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autorizada para fins não lucrativos.
Parashá 36- BeHaalotchá (ao colocares)
(Números
8:1 – 12:16)
Referência
nos Profetas: Zacarias 2:14;
4:7.
Referência
nos Escritos Apostólicos: 1
Coríntios 10:6-13
Salmo complementar: 68
NOTAS:
Todas as “midrashim” bem como os
comentários de rabinos, indicados nesta parashá, são apresentados apenas a
título de curiosidade, como tal não devem de modo algum ser comparadas aos
mandamentos da Torá revelada pelo Eterno a Mosheh e que este escreveu para
todas as gerações (chumash). Um dos nossos lemas de fé é não ir além daquilo
que está escrito, como tal, a menção às midrashim e a comentários de rabinos
são apenas a título indicativo para dar uma visão geral sobre como interpretam
os rabinos determinados textos.
.
Porção Semanal da
Torá: 36- BeHaalotchá (de Levítico 19:1 – 20:27)
Significa “ao colocares” ou “quando fizeres subir”.
Primeira Leitura: 8:1 – 14
8:1-2 "E falou YHVH a Mosheh,
dizendo: Fala a Arão, e dize-lhe: Quando acenderes
as lâmpadas, as sete lâmpadas iluminarão o espaço em frente do candelabro.”
Por que razão aparece o contexto da menorá (candelabro)
justamente após o relato das ofertas dos líderes das doze tribos? Qual a
relação entre ambas?
A tribo de Levi não tinha participado nas ofertas dos
líderes de cada tribo. Por isso a Torá continua a falar do ministério de Arão
para assim incluí-lo entre os demais.
Behaalotchá,
o nome da Parashá desta semana, significa literalmente “quando fizeres
subir”, referindo-se às chamas de fogo do candelabro que há que fazer subir,
ou seja, fazer com
que arda. Também
se interpretou deste texto que Arão deveria
subir a uma plataforma com
escadas para poder acender as lâmpadas.
8:7 “E assim lhes farás, para os purificar: Esparge
sobre eles a água da expiação; e sobre toda a sua carne farão passar a navalha, e lavarão as suas vestes,
e se purificarão.”
A navalha representa a Torá que passa pela carnalidade (a
nossa tendência para praticar o mal (yetser
hará) ), e prepara-nos para poder servir ao Eterno de forma eficaz. Deixaremos
que essa navalha passe sobre a nossa carne? Que o Eterno assim o permita.
Em Hebreus
4:12 está
escrito:
“Porque a palavra de D’us é
viva e eficaz, e mais
penetrante do que espada
alguma de dois gumes,
e penetra até à divisão
da alma e do Ruach,
e das juntas e medulas,
e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.”
Em 2
Timóteo 3:16-17 está escrito:
“Toda a Escritura é
divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para
que o homem de D’us
seja perfeito, e perfeitamente
instruído para toda a boa obra.”
8:9-10 “E farás chegar os levitas
perante a tenda
da congregação e ajuntarás toda a
congregação dos filhos
de Israel. Farás,
pois, chegar os levitas perante
YHVH; e os filhos de Israel porão as suas mãos sobre os levitas.”
Toda a congregação de Israel estava presente no momento da
instituição dos levitas com a imposição das mãos. Contudo,
nem todos os 600 mil varões podiam
impor as mãos sobre
os levitas, porque seriam demasiados varões por levita, mas a Torá apresenta
este acto como se todos o tivessem feito.
Possivelmente foram os anciãos ou os primogénitos ou mesmo os líderes da cada tribo, os
que fisicamente puseram as mãos sobre os levitas em representação do resto do povo.
A cerimónia de
imposição das mãos indica aqui três coisas:
1.
Unidade-
Pela imposição das mãos há uma manifestação de unidade entre o que impõe as mãos e aquele que é o alvo de imposição das mãos. Neste caso houve uma
unidade entre o povo e os levitas.
2.
Representação-
Ao impor as mãos sobre alguém, é com o motivo de delegar a
autoridade para uma representação. Este texto diz que todos os filhos de Israel
tinham que pôr as mãos sobre os levitas. Portanto, os levitas
representariam todos os filhos de Israel, não somente os primogénitos.
Como, os primogénitos já representavam todo o povo. Essa
representação foi passada aos levitas quando substituíram os primogénitos. No Salmo 136:10 está
escrito:
“O que feriu o Egipto nos
seus primogénitos”.
Isto ensina-nos que, simbolicamente, todos os homens do
Egipto foram feridos nos primogénitos. Em vez de ferir todos os egípcios, YHVH atacou todos
os primogénitos. Isto
mostra-nos que os primogénitos representam todo o povo. Portanto os levitas,
que por sua vez, substituíram os primogénitos, representam todo o povo de Israel.
3.
Sacrifício-
Da mesma forma que há imposição de mãos sobre um sacrifício
antes que seja degolado, agora se impõe as mãos sobre os levitas, para que
sejam entregues a YHVH.
Os versículos 16 e 19 dizem que os levitas foram dados
primeiro a YHVH e logo a Arão e os seus filhos.
Os filhos de Israel puseram
as suas mãos sobre os levitas para que fossem oferecidos como um
sacrifício ao Eterno.
No ministério de Melquisedeque todos poderão oferecer os seus
corpos em sacrifício vivo, como lemos em Romanos 12:1:“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão
de D’us, que apresenteis os vossos
corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a D’us,
que é o vosso culto racional.”
Romanos
15: 16 “Que seja ministro do Messias Yeshua
para os gentios, ministrando o evangelho de D’us,
para que seja
agradável a oferta
dos gentios, santificada pelo Ruach de Santidade.”
Filipenses 2:17: “E, ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo
e me regozijo
com todos vós.”
2 Timóteo
4:6: “Porque eu já estou
sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da
minha partida está próximo.”
