segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

O HISTÓRICO DO JUDAÍSMO NAZARENO

Introdução:

Este artigo baseia-se em pesquisas históricas cujas fontes estarão disponíveis ao longo do desenvolvimento do mesmo, e destina-se a reforçar a Fé Patriarcal de nossos irmãos judeus que reconheceram em Yeshua haNotseri o Mashiach de Yisrael, bem como de nossos irmãos gentios que aceitaram o D'us de Yisrael sendo enxertados na boa Oliveira e participam da mesma Fé de nossos patriarcas.

Este artigo também mostra como se deu o surgimento da primeira Congregação Nazarena de Yerushalaim, sua separação dos gentios ditos cristãos e os vestígios arqueológicos deixados por estes fiéis, cuja vida foi uma constante perseguição primeiro de seus próprios patrícios, depois pelo império romano e por fim pela cruel igreja cristã que os rotulou de hereges perseguindo-os como animais.

Objetivos:

* Reforçar a Fé dos nazarenos modernos ao conhecerem seus irmãos do passado.

* Servir como material de pesquisa bibliográfica sobre os judeus notserim.

* Esclarecer a posição nazarena em relação aos vários grupos ditos judaicos messiânicos.

* Mostrar como se deu a separação definitiva dos gentios que adotaram a religião de Roma.

* Fundamentar a Fé Notserit mediante a historicidade e achados arqueológicos da época.


Investigação Profética:

Há várias profecias que declara que o Messias de Yisrael seria chamado de Notser ou Nazareno, eis uma delas:

"Do tronco de Jessé sairá um Notser, e de suas raízes um renovo" (Isaías 11:1)

Esta descrição do Messias judeu foi reconhecida nos Evangelhos quando é declarado: "....e ele será chamado Nazareno" (Mateus 2:23), ora se o verdadeiro Messias de Yisrael era chamado de o nazareno, então como os seus seguidores também seriam chamados??? Leiamos na Bíblia:

"Porque, tendo nós verificado que este homem(Shaul/Paulo) é um agitador e promove confusão entre os judeus espalhados por todo o mundo, sendo ele mesmo também um dos principais líderes da seita dos Nazarenos" (Atos 24:5)

Reconhecidamente tanto os apóstolos como os seguidores de Yeshua eram chamados e reconhecidos como os nazarenos, e quem eram os nazarenos, como eles viviam????

Os primeiros seguidores de Yeshua, liderados por Tiago e Pedro, fundaram a Congregação nazarena de Jerusalém após a ascensão de Yeshua, eles eram chamados de Nazarenos e relativamente a todos os preceitos judaicos suas crenças eram indistintas das dos Fariseus, com exceção de que acreditavam na ressurreição de Yeshua e que Yeshua era realmente o Messias prometido a Yisrael. Eles não acreditavam que Yeshua era um novo “deus”, mas acreditavam que por milagre de D’us, ele tinha sido trazido novamente à vida após sua morte no madeiro e breve voltaria para completar sua missão e iniciar seu reino messiânico na terra. 
Os Nazarenos não compactuavam de que Yeshua havia abolido a religião dos Patriarcas ou a Torah Sagrada. Por terem conhecido Yeshua pessoalmente, eles estavam seguros de que ele observara a religião dos Patriarcas de Yisrael toda a sua vida e nunca havia se rebelado contra ela. Suas curas aos sábados não eram contra a Torah.

Os Nazarenos, eram eles próprios bastante fiéis às Mitz’vot/mandamentos religiosos hebraicos. Eles praticavam a circuncisão não comiam das comidas proibidas e demonstravam grande respeito ao Templo. Também não se consideravam como pertencendo a uma “nova religião” mas eram reconhecidos como parte do judaísmo daquela época; sua religião era o judaísmo praticado pelos profetas. Estabeleceram Sinagogas para seu uso, mas também compareciam às Sinagogas não Nazarenas ou rabínicas em certas ocasiões e realizavam o mesmo tipo de liturgias nas suas sinagogas que os demais judeus praticavam.

