Haftará: Ezequiel 28:25 à 29:21; Romanos 9:14-17; 2 Coríntios 6:14 à 7:1
Shabat, 28 de Janeiro de 2019 – 01 de Shevat de 5779
Este é um comentário sucinto e objetivo das Lições da Torah e dos Profetas(Atos 13:15) ou Parashiôt, a porção começa com a previsão da rebeldia de faraó dita pelo Eterno: "o coração de faraó endurecerá e recusará deixar o povo ir, vai a Faraó pela manhã, pois ele está indo para a água; vai pela margem do rio a encontrá-lo, leva contigo o cajado que foi transformado em uma serpente. Diga-lhe: Adonai, o D‟us dos hebreus, enviou-me a você para dizer-te ,Deixa meu povo ir, para que me sirva no deserto.‟” Adonai continua prevenindo Moisés de que faraó não o ouvirá por isso o Egito sofre o primeiro julgamento divino, as águas do deus Nilo tornam-se em sangue, por isso que Adonai finaliza com esta afirmação: “Para que saibas que Eu Sou o Eterno”, um D‟us que castiga outro deus, a partir daí a mentalidade de faraó e dos egípcios começa a internalizar a existência de um D‟us maior que todos os deuses do Egito, mas para faraó isso custaria a ruína do Egito.
Uma questão no texto, desafia os nossos pressupostos teológicos e filosóficos básicos, foi Adonai quem endureceu o coração de faraó?? Esta questão tem preocupado os pensadores religiosos de todas as épocas. E Adonai disse a Moshe: "Quando você voltar para o Egito, você executará diante de faraó todas as maravilhas que tenho posto em seu poder; mas vou endurecer o seu coração, de modo que ele não vai deixar ir o povo." (Sh'mot 4:21 - ver também 7: 3) Por que D‟us endureceu o coração de Faraó? Como poderia o faraó ser responsabilizado por sua maldade, se D‟us estava "mexendo os pauzinhos"? O Rabenu Ovadiah S'forno sugere uma resposta a estas indagações, segundo ele, o endurecimento do coração de faraó pelo Eterno ocorreu porque uma vez que ele não seria capaz de tolerar as pragas, ele certamente puniria os israelitas como que, em um ato vingativo, faraó, portanto, resistiria a cada praga enviada por D‟us, as pragas eram o objeto do endurecimento por parte de D‟us a faraó, este rei se considerava um deus e não admitia ter que obedecer ordens de um deus de escravos. Abrimos um paralelo nesta questão de “endurecimento do coração”, da mesma forma que Adonai endureceu o coração de faraó para que as suas Maravilhas fossem testemunhadas por uma nação pagã que não conhecia o D‟us de Yisrael, o único D‟us Verdadeiro. Da mesma forma Adonai endureceu o coração de uma parte de Yisrael, quanto ao reconhecimento do Messias Yeshua, para que povos gentios conhecessem e tivessem o privilégio de fazer parte do povo eleito do Eterno, conforme relata precisamente Shaul haSheliach: “Pergunto, pois: Porventura a queda deles é definitiva? De modo nenhum, mas pela seu endurecimento veio a salvação aos gentios, para pô-los em ciúmes....
Porque não quero, irmãos, que sejais ignorantes quanto a este mistério (para que não vos torneis presunçosos): O endurecimento que veio a uma parte de Yisrael permanecerá, até que o tempo dos gentios haja encerrado. E assim todo o Yisrael será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, E desviará de Ya‟akov as impiedades. E esta será a Minha Aliança com eles, Quando Eu tirar os seus pecados” (Romanos 11:11-25 à 27 Um outro fator que contribuiu para o coração de faraó endurecer, foi o ilusionismo dos magos do Egito, segundo a Torah, os magos conseguiram reproduzir por meio do ilusionismo o milagre da água se transformar em sangue, eles conseguiram reproduzir até a segunda praga (rãs), mas pararam por aí, as demais pragas eles não conseguiram reproduzir e tanto eles sabiam que não tinham poder nenhum e que seu suposto milagre vinha por meio da ilusão de mágicas, que imediatamente após a terceira praga eles foram até faraó falar a verdade: “é o dedo de D‟us” disseram eles. "Isto", disse o Eterno, "é para que eles creiam que o Eterno, é o D‟us de seus pais, o D‟us de Avraham, o D‟us de Yitzchak e o D‟us de Ya'akov" Durante as pragas, o comportamento do faraó seguiu sempre um determinado padrão. Quando D‟us mandava sofrimentos para o Egito, ele se arrependia da sua decisão e decidia libertar o povo. Mas logo que os sofrimentos passavam e a situação melhorava, ele voltava às suas maldades com força total.