8:11-21: “Arão oferecerá
os levitas por oferta movida, perante YHVH, pelos filhos de Israel; e serão para
servirem no ministério de YHVH. E os levitas
colocarão as suas mãos
sobre a cabeça
dos novilhos; então
sacrifica tu, um para expiação
do pecado, e o outro para
holocausto a YHVH,
para fazer expiação
pelos levitas. E porás
os levitas perante
Arão, e perante
os seus filhos,
e os oferecerá por oferta movida a YHVH. E separarás os levitas do meio dos filhos de Israel, para que os levitas sejam meus. E depois os levitas entrarão para fazerem o serviço da tenda
da congregação; e tu os purificarás, e por oferta
movida os oferecerás. Porquanto eles, dentre
os filhos de Israel, me são dados;
em lugar de todo aquele
que abre a madre,
do primogénito de cada um dos filhos
de Israel, para
mim os tenho tomado. Porque meu
é todo o primogénito entre
os filhos de Israel, entre
os homens e entre
os animais; no dia em que, na terra do Egipto, feri a todo o
primogénito, os santifiquei para mim. E tomei os levitas em lugar de todo o
primogénito entre os filhos
de Israel. E os levitas,
dados a Arão e a seus filhos, dentre os filhos de Israel, tenho
dado para ministrarem o ministério dos
filhos de Israel na tenda da congregação e para fazer
expiação pelos filhos
de Israel, para que não haja praga entre eles, chegando-se os filhos de Israel ao santuário. E assim
fizeram Mosheh e Arão, e toda a congregação dos filhos de Israel, com os
levitas;
conforme a tudo o que YHVH ordenara
a Mosheh acerca
dos levitas, assim os filhos
de Israel lhes fizeram. E os levitas
se purificaram, e lavaram as suas
vestes, e Arão os ofereceu por oferta movida
perante YHVH, e Arão fez expiação
por eles, para purificá-los.”
O texto aqui diz literalmente que Arão tinha que oferecer
os levitas em oferta movida. Por isso um Midrash diz que Arão fez mexer todos
os 22 mil levitas naquele dia como representação de uma oferta movida. Parte
dos sacrifícios dos animais que foram oferecidos para a instituição dos
sacerdotes, tinha que ser movido diante de YHVH, cf. Êxodo 29:24. Da mesma forma,
agora os levitas
tinham que ser movidos diante
de YHVH, a dessa forma,
constituíam uma oferta ao Eterno.
Este texto também
nos ensina que para poder
ser líder tem que se passar pela experiência
de ser movido. Nessa experiência tudo o que existe na vida pode tremer. Aquele
que não passou por este movimento não é apto para ministrar como líder diante
de YHVH.
Neste mundo não há nada estável, excepto a palavra do
Eterno. Portanto é necessário ter que passar por este processo de tribulação
para poder aprender a confiar somente nas Palavras firmes da Rocha de Israel. Um
líder tem que ser liberto da confiança nas coisas visíveis. Tudo o que é
visível será movido, como lemos em Hebreus 12:26-27:
“A voz do qual moveu então a terra,
mas agora anunciou, dizendo: Ainda uma vez mais farei mover, não só a terra,
senão também o céu. E esta palavra:
Ainda uma vez,
mostra a mudança
das coisas móveis, como coisas feitas, para que as imóveis permaneçam.”
O propósito de YHVH para fazer mover todas as coisas na
vida do candidato para a liderança, é que permaneçam as coisas impassíveis na
sua vida, para que tenha um fundamento sólido.
Lemos em 1 Coríntios 3:12-15: “E, se
alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata,
pedras preciosas, madeira,
feno, palha, A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo
será descoberta; e o fogo provará qual
seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou
nessa parte permanecer, esse receberá
galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá
detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.”
Em 1 Coríntios
13:13 está escrito:
“Agora,
pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.”
Mateus 7:24-29
está escrito: “Todo aquele,
pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a
sua casa sobre a rocha; E desceu a chuva,
e correram rios,
e assopraram ventos,
e combateram aquela
casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.
E aquele que ouve estas
minhas palavras, e não
as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia;
E desceu a chuva, e correram rios,
e assopraram ventos,
e combateram aquela
casa, e caiu, e foi grande a
sua queda. E aconteceu que, concluindo Yeshua este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina; Porquanto os ensinava
como tendo autoridade; e não como os escribas.”
Nas Escrituras, a areia representa os homens. Os valores produzidos pela Torá são eternos
e resistem à prova. Aquele que edifica a sua vida sobre a opinião dos homens um
dia perderá tudo. Aquele que edifica a sua vida sobre a Torá ensinada por
Yeshua será capaz de resistir a qualquer prova nesta vida.
Um líder, que não passou pelo processo de tribulação, não é
apto para a liderança. Não tenhamos temor da tribulação. É bom para nos ensinar
que só há uma Rocha firme, YHVH e a sua Palavra.
Quando estamos a passar por tribulações fortes, muitas
coisas desnecessárias caiem nas nossas vidas, caprichos, desejos que não
produzem nada duradouro, motivações carnais, etc.; para que prevaleça o
duradouro.
A tribulação serve para nos ajudar a colocar as coisas no
seu lugar, para que aprendamos aquilo que realmente é importante e o que não é
tão importante, desde uma perspectiva eterna.
Na presença do Eterno há muito movimento, uma actividade
constante. Há fogo e relâmpagos, chamas e cores, cantos, vozes, ruídos e uma
energia tremenda. Ao aproximarmo-nos do Eterno, recebemos parte dessa energia
celestial e os nossos corpos reagem de uma forma especial. Diante de YHVH treme
toda a terra e os seus habitantes, como lemos no Salmo 33:8: “Tema
toda a terra a YHVH; temam-no
todos os moradores do mundo.”
No Salmo 99:1 está escrito:
“YHVH reina; tremam os povos. Ele está assentado
entre os querubins; comova-se a terra.”
Quatro vezes o texto fala do movimento dos Levitas diante
do Eterno, v.