Nazarenos filosoficamente refere-se a todos os seguidores Israelitas e estrangeiros (gentios crentes) em Yeshua haMashiach e todos observadores da Torah. Notser ou Notserim em absoluto não se aplica aos moradores da aldeia de Nazaré ou Natzerat( נָצְרַת ), mas um grupo escatológico profético que acreditavam ser os eleitos do Eterno em seu filho Yeshua, para andar e proteger o caminho da verdade, vejam algumas profecias a respeito dos nazarenos:

ועמך כלם צדיקים לעולם יירשׂו ארץ נצר מטעו מעשׁה ידי להתפאר - Isaías 60:21

Ve amekh kulam tsaddiykym le'olam yiyrshu arets Notser mata ma'aseh yaday lehitpa'er - Isaías 60:21

E todos os do teu povo serão justos; para sempre herdarão a terra; serão Notser(nazareno) por Mim plantados, obra das Minhas mãos, para que Eu seja glorificado” (Isaías 60:21)

כי ישׂ יום קראו נצרים בהר אפרים קומו ונעלה ציון אל יהוה אלהינו - Jeremias 31:6

"Kiyesh yom kare'u Notserim behar Efrayim kumu vena aleh tsiyon'el Adonay Eloheynu" - Jeremias 31:6

Pois haverá um dia em que anunciarão os Notserim(nazarenos) sobre o monte de Efraim: Levantai-vos, e subamos a Tziôn, a Adonai nosso D'us” (Jeremias 31:6)


O termo “nazareno” vem da palavra hebraica “נצר - Notser”, que quer dizer: ramo, broto, rebento, remanescente. Ainda relacionado a palavra “Notser”, temos as mesmas consoantes, da mesma raíz, e que forma a palavra: “Notser”; e tem o significado de: observar, cuidar, guardar, proteger, preservar, seguir (Mandamentos), manter em oculto. Encontramos 74 vezes no Tanach as mesmas consoantes, as vezes “Netser, Natser, Notser”, e na maioria das vezes está relacionado ao Eterno como guardião e protetor da Torah e de seu povo Yisrael, também está relacionado com o Messias como guardião da verdade e da compaixão, e uma vez como Ramo e rebento da casa de David (que se repetirá em Mateus 2:23), e uma vez referente aos Remanescentes seguidores do Caminho de D’us, plantados pelo Eterno (que se repetirá em Atos 24:5 “os Notserim”). 

Muitas vezes refere-se àqueles que observam e guardam o Testemunho de D'us e seus Mandamentos (Apocalipse 12:17 e 14:12)  e ainda aqueles que se mantém fiéis e firmes na Verdade da Torah, tem ainda os significados de: Guardião, Protetor, Atalaia, Seguidor, Mantenedor dos segredos. Este termo também refere-se ao futuro Teshuvá-retorno para o Eterno que farão os da casa de Efrayim/as dez tribos perdidas da Casa de Yisrael depois de um longo período vivendo no gentilismo como se fossem gentios pagãos. 
Portanto a Casa de Efrayim é o filho pródigo que voltará e já está voltando para casa e para os braços do Pai Eterno com grande júbilo e alegria. E também provocando ciúmes no seu irmão Judá por causa do seu retorno.

Investigação Histórica:

Jerônimo era um padre católico, que a mando do papa Dâmaso foi incumbido de traduzir as Escrituras para o Latim, que já no quarto século era a língua litúrgica da igreja de Roma.
A pesquisa começou em 1986, quando encontramos esta declaração de Jerônimo, que ele escreveu no quarto século:

“Mateus, também chamado Levi, e que de publicano se tornou apóstolo, primeiro de tudo produziu um Evangelho do Messias na Judeia, na língua e nos caracteres hebraicos, para benefício dos da circuncisão que haviam crido, Não se tem suficiente certeza de quem o traduziu mais tarde para o grego. Ademais, o próprio em hebraico está preservado até hoje na Biblioteca de Cesareia que o mártir Pânfilo ajuntou tão diligentemente. Os Nazarenos, que usam este volume, na cidade Síria de Bereia, permitiram-me também copiá-lo”  (Obra de Jerônimo: “De Viris Inlustribus” [A Respeito de Homens Ilustres] – Capítulo III – Tradução do Texto Latino editada por E. C. Richardson e publicado na série – Texte und Untersuchungen zur Geschichte der Altchristlichen Literature — Volume, 14, Leipzig, 1896, páginas 8 e 9.)

