da época de Yeshua não queria aceitar a autoridade dada
por D‟us ao Messias por terem inveja de sua sabedoria e comunhão com o Pai; Yossef,
foi simbolicamente morto por seus irmãos, sendo que eles planejaram a sua morte
mas, não a executaram com as próprias mãos, todavia inventaram uma mentira da
morte de Yossef, a seu pai e com o tempo passaram a acreditar como se fosse
verdade; também as autoridades.
judaicas por diversas vezes conspiraram em matar Yeshua, e o
fizeram não por suas próprias mãos mas, pelas mãos dos romanos; Yossef, foi
vendido por seus irmãos por 20 moedas de prata aos gentios; Yeshua foi vendido
por 30 moedas de prata e também entregue aos gentios; Yossef, foi viver contra
a vontade no meio dos gentios os quais lhe desfiguraram a imagem, os egípcios
mudaram as vestes de hebreu para vestes egípcias, mudaram o rosto com pinturas,
puseram uma peruca em lugar de seu cabelo natural, mudaram seu nome hebreu para
um nome pagão gentio (Tzafnat-Pa‟neach – Gêne. 41:45); O mesmo ocorreu com
Yeshua, a figura do Messias judeu passou para o mundo cristão mas estes mudaram
sua aparência, os cristãos mudaram a cor de sua pele, a cor de seus cabelos, de
seus olhos, mudaram as suas vestes hebraicas para vestes pagãs, até seu nome
hebreu foi mudado para um nome pagão “Jesus”; Os irmãos de Yossef, não o
reconheceram por ele estar tão desfigurado; igualmente Yeshua, nenhum judeu
consegue reconhecer o nosso Messias no meio cristão por ele estar tão
desfigurado também, somente por revelação divina um judeu consegue reconhecer o
Messias de Yisrael.
Esta Parashá nos deu um vislumbre de como
ocorreu com o nosso Messias a semelhança do justo Yossef, ele foi feito o
Salvador de seus irmãos quando estes estavam em apuros de fome, quase a
perecerem, seus irmãos o procuraram sem saber quem ele realmente
era. Da mesma maneira Yisrael clamará pelo Messias no
futuro, quando estiverem em aperto na grande angústia de Ya‟akov que ainda virá
a nós, então Yeshua lhes dirá: “Eu sou Yeshua, o vosso irmão o qual vendestes
aos gentios.”
Da mesma forma que os irmãos de Yossef, choraram amargamente
de remorso quando o reconheceram, também Yisrael chorará ao reconhecer Yeshua
como seu irmão rejeitado: “E derramarei sobre a família de David e sobre os
habitantes de Jerusalém um espírito de ação de graças e de súplicas. Olharão
para aquele a quem traspassaram, e chorarão por ele como quem chora a perda de
um filho único, e lamentarão amargamente por ele como quem lamenta a perda do
um primogênito.” (Zacarias 12:10)
FINALIZANDO UMA PEQUENA LIÇÃO RESUMIDA
Na porção da Torá desta semana lemos sobre a horrível
adversidade enfrentada por Yossef. Primeiro seus irmãos quiseram matá-lo, e
depois foi vendido como escravo. Assim que sua situação começou a melhorar, foi
jogado na prisão onde permaneceu por doze longos anos.
O que deu a Yossef a paciência de perseverar e superar os
tremendos obstáculos que enfrentou durante toda a vida?
Talvez esta força de suportar tantas provações tenha vindo
do ponto de vista de sua mãe Rachel sobre a vida, como fica claro pela
declaração que ela fez quando ele nasceu: "D’us levou para longe minha
desgraça" (Bereshit 30:23).
Rashi explica que um aspecto de sua desgraça era que, não
tendo filhos, as pessoas pensariam que tudo que ocorresse errado na casa
acarretaria em sua culpa. Assim que nasce uma criança, os acidentes podem ser
atribuídos a ela. À primeira vista, esta poderia parecer uma estranha
preocupação que Rachel sentia. Rabi Chaim Shmulevitz explica que Rachel
reconhecia a importância de toda pequena bênção em sua vida, e por isso pôde
agradecer a D’us por tudo que lhe aconteceu. Rachel estava tão agradecida
quando finalmente teve um filho que pôde apreciar todos os benefícios, mesmo o
mais simples detalhe que, com uma criança na casa, ela não receberia toda a
culpa pelos acidentes que ocorressem. Rachel passou este atributo a Yossef,
dando-lhe a habilidade especial de ver e apreciar as menores coisas.
Concentrando-se nas pequenas bênçãos em sua vida, Yossef pôde lidar com a
adversidades e superá-las.
Encontramos o primeiro exemplo de uma bênção incidental em
meio à sua angústia quando Yossef foi vendido como escravo. Rashi enfatiza que,
enquanto a maioria das caravanas da época tinham cargas que exalavam um odor
muito desagradável, D’us enviou a Yossef um pequeno lembrete, de que Ele estava
a seu lado; sua caravana carregava somente especiarias e perfumes agradáveis ao
olfato (ibid. 37:25), tornando esta horrível experiência um pouco mais
suportável.
Um outro exemplo ocorre quando Yossef é acusado de estuprar
a mulher de Potifar, manchando sua reputação e tornando-o objeto de conversas
caluniosas por todo o Egito. D’us fez com que outro escândalo chamasse a
atenção: a expulsão de dois oficiais do faraó, o mordomo chefe e o padeiro.
Este sinal deu a Yossef a coragem de suportar seu sofrimento na prisão. Sabemos
também que durante seu período de escravidão e de cárcere, por pior que fosse,
D’us sempre permaneceu com ele, ajudando-o a encontrar um certo favor aos olhos
de outras pessoas, o que lhe permitiu conquistar posições de proeminência.
Assim também ocorre em nossa vida: em meio a situações muito
adversas, podemos encontrar um lado positivo em tudo aquilo que nos acontece.
Desta maneira, teremos um maior reconhecimento de que D’us está conosco e estaremos mais bem equipados para
superar as situações difíceis da vida.
Fontes: ed sefer ,Torá lei de Moises , Maayanot, edição Gutnick , Comentários de Rashi
Rav: Marlon Trocolli
Shaliach: Inácio Medeiros
Rosh: Jair Lima
Author:
Raizes Hebraica
às
janeiro 01, 2020
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