11, 13, 15 e 21. Isto ensina-nos que um líder terá que passar por muitos momentos de
tribulação na sua vida para que seja aperfeiçoado para servir somente a Ele.
8:12 “E
os levitas colocarão as suas mãos sobre a cabeça dos novilhos; então sacrifica
tu, um para expiação do pecado, e o outro para holocausto a YHVH, para
fazer expiação pelos levitas.”
Neste
versículo encontramos a base para um ministério correcto diante de YHVH.
Oferta de ascensão- Todo o animal é consumido. A nossa vida pessoal já não significa
nada para mim, uma vez que nos entregámos totalmente para ser os
propósitos do Reino.
8:14-16 “E separarás os levitas do meio dos filhos de
Israel, para que os levitas sejam meus. E depois
os levitas entrarão
para fazerem o serviço da tenda da congregação; e tu os purificarás, e por oferta
movida os oferecerás. Porquanto eles, dentre os filhos de Israel, me são dados;
em lugar de todo aquele
que abre a madre, do primogénito de cada um dos filhos
de Israel, para mim os tenho
tomado.”
Isto ensina-nos que uma pessoa dedicada a YHVH já não
pertence a si mesma. Já não tem direito de dominar a sua vida. Foi apresentado
diante de YHVH como um sacrifício, para já não servir os seus próprios
desejos, nem aos homens, sim apenas ao Eterno como lemos em 1 Coríntios
6:20:
“Porque
fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a D’us no vosso corpo, e no vosso Ruach, os quais pertencem a D’us.”
Segunda leitura, 8:15-26
8:15 “E depois os levitas entrarão
para fazerem o serviço da tenda da congregação; e tu os purificarás, e por
oferta movida os oferecerás.”
Os levitas tinham
que passar pela mikvé, o banho ritual,
para iniciar o seu ministério. Como vimos antes, o simbolismo desta imersão é morrer para a
velha vida para ressuscitar de novo, purificado.
A partir de agora os levitas já não podem viver como antes,
uma vez que morreram para a vida antiga, e a sua vida é agora dedicada ao
serviço do Eterno.
8:19 “E os levitas, dados a Arão e a seus filhos, dentre
os filhos de Israel, tenho dado para
ministrarem o ministério dos filhos de Israel na tenda da congregação
e para fazer expiação pelos
filhos de Israel,
para que não
haja praga entre
eles, chegando-se os
filhos de Israel ao santuário.”
Os líderes que foram instituídos por YHVH constituem dons
aos demais crentes. Neste caso, os levitas são dons do Eterno aos seus
superiores, os sacerdotes. Os líderes que o Messias Yeshua põe na sua congregação são dons, como está escrito
em Efésios 4:7-12:
“Mas a CHESSED foi dada a
cada um de nós segundo a medida do dom do Messias. Por isso diz: Subindo
ao alto, levou
cativo o cativeiro, E deu dons
aos homens. Ora, isto-ele subiu- que é, senão que também antes
tinha descido às partes mais baixas da terra? Aquele
que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para
cumprir todas as coisas. E ele mesmo deu uns para Shaliachs, e outros
para profetas, e outros para evangelistas,
e outros para
pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo do Messias;”
Este texto fala dos cinco dons ministeriais que o Messias
entrega aos homens. Cada um deles representa uma parte do ministério total do
Messias, v.
7.
Nenhum dos líderes tem todo o ministério do Messias, só uma
parte. Mas juntos formam o corpo do Messias com dons ministeriais.
Cada ministério é um dom, dado ao povo, e cada um destes
tem uma parte do ministério do Messias, segundo a CHESSED que recebera. Yeshua
tem tudo, mas nenhum de nós tem o mesmo, mas sim apenas parte dele.
Os dons ministeriais são dados para aperfeiçoar os santos
para que eles façam a obra do ministério para edificação do corpo do Messias.
Observe que os santos são os que fazem a obra, dirigidos e aperfeiçoados pelos
cinco dons ministeriais.
“para que não haja praga entre eles, chegando-se os filhos de Israel ao santuário” – Se
os levitas não cumprem o seu ministério, os israelitas, ou os primogénitos,
terão que o fazer. Mas por causa do bezerro de ouro, não lhes é possível,
porque chegaria a praga sobre eles.
Por
isso, ao servirem os levitas em vez dos filhos de Israel, não haverá praga
entre eles.
Neste
versículo menciona-se a frase “os filhos de
Israel” cinco vezes. Desta forma, YHVH mostra o seu
amor e carinho pelo seu povo.
8:24 “Este é o ofício dos levitas:
Da idade de vinte e cinco anos para cima
entrarão, para fazerem o serviço no ministério da tenda da congregação;”
Em Números 4:3 fala-se de 30 anos. Rashí diz que estiveram
cinco anos a preparar-se para poder entrar plenamente no ministério.
Foi uma aprendizagem de cinco anos.
Terceira
leitura: 9:1-14
9:1 “E falou YHVH a
Mosheh no deserto de Sinai, no ano segundo da sua saída da terra do Egipto, no primeiro
mês, dizendo:”
No primeiro versículo de Números está
escrito que o Eterno falou com Mosheh no primeiro dia do segundo mês do segundo
ano depois da saída do Egipto.
Aqui está escrito que YHVH falou a Mosheh
no primeiro mês do segundo ano. Isto mostra- nos que a Torá nem sempre narra as
coisas por ordem cronológica. Se fosse escrita por ordem cronológica o capítulo 1 deveria vir depois do capítulo 9.
9:2 “Celebrem os filhos de Israel a páscoa a
seu tempo determinado.”
Segundo Rashí, isto significa que o
sacrifício de Pêssach deve ser feito no tempo determinado, mesmo que o dia
catorze do primeiro mês caia a um Sábado.
9:5 “Então celebraram a páscoa no dia catorze do primeiro mês, pela
tarde, no deserto de Sinai; conforme
a tudo o que YHVH
ordenara a Mosheh,
assim fizeram os filhos de Israel.”
Esta foi a única vez que celebraram a Páscoa no deserto.
Rashí considera que foi uma vergonha para os filhos de Israel não celebrar a
Páscoa (Pêssach) mais do que uma vez durante os 40 anos. Como os filhos de
Israel não circuncidaram os seus filhos no deserto não podiam celebrar Pêssach,
cf. Josué
5.
Quarta Leitura 9:15 – 10:10
9:15-20 “E no dia em que
foi levantado o tabernáculo, a nuvem cobriu o tabernáculo sobre a tenda do testemunho; e à tarde
estava sobre o tabernáculo
com uma aparência de fogo até à manhã.
Assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e de noite
havia aparência de fogo. Mas sempre que a nuvem se alçava de sobre a tenda,
os filhos de Israel partiam;
e no lugar onde a nuvem parava,
ali os filhos de Israel se acampavam. Segundo
a ordem de YHVH, os filhos de Israel
partiam,
e segundo a ordem de YHVH se acampavam; todos
os dias em que a nuvem
parava sobre o tabernáculo, ficavam
acampados. E, quando
a nuvem se detinha muitos dias sobre
o tabernáculo, então os filhos
de Israel cumpriam
a ordem do YHVH,
e não partiam. E, quando
a nuvem ficava
poucos dias sobre
o tabernáculo, segundo a ordem do YHVH se alojavam, e segundo a ordem do YHVH partiam.”
A nuvem, foi o meio que o Eterno usou para dirigir o povo.
Olhando para a nuvem, eles podiam saber quando tinham que se movimentar, e
quando, e onde tinham que acampar. Isto criou uma dependência total da nuvem,
porque não se sabia quando
tinham que seguir viagem nem quando tinham que acampar.
Da mesma forma, vive aquele que é conduzido pelo Ruach do
Eterno, não sabe de onde vem, nem onde vai, como está escrito em João 3:8:
“O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz,
mas não
sabes de onde vem,
nem para onde vai; assim é todo aquele
que é nascido do Ruach.”
“Porém, outras vezes a nuvem ficava desde a tarde
até à manhã, e quando ela
se alçava pela manhã, então partiam;
quer de dia quer de noite alçando-se a nuvem, partiam.
Ou, quando a nuvem
sobre o tabernáculo se detinha dois
dias, ou um mês, ou um ano, ficando
sobre ele, então os filhos
de Israel se alojavam, e não partiam; e alçando-se ela,
partiam.”
Os filhos de Israel não sabiam quanto tempo tinham que
estar acampados em cada lugar, se uma noite, ou dez anos. Tinham sim, que estar
sempre prontos para continuar o caminho. Isto ensina-nos acerca da importância
da dependência de YHVH.
Os impulsos que ele nos dá, são para ser seguidos. Aquele
que atenta para esses impulsos, está sempre sob a protecção
divina, como os filhos de Israel estavam protegidos sob a nuvem no deserto.
Aquele que não faz caso aos impulsos do Eterno perderá a
protecção que existe para os que caminham com Ele. Esta dependência de YHVH foi
muito preciosa para eles, como lemos em Jeremias 2:2-3:
“Vai, e clama aos ouvidos de
Jerusalém, dizendo: Assim diz YHVH: Lembro-me de ti, da
piedade da tua mocidade, e do amor
do teu noivado, quando me seguias no deserto, numa terra que não se semeava. Então Israel era santidade para YHVH, e as primícias da sua novidade; todos
os que o devoravam eram
tidos por culpados; o mal vinha
sobre eles, diz o YHVH.”
Estaremos dispostos a viver sempre
assim com o nosso Pai Celestial? Estaremos
dispostos a ter a nossa vida entregue a
Ele.
Estaremos dispostos a ser levados pela presença do Ruach do
Eterno a toda o instante? Estaremos dispostos a mudarmo-nos de um lado para o
outro segundo mandado divino?
Aquele que não caminha com o Eterno tem uma vida instável.
Ainda que estejamos à espera do retorno de Yeshua, não podemos parar, mas sim
estar sempre prontos para qualquer tipo de mudança para poder continuar sobre a
presença de YHVH.
9:23 “Segundo a ordem de YHVH se alojavam, e segundo a
ordem de YHVH partiam; cumpriam o seu dever
para com YHVH,
segundo a ordem
de YHVH por intermédio
de Mosheh.”
Este texto ensina-nos que YHVH dirigiu o seu povo através
da indicação que foi manifestada na nuvem e através do profeta. YHVH deu a
ordem movendo a nuvem e Mosheh guiava-os. Isto mostra-nos que devemos seguir
a Palavra do Eterno, dada pelo Seu Ruach e pelos Seus Profetas, para não
ficarmos para trás e perder de vista o Eterno.
Aquele que pensa que pode servir ao Eterno sempre da mesma
forma que faz há anos, engana-se. Da mesma forma que YHVH se move
constantemente, há que haver uma disposição no interior de cada um de nós para
caminhar com Ele e não cristalizar nas doutrinas humanas existentes em muitas
organizações.
Se a organização ou congregação que já não quer ser
obediente ao Eterno por compreenderem que afinal a interpretação que estavam a
fazer era errada, mas não estão dispostos a reconhecer o equívoco, é melhor
abandonarmos a organização para não ficarmos para trás.
Devemos preferir estar
sob a cobertura da nuvem de protecção
de YHVH do que sob uma
organização que já não o deseja servir. Um dos perigos maiores que há para o
homem é que seja inflexível num sistema de pensamentos.
Se perdemos a nossa disponibilidade para mudar, já não podemos
caminhar com o Eterno,
e então ficaremos para trás. Aquele que ficar para trás correrá o risco de
perder tudo, inclusive a sua alma, como está escrito em Hebreus 10:38-39:
“Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a
minha alma não tem prazer nele.
Nós, porém, não somos daqueles
que se retiram
para a perdição, mas daqueles que
crêem para a conservação da alma.”
Aqueles que têm fé, ou seja, aqueles que são fiéis e
aqueles que confiam, são os que avançam, porque YHVH mantém o seu povo em
movimento a toda a hora, até que cheguemos ao Reino Vindouro.
Mas aquele que prefere ser fiel aos homens que já não
querem caminhar com o Eterno, terá muito a perder. Não sigamos atrás dos
líderes que não caminham com o Eterno. Não tens qualquer obrigação de seguir
aqueles líderes que não seguem ao Eterno, como está escrito em Josué 1:16-17:
“Então
responderam a Josué, dizendo: Tudo quanto nos ordenaste faremos, e onde quer que nos enviares
iremos. Como em tudo ouvimos
a Mosheh, assim
te ouviremos a ti, tão- somente que YHVH seja contigo, como foi com Mosheh.”
Logo, sigamos o nosso líder
somente se YHVH for com ele, isto é, se ele proceder
e ensinar de acordo com os
ensinamentos do Eterno.
10:2 “Faz para ti duas trombetas
de prata; de obra batida as farás, e elas te servirão para a convocação da congregação, e para a partida dos arraiais.”
Há dois tipos de
trombetas em Israel:
- O
shofar- Um corno de carneiro feito pelo eterno e usado pelo homem. Pode também
ser feito de cabra, antílope ou de outro animal puro (casher).
- A trombeta de prata-
Feita pelos homens.
As trombetas de
prata foram feitas com o propósito de:
- reunir a congregação
ou os líderes (v. 3-4, 7);
- anunciar a partida (v.
5-6);
-
lembrar ao povo diante do Eterno em tempos de guerra
(v. 9);
- lembrar
ao povo diante do Eterno as festas, as luas novas e durante todos os
sacrifícios comunitários (v. 10).
No templo de Jerusalém os sacerdotes tocavam
as trombetas de prata durante
a oferta dos sacrifícios comunitários. Tocavam
pelo menos 21 vezes por dia.
Quando as portas se abriam pela manhã tocavam três vezes.
Durante a oferta diária da manhã tocavam nove vezes. Durante a oferta diária da
tarde, tocavam nove vezes e se houvesse um sacrifício adicional, tocavam outras
nove vezes.
Na véspera do sábado, tocavam três vezes pela tarde para
lembrar o povo que era tempo de cessar o trabalho. Quando o sábado estava
prestes a começar tocavam outras três vezes para marcar o início do shabbat.
Quinta Leitura: 10:11-34
10:11 “E aconteceu, no ano segundo,
no segundo mês,
aos vinte do mês, que a
nuvem se alçou de sobre o tabernáculo da congregação.”
Como já vimos antes, isto mostra-nos com que rapidez
fizeram o censo. A Torá tem várias formas de apresentar a data:
§ Ano/mês/dia (Génesis 7:11; Números
10:11; 33:38; Deuteronómio 1:3);
§ Ano/dia/mês (Génesis 8:13);
§ Mês/ano/dia (Êxodo 40:17);
§ Dia/mês/ano (Números 1:1).
10:12-13 “E os filhos de Israel, segundo a ordem de marcha,
partiram do deserto de Sinai;
e a nuvem parou no deserto de Parã. Assim
partiram pela primeira
vez segundo a ordem de YHVH, por intermédio
de Mosheh.”
Isto ensina-nos que não devemos avançar para algo até que
tenhamos a indicação do Eterno mediante a indicação da presença de seu poder
em em nós. Às vezes a indicação do ruach pode ser confirmada por uma palavra
profética, mas não o revés.
Devemos ser fiéis
à
direcção do Ruach na nossa vida. Devemos aprender a ser dirigidos pelo Ruach
inclusivamente nos detalhes.
10:28 “Esta era a ordem das partidas
dos filhos de Israel segundo
os seus exércitos, quando partiam.”
Os
filhos de Israel tinham uma ordem estrita na hora de marchar pelo deserto.
Quando há ordem há paz e quando há desordem há confusão.
10:29 “Disse então Mosheh
a Hobabe, filho de Reuel,
o midianita, sogro de Mosheh: Nós
caminhamos para aquele lugar, de que YHVH disse: Vo-lo darei; vai connosco e te faremos
bem; porque YHVH falou bem sobre Israel.”
Segundo
Maimónides, Hobabe foi o nome que Yetro recebeu depois da sua conversão ao
Eterno.
10:32 “E será
que, vindo tu connosco, e sucedendo o bem que
YHVH nos fizer, também nós te
faremos bem.”
Aqui vê-se
novamente o propósito da formação do povo de Israel, “em ti serão
benditas todas as famílias da terra”. Todos os que se unem a
Israel recebem as bênçãos do céu. Todos os que se
unem a Israel recebem as bênçãos do céu.
Alguns teólogos que combinam este texto com Êxodo 18:27, dizem que Yetro partiu de Israel neste momento. No entanto,
Maimónides diz que o texto de Êxodo 18 mostra que Yetro deixou
o povo de Israel antes da entrega
da Torá para logo voltar em algum momento
que a Torá não regista.
Nesta ocasião estava com o povo e assim entrou na terra
juntamente com eles. Segundo este texto, Mosheh teve a última palavra,
o que é uma indicação
de que o seu sogro lhe deu ouvidos. Segundo a tradição, os
descendentes de Yetro receberam a parte mais fértil de Jericó, como lemos em Juízes 1:16:
“Também os filhos do queneu,
sogro de Mosheh, subiram da cidade das palmeiras com os filhos de Judá ao deserto de Judá, que está ao sul de Arade, e foram, e habitaram com o
povo.”
Segundo Rashí, os descendentes de Yetro viveram em Jericó, “a cidade
das palmeiras”, durante 400
anos, até à construção do templo.