Nesta declaração encontramos algumas verdades históricas que devemos Restaurar:

1. Mateus escreveu o Evangelho que leva o seu nome em Hebraico.

2. Não se sabe quem traduziu esse Evangelho Original “mais tarde” para o grego, o tradutor ou tradutores eram desconhecidos. Isto indica que traduções para o grego são posteriores aos originais em hebraico.

3. Esse Evangelho de Mateus em Hebraico, na época de Jerônimo, ainda estava preservado na Biblioteca de Cesareia.  Por que ele se perdeu? O que fizeram como ele?

4. Os Nazarenos tinham um exemplar desse Evangelho e emprestaram para Jerônimo copiá-lo.

Isto significa que no quarto século ainda podemos encontrar os judeus Nazarenos, mas eles, como nós podemos perceber, não pertenciam à mesma igreja de Jerônimo, ou seja, eles não eram católicos romanos, eles eram Notserim. Tinham um nome, tinham uma identidade que os diferenciava da religião oficialmente estabelecida na época do papa Dâmaso.

Nossas pesquisas e investigações documentárias se voltaram, então, para responder algumas perguntas: Quem eram Os Nazarenos? Por que usavam o Evangelho de Mateus em Hebraico e não as cópias em Grego que já circulavam no meio católico? Em que eles criam? Por que não estavam unidos com a religião do império que tinha sua sede em Roma? Finalmente queríamos entender e compreender a Origem dos judeus Nazarenos.

As respostas a estas perguntas formaram um grande acervo de Documentos históricos que formam um panorama histórico surpreendente.

Os Nazarenos e a Cidade de Pella:

Pella foi uma antiga cidade, cujas ruínas constituem atualmente um sítio arqueológico que se situa na aldeia de Tabaqat Fahl, no noroeste da Jordânia. O local encontra-se no vale do Jordão, muito perto da fronteira com Yisrael, 80 km ao norte de Amã e 40  km a oeste de Irbid. Após a conquista romana por Pompeu na primeira metade do século I a.a.c., a cidade prosperou ainda mais, tendo então desaparecido a maior parte das construções helênicas. Ainda hoje subsistem ruínas espetaculares desse período, durante o qual Pella foi uma das cidades que compunha a Decápolis mencionada nos Evangelhos.
Com a destruição de Jerusalém pelo general Tito, os Nazarenos se Refugiam nesta cidade. Nossa pesquisa nos remete aos anos 66 ec. e 67 ec. A cidade de Jerusalém estava sitiada. Vespasiano tinha cercado a cidade com os exércitos romanos, mas, inesperadamente foi chamado para Roma, pois o imperador tinha falecido, por essa razão, o próprio Vespasiano foi declarado Imperador. Com a ida de Vespasiano para Roma, o cerco de Jerusalém foi levantado e foi esse o momento que os discípulos esperavam, aproveitando a retirada dos exércitos romanos e em cumprimento da advertência que encontramos em Lucas 21:20-21, eles fogem para além do rio Jordão. A cidade foi destruída pelo general Tito no ano 70 ec.

As fontes de pesquisa apontam como lugar principal de refúgio uma cidade chamada Pella. Vejamos o Comentário de uma Enciclopédia e ver como a história comprova que os discípulos saíram da cidade de Jerusalém antes de sua destruição:

“A Comunidade que imigrou de Jerusalém, ao início da guerra de Vespasiano com os judeus, ficou refugiada nas regiões da Galileia, Judeia e Samaria, ao oriente, e ao sul, no Egito, sendo encontrados até o final do século IV na região de Perea na cidade de Pella”  -(Enciclopédia Italiana – Vol. V, página 76, coluna 4)

Houve de fato uma imigração, para ser mais exatos, aconteceu uma fugida da cidade, um grupo de pessoas que é designado como: Comunidade, eles fogem de Jerusalém e se refugiam em várias regiões, em especial na cidade de Pella.