Nesta Parashá ocorrem as sete primeiras pragas:
1ª praga: as águas do Nilo transformam-se em sangue;
2ª praga: rãs sobem sobre toda a terra do Egito;
3ª praga: piolhos infestam o país e fere tanto os homens quanto os animais;
4ª praga: animais ferozes invadem os lares e amedrontam o Egito, entrando nas casas e arruinando as terras;
5ª praga: uma peste atinge os animais dos egípcios;
6ª praga: a população egípcia é acometida de sarna;
7ª praga: uma tempestade de granizo e fogo arrasa o Egito.
A cada praga o faraó declarava que se a mesma se extinguisse, deixaria o povo partir.
Mas novamente, assim que Moisés pedia a intervenção da Adonai para cessar o sofrimento dos egípcios, novamente o faraó mudava de ideia não permitindo ao povo partir. Após a sétima praga (granizo), que matou todos os animais dos egípcios que permaneceram no campo, o faraó mandou emissários para saber qual era a situação em Goshen, onde vivia o povo de Yisrael e fica sabendo que não havia morrido do gado deles nem mesmo um. Apesar de toda a devastação em que o Egito se encontra, o coração do orgulhoso rei faraó permanece duro como pedra, recusando-se a libertar o povo de Yisrael.
Sentido espiritual da Parashá (comentários da Kabalah) A palavra Egito em hebraico vem da raiz “Metzrarim”, que significa “limitações”, a libertação do Egito representa a possibilidade de vencer a inclinação negativa do ego, representada pelo faraó.
A escravidão é uma condição na qual a pessoa age com base em uma percepção limitada da realidade, baseada apenas no materialismo e no seu desejo egoísta de receber. Muitas vezes o ego faz uma concessão e nos permite viver uma breve experiência espiritual, mas não nos deixará ir muito longe, por este motivo a perseverança é tão difícil no caminho espiritual.
Durante as pragas o faraó (ego) seguiu um padrão de comportamento: quando o Egito era submetido a algum tipo de “sofrimento” (praga), o faraó arrependia-se de seus erros e decidia seguir o propósito da Luz do Eterno, mas logo que a situação melhorava, ele deixava sua má inclinação falar mais alto e não abria mão de continuar oprimindo o povo hebreu, este é um comportamento típico de um conformista do presente século, que só buscam a Luz Divina em tempos de crises, mas, basta a crise passar eles logo esquecem-se de que precisam fazer uma mudança em suas vidas mórbidas(sem Fé, sem atitude, sem compromisso com D‟us e com o próximo, sem responsabilidade espiritual).
Um verdadeiro servo do Eterno procura mudar de atitude logo na primeira crise que afete sua vida, afastando-se das influências negativas, procurando ter sempre a possibilidade de “fazer” de forma diferente e lutando todos os dias para não cometer os mesmos erros de antes.
O faraó não queria ver os milagres que estavam acontecendo, ele não queria aceitar que estava errado (isso é comum em quase 100% das pessoas). As pragas (golpes) o faziam momentaneamente baixar a cabeça, mas logo que a situação se normalizava ele voltava a agir da mesma forma e sem a compreensão necessária (hoje muitos fazem o mesmo). Envolver-se com o mundo físico e suas concupiscências e ao mesmo tempo permanecer com um nível de consciência diferenciado (longe do mal) demanda um nível mais elevado de conexão com a Luz Divina do Eterno, só conseguem esta proeza aqueles que mantiverem um compromisso profundo com a Torah do Eterno, pois ela é a Árvore da Vida para os que nela se apegam.
O Messias disse certa vez: “Mas, buscai em primeiro lugar o Reino do Eterno, e a Sua Justiça(a Torah), e todas as outras coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33) Que Adonai Eterno abençoe a Leitura, o Estudo e a Prática de sua Palavra.
Por :
Rav Marlon trocolli
Shaliach : Inacio Medeiros (Shaul Ben Derec )
Rosh : Jair Lima
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