Sexta
Leitura: 10:35 – 11:29
10:35-36 “Acontecia que,
partindo a arca, Mosheh dizia: Levanta-te YHVH, e dissipados sejam os teus inimigos, e fujam diante
de ti os odiadores. E, pousando
ela, dizia: Volta, YHVH, para os muitos milhares de Israel.”
A frase hebraica “kuma YHVH” também poderá ser traduzida como: “Levanta-te YHVH”.
Quando
Ele se levanta/manifesta não há inimigo que lhe possa resistir.
11:1 “E aconteceu que,
queixou-se o povo
falando o que
era mal aos ouvidos de YHVH;
e ouvindo o YHVH a sua ira se acendeu; e o fogo de YHVH
ardeu entre eles e consumiu
os que estavam
na última parte
do arraial.”
Pela língua dos filhos de Israel se acendeu um fogo consumidor, isso concorda com o texto de Tiago 3:5-6
“Assim também a língua é um
pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão
grande bosque um pequeno fogo
incendeia. A língua
também é um fogo; como
mundo de iniquidade, a língua
está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada
pelo inferno.”
11:4-5 “E o vulgo, que
estava no meio deles, veio a ter grande desejo; pelo que os filhos
de Israel tornaram
a chorar, e disseram: Quem
nos dará carne
a comer? Lembramo-nos dos peixes que no Egipto
comíamos de CHESSED; e dos pepinos,
e dos melões, e dos porros, e das cebolas,
e dos alhos.”
Normalmente as pessoas
esquecem-se das emoções
negativas e somente
lembram-se das emoções
positivas nas suas recordações. Os filhos de Israel já não se lembravam da
escravidão. Se eles trabalhavam como escravos, como é que agora dizem que
comiam de CHESSED? Rashí interpreta isso dizendo que aqui se referem a que
podiam comer gratuitamente no Egipto porque não tinham que cumprir nenhum mandamento.
11:6 “Mas agora a nossa alma se seca; coisa nenhuma há
senão este maná diante dos nossos
olhos.”
O homem precisa de variar a comida para não se fartar.
Agora, os filhos de Israel estavam numa situação de trânsito e a providência
divina proporcionava-lhes uma alimentação de emergência, para que sobrevivessem
durante o tempo no deserto que não deveria durar tanto tempo.
Ainda que um Midrash diga que o maná mudava de sabor consoante o desejo de cada um, a Torá diz-nos
como era o sabor do maná, em Êxodo 16:31b
e Números 11:8:
“e o seu sabor como bolos de
mel.”
“e o seu sabor era como o sabor de tortas cozidas em azeite”.
Quando uma pessoa não é grata pela comida que recebe,
recaem maldições na sua vida. Através das graças que damos ao Eterno
antes e depois de comer,
estamos a prestar
culto por meio das coisas materiais e somos libertados da ganância.
Em 1 Coríntios 10:1-6 está escrito:
“Ora, irmãos,
não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos
debaixo da nuvem, e todos passaram
pelo mar. E todos foram baptizados em Mosheh, na nuvem e no mar, E
todos comeram de uma mesma
comida espiritual, E beberam todos
de uma mesma bebida
espiritual, porque bebiam
da pedra espiritual que os seguia;
e a pedra era o Messias. Mas D’us
não se agradou
da maior parte
deles, por isso foram prostrados no deserto. E estas
coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como
eles cobiçaram.”
Neste texto fala-se de um “alimento espiritual”, uma “bebida espiritual” e
uma “rocha espiritual”. Da mesma forma que o maná e a água que foram dados no deserto eram alimento e
bebida espiritual.
Como é que a
Escritura chama estas coisas materiais de algo “espiritual”?
Segundo a filosofia grega,
algo espiritual não pode ser físico. Contudo,
o maná era físico,
a água era física, a rocha era física. Logo a expressão “espiritual” não pode ser entendida sob o ponto de vista filosófico grego,
mas sim sob uma perspectiva hebraica.
Segundo o ponto
de vista hebraico, algo espiritual é algo que vem do mundo espiritual, que tem a aprovação do Céu ou que tem uma relação ou um ponto
de contacto com o mundo espiritual.
Uma comida espiritual é uma comida suportada, abençoada,
entregue e santificada pelo Eterno. Na cultura israelita, existe a função de
elevar os elementos meramente naturais a um nível espiritual para que assim se
possa prestar culto ao Eterno.
A comida converte-se em algo espiritual quando é recebida
com uma oração baseada na Palavra do Eterno, como lemos em 1 Timóteo 4:4-5:
“Porque toda a criatura de YHVH
é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com acções
de CHESSEDs. Porque pela palavra de YHVH e pela oração é
santificada.”
11:9 “E, quando o orvalho descia
de noite sobre
o arraial, o maná descia
sobre ele.”
Há
uma aparente contradição entre este texto e Êxodo 16:14 onde está escrito:
“E quando
o orvalho se evaporou, eis que sobre a face do deserto estava uma
coisa miúda, redonda, miúda como a geada sobre a terra.”
Estes dois versículos mostram-nos que houve uma espécie de “manto” branco tanto por baixo como por cima do maná. O maná era assim protegido da poeira do solo e além disso coberto por uma capa,
para estar bem conservado até ao momento
de ser colhido.
Daí surgiu a tradição de colocar uma toalha branca sobre a
mesa do Shabbat, e cobrir os pães do Shabbat com uma toalha branca. Estas duas
toalhas lembram o povo do milagre do maná.
11:14 “Eu só não posso levar a todo este povo, porque
muito pesado é para mim.”
Mosheh sentiu que não podia levar a carga de guiar o povo. Isto é, Mosheh considerava não ter a capacidade para assumir tal
capacidade. Esta é a experiência de qualquer líder que tem uma grande responsabilidade. A resposta de YHVH aos problemas, à queixa do povo,
e à
exaustão de Mosheh,
é que primeiramente lida com as necessidades do líder e logo trata da necessidade do povo.
11:17 “Então eu descerei
e ali falarei contigo, e tirarei do Ruach que está sobre ti, e o porei
sobre eles; e contigo levarão
a carga do povo, para
que tu não a leves sozinho.”
O Ruach que está sobre um líder ungido faz com que nele
haja um sentimento de carga pelo povo. É uma carga de preocupação parecida
aquela que sente uma mãe pelos seus filhos. É uma carga de responsabilidade que
em muitas ocasiões se torna pesada.
O Shaliach S’haul diz que o pior de todos os sofrimentos
que ele tinha foi a preocupação por todas as congregações, como lemos em 2 Coríntios 11:23-28:
“São ministros do Mashiach?
(falo como se tivesse perdido o juízo) eu ainda mais: em trabalhos, muito
mais; em açoites,
mais do que
eles; em prisões,
muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos juD’us
cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri
naufrágio, uma noite e
um dia passei no abismo;
Em viagens muitas
vezes, em perigos
de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha
nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre
os falsos irmãos;
Em trabalhos e fadiga,
em vigílias muitas
vezes, em fome
e sede, em jejum muitas
vezes, em frio e nudez. Além das coisas
exteriores, me oprime
cada dia o cuidado de todas as igrejas.”
A preocupação por todas as congregações que aceitaram o
testemunho de Yeshua, foi superior a todas as demais calamidades que o Shaliach
S’haul estava a sofrer. Isto nos ensina que um líder tem uma grande angústia de
preocupação pelos que estão sob o seu
cuidado. Mosheh sentiu que essa carga lhe era demasiado
pesada e assim foi repartida sobre mais setenta anciãos. Estes setenta
constituem o primeiro Sinédrio em Israel.
11:23 “Porém, YHVH disse a Mosheh:
Será limitado o poder de YHVH? Agora verás se a minha palavra se há de cumprir ou não.”
Mosheh não conseguia
imaginar de que forma o Eterno poderia
alimentar com carne todo o povo.
Em Génesis 18:14 está escrito:
“Haveria
coisa alguma difícil para YHVH? Ao tempo determinado tornarei a ti por este
tempo da vida, e Sara terá um filho.”
Também em Jeremias 32:27: “Eis que
eu sou YHVH, o Elohim de toda a carne; acaso haveria alguma coisa demasiado difícil para mim?”
Zacarias 8:6: “Assim diz YHVH dos Exércitos: Se naqueles dias isto parece
muito difícil aos olhos do restante
deste povo, será também difícil
aos meus olhos?
diz o Elohim dos Exércitos.”
Mateus 19:26:
“E Yeshua,
olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Elohim tudo é possível.”
Marcos 10:27:
“E Yeshua,
olhando para eles,
disse-lhes: Aos homens
é isso impossível, mas a Elohim tudo é possível.”
Lucas 1:37: “Porque para Elohim nada é impossível.”
Lucas
18:27: “Mas ele
respondeu: As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Elohim”.
Romanos
4:21: “E estando
certíssimo de que o que YHVH tinha prometido também era poderoso para o fazer.”
11:25 “Então YHVH
desceu na nuvem, e lhe falou; e, tirando do Ruach, que estava sobre
ele, o pôs sobre aqueles
setenta anciãos; e aconteceu que,
quando o Ruach repousou sobre eles, profetizaram; mas depois nunca mais.”
O Ruach que estava sobre Mosheh fez com que os anciãos
eleitos profetizassem. Aquele Ruach de profecia é aquele que produz a carga de
responsabilidade e preocupação num líder espiritual, porque
esse Ruach é capaz de transmitir a carga que sente o Eterno pelas pessoas e pô-la no coração dos seus representantes.
Agora, os demais anciãos compartilhavam essa carga com
Mosheh e assim foram capacitados para o ajudar naquela difícil tarefa. Este
texto mostra-nos que um líder autêntico é, em primeiro lugar, algo espiritual,
algo sobrenatural.
11:29 “Porém, Mosheh lhe disse:
Tens tu ciúmes por mim? Quem dera que todo o povo de YHVH fosse
profeta, e que YHVH pusesse o seu Ruach sobre ele!”
Mosheh desejava que todo o povo recebesse o Ruach de
profecia, semelhante ao que está escrito em 1 Coríntios 14:1: “Segui o amor, e procurai com zelo os dons
espirituais, mas principalmente o de profetizar.”
1
Coríntios 14:5a: “E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas
muito mais que profetizeis;”
1 Coríntios
14:39 “Portanto, irmãos, procurai,
com zelo,
profetizar, e não proibais falar línguas.”
Depois da chegada
do Messias, a profecia não é dada somente a alguns dentre o povo. O
desejo do Eterno, expressado pela boca de Mosheh e S’haul, é que todos
profetizem sob a inspiração do Ruach do Santo.
11:34 “Por isso o nome daquele
lugar se chamou Quivrote-Ataavá, porquanto ali enterraram
o povo que foi cobiçoso.”
Quivrote-Ataavá significa “sepulcros da cobiça”.
Aqui está escrito que aqueles que tinham sido cobiçosos foram sepultados. Mas não foi só isso, pois também
foi sepultada a cobiça.
Cobiçar é diferente de desejar. A cobiça é algo insaciável,
algo demoníaco, que não está baseado numa função natural de necessidade, mas
sim uma exigência sem agradecimento, sem humildade, sem reconhecimento.
É igual, ou pior que os desejos animalescos dos animais.
Tenhamos muito cuidado com a cobiça, enterremo-la.
Tiago
4:1-3 “De onde vêm as guerras e pelejas entre vós?
Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros
guerreiam? Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis
alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis,
e não recebeis, porque pedis
mal, para o gastardes em vossos deleites.”
Sétima Leitura: 11-30 – 12:16
12:1 “E falaram Miriã
e Arão contra Mosheh, por causa da mulher cushita, com quem casara; porquanto
tinha casado com uma mulher cushita.”
O texto identifica primeiro Miriam em vez de Arão. Isto mostra-nos que foi ela que tomou a iniciativa para falar com Mosheh e
terá influenciado Arão. Talvez, por essa razão somente ela tenha sido ferida
com tsaráat (lepra).
Arão agiu como uma marioneta, tal como quando fez o bezerro
de ouro, e fraquejou em ambos os momentos. Arão, no seu propósito de estar em
paz com todos, deixava-se levar por influências malignas. Faltava-lhe carácter
para resistir ao mal. Mas, ao mesmo tempo, apressava-se a humilhar-se e a pedir
perdão.
É muito grave falar contra aqueles que recebem confiança
por parte do Eterno; as consequências são desastrosas. Não devemos falar mal
daqueles que estão postos em posições de liderança no povo do Eterno.
YHVH encarregar-se-á de julgar aquele que comete semelhante
pecado com a sua língua. Aqui vemos como o lashon hará (a má língua) foi
castigada com tsaráat.
12:6 “E disse: Ouvi agora as minhas palavras;
se entre vós houver profeta,
eu, YHVH, em visão a ele me farei conhecer,
ou em sonhos falarei com ele.”
Os profetas por norma recebem
testemunho em visões
e em sonhos. Contudo, o nível de profecia que tinha Mosheh era superior
ao dos demais.
Ele foi o maior profeta
até que veio o Filho de Elohim,
Yeshua haMashiach, que está num nível
incomensuravelmente superior a Mosheh, como lemos em Hebreus 1:1-2; 3:3:
“Havendo
D’us antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes
últimos dias pelo Filho, A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o
mundo.” (…) “Porque ele é tido por digno de
tanto maior glória do que Mosheh, quanto maior
honra do que a casa tem aquele que a edificou.”
Textos
relacionados com o Messias nesta Porção Semanal da Torá:
8:7b “e lavarão as suas
vestes, e se purificarão.” -
Isto refere-se à morte e ressurreição
(ver Apocalipse 7:14)
8:21b
“Arão fez expiação por eles, para
purificá-los.” – O
Sumo-Sacerdote celestial foi quem fez a expiação por nós para nos purificar
(ver Hebreus
7:17).
9:12a “Dela
nada deixarão até à manhã, e dela não quebrarão osso algum” – Nenhum
osso de Yeshua foi quebrado quando morreu, cf. João 19:36.
9:13 “Porém, quando um homem for limpo, e não estiver em
viajem, e deixar de celebrar a páscoa, essa alma do seu povo será extirpada; porquanto não ofereceu
a oferta de YHVH a seu tempo determinado; esse homem levará o seu pecado.”
O crente que não participa de Pêssach, perde o seu direito
de ser parte do povo. Isto ensina-nos que aquele que não tem parte do cordeiro
que foi entregue por YHVH para tirar o pecado
do mundo, finalmente será totalmente desarraigado do povo, cf. Actos 3:22- 23; 4:11; Deuteronómio 18:19.
10:3 “E, quando as tocarem, então toda a congregação se
reunirá a ti à porta da tenda da congregação.”
Ao toque da última trombeta,
Yeshua virá e reunirá os remidos arrebatando-os e levando- os à terra
de Israel (1
Tessalonicenses 4:16-17).
10:5 “Quando, retinindo, as tocardes, então partirão os
arraiais que estão acampados do lado do oriente.”
Os acampamentos teriam
que levantar e partir quando se tocasse
a trombeta. Isto mostra-
nos que os que serão arrebatados serão transladados para a terra prometida para
estar com o Messias durante o seu governo milenar na terra.
10:9 “E,
quando na vossa terra sairdes a pelejar contra o inimigo, que vos oprime, também tocareis as trombetas retinindo, e perante YHVH
vosso Elohim haverá lembrança de vós, e sereis salvos de vossos inimigos.”
Para serem lembrados na guerra, toca-se a trombeta. Isto
aponta para o regresso do Messias a Jerusalém, onde fará guerra aos exércitos
das nações que subirão para pelejar
contra Israel e conquistar a cidade do Grande Rei, cf. Zacarias 14. O Anti-Cristo será morto
com a espada que sai da boca de Yeshua,
cf. Isaías 11:4; 2 Tessalonicenses 2:8.
10:10 “Semelhantemente, no dia da vossa alegria e nas
vossas solenidades, e nos princípios de vossos meses,
também tocareis as trombetas sobre os vossos holocaustos, sobre os vossos sacrifícios pacíficos, e vos serão por memorial
perante vosso Elohim:
Eu sou YHVH vosso Elohim.”
Depois de ser retirada a influência maligna da terra,
celebrar-se-á a festa de Sukkot (tabernáculos/cabanas) durante mil anos, que
são as bodas do cordeiro.
10:14 “Porque primeiramente partiu a bandeira do arraial
dos filhos de Judá segundo os
seus exércitos; e sobre o seu exército estava Naassom, filho de Aminadabe.”
Judá sempre caminhava na frente. O Messias, que veio da
tribo de Judá, é sempre o primeiro no plano do Eterno (o primeiro da criação; o
primeiro a ser colhido/ressuscitado; as primícias; etc.).
10:33 “Assim partiram do monte de YHVH caminho de três
dias; e a arca da aliança de YHVH caminhou diante deles caminho
de três dias,
para lhes buscar lugar de descanso.”
A arca, que simboliza o Messias, foi três dias diante do povo. Isto mostra-nos a sua morte e ressurreição que abriu caminho
para nós para chegar a um lugar de repouso.
12:8a “Boca a boca falo com ele, claramente e não por
enigmas; pois ele vê a imagem do
Eterno”
A expressão boca a boca pode
também significar cara a cara como lemos em João
6:46: “Não que alguém visse ao Pai,
a não ser aquele que vem de D’us; este
tem visto ao Pai.” Fim da Parashá 3