A Comunidade Notzerit na Cidade de Pella:

Já sabemos que um pequeno grupo de seguidores do Messias, e, portanto, nazarenos, que tinham aceitado a Fé, antes da destruição da cidade de Jerusalém pelo general Tito, fogem. Vejamos agora como era conhecida essa Comunidade de Jerusalém que foge para Pella:

“Transferiram-se antes do cerco, poucos em número para acidade de ... Pella ... chamavam-se Nazarenos, e com esse nome puramente evangélico que figuram na história” (História do Judaísmo Antigo, Cyro de Moraes Campos, Edição de 1961, página 353)

Assim, os que saíram de Jerusalém, antes da cidade ser destruída pelo general romano Tito, era a Comunidade dos Nazarenos, e eles se espalham pela Judeia, Galileia e se estabelecem principalmente em Pella.

“A Comunidade, trazia, porém, o nome de Nazarenos, que compartilhava com os demais grupos transjordânicos” (Nova História da Igreja, Vol.1 de autor francês J. Danielou Henry Marrou, 1984, da Editora Vozes, e com tradução de D. Paulo Evaristo Arns O. F. M. na página 44)

Claramente, sem deixar dúvidas, até Documentos católicos comprovam que a Comunidade dos Nazarenos é aquela que, saindo de Jerusalém se refugia além do Jordão (região transjordânica). Nós deveríamos pensar que os mais interessados em esconder os fatos deveriam ser justamente os que os negam, porém, diante da história e por causa do grande acervo de Documentos de prova, todo historiador deve ser honesto, e por mais que isso contrarie a tradição religiosa deve afirmar o que realmente aconteceu.

O Início da separação definitiva:

A separação entre os dois grupos, de um lado os Nazarenos, de origem judaica, e do outro os “cristãos” de origem grega e síria, começa a ser notada logo após a Destruição de Jerusalém, pelo Imperador Romano Adriano.
Em 135, o imperador Adriano mandou arrasar a cidade de Jerusalém, ao cabo da revolta judaica liderada por Simão bar Kokhba. Sobre os restos que ficou de Jerusalém, edificou-se uma cidade helênica denominada Aelia Capitolina e sobre o monte onde se erguera o santuário do Eterno, isto é,  o Templo, erigiu-se um templo dedicado ao deus Júpiter Capitolino.

Observem como nessa data, 135, acontece então a separação definitiva que divide os dois grupos, cristãos dos nazarenos:

“A Congregação judaica nazarena já tinha ficado reduzida a uma pequena parcela de adeptos quando sessenta anos mais tarde, Adriano, reprimindo a última revolta dos judeus e fundando nas ruínas da Cidade Santa a nova cidade Aelia Capitolina, na qual nenhum judeu podia entrar, acabou destruindo-a completamente. Os judeus nazarenos, vagando dali por diante pela Palestina, não foram considerados cristãos pelos seus companheiros gregos e sírios. Passaram a serem chamados nazarenos, considerados, justa ou injustamente, hereges e classificados, às vezes, como tais, nas obras de escritores eclesiásticos”  (Philip Hughes “História da Igreja Católica” – Tradução de Leônidas G. de Carvalho, Dominus, São Paulo, Segunda Edição, Revista e Ampliada, página 18)

Este historiador deve se render diante das evidências, não as pode negar, mesmo se tratando de uma obra literária católica. No início ele chama Os Nazarenos de “Igreja judaica”, depois os chama de “cristãos judeus”, para finalmente reconhecer que o verdadeiro nome é: “Nazarenos”.
Reconhece também que a rejeição dos Nazarenos aconteceu nessa época, e foram os gregos e sírios que não mais os consideraram como verdadeiros seguidores do Messias, e injustamente acusados de hereges.

Provas Arqueológicas:

Uma Descoberta Arqueológica Comprova e Demonstra a Verdade Sobre o Começo da Fé Verdadeira, vamos considerar atentamente a seguinte informação: A fonte é de plena confiança.
Nesta fonte se apresenta um fato interessante: A descoberta de um selo numa Sinagoga Nazarena. Além dos oito utensílios usados na Sinagoga, merece destaque o nome que o artigo dá aos primeiros seguidores do Messias de Yisrael:

“Um selo foi descoberto após 2000 anos. Este antigo símbolo foi encontrado no Monte Sião. Acredita-se que ele foi criado por judeus crentes que chamavam-se a si mesmo de Nazarenos... Um dos oito objetos é um bloco bem gasto feito de mármore local do tamanho de um tijolo... Uma escrita em aramaico informando o uso deste artefato para ser a base onde se colocava o frasco do óleo da unção. O antigo aramaico transliterado como: ‘La Shemem Reuhon’ (para óleo do Espírito). Outro dos oito objetos é um pequeno, e quase intacto frasco que deveria certamente ser colocado no topo da base de mármore”  (Good News For Israel – ©Evangelical Press News Service, 6 de julho de 1999).

Percebemos que não são apenas os escritos dos primeiros séculos que atestam sobre a existência dos judeus Nazarenos, mas, também a arqueologia veio em auxílio para demonstrar que a linha de pesquisa a qual nos estamos seguindo está correta. Os Nazarenos eram os verdadeiros mantenedores da Herança Hebraica Messiânica.

A Perseguição contra os Nazarenos - Uma profecia cumprida:

No Estudo anterior mostramos como se deu a separação, para reforçar essa divisão vamos citar um novo Documento, agora de um autor judeu:

“Durante algum tempo, a Comunidade cristã era formada de duas seções divergentes: a dos Nazarenos ou judeus Cristãos... e a de cristãos gentios... É claro que um tal estado de coisas não podiam durar, e era, somente, uma questão de tempo, antes que uma das seções viesse a predominar e expulsar a outra. Foi exatamente isso que sucedeu. O acontecimento crítico que resolveu a questão foi a destruição do templo e do estado judaico no ano 70... A partir desse momento, os Nazarenos começaram a diminuir em número, enfraquecendo-se, pouco a pouco, a sua influência, até se tornar nula”. (Do livro: Dois Caminhos, autor: Abraham Cohem, Edições Biblos Ltda. Rio de janeiro, 1964, página 102.)

Assim um grupo prevaleceu sobre o outro, os Nazarenos perderam quase que totalmente sua influência sobre as congregações gentias, enquanto que os cristãos gentios prevaleceram e venceram. O que estava escrito na profecia?  Veja como as Escrituras apresentam estes fatos, a “besta” (falsa religião) prevalece sobre os santos:

“Foi-lhe dado também que pelejasse contra os santos e os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação” (Apocalipse 13:7) 

Estava escrito, era a profecia que não poderia falhar! Os santos foram vencidos e a “besta” do Apocalipse prevaleceu sobre eles, a falsa religião imperou dando de beber o seu vinho da mentira, do engano, das heresias, dos dogmas satânicos e do paganismo disfarsado de cristianismo, criaram um novo deus para seus seguidores adorarem, o deus trindade, um novo messias também foi criado aos moldes de sua religião cristã, o messias romano, os Ketuvim Notserim (escritos nazarenos) foram adulterados para satisfazer as heresias da nova religião de Roma, um novo Cânon bíblico foi organizado de acordo com os interesses dos bispos e padres católicos, após adulterarem os Escritos Nazarenos, o rotularam como "novo testamento" dando a entender que seriam 'novos ensinamentos', em fim, o cenário do engano estava pronto para operar e continuou operando por cerca de 2000 mil anos de trevas espirituais, até ao surgimento da Restauração profetizada nas Escrituras, onde o povo que foi enganado está tendo a oportunidade de ver os crimes cometidos pela religião popular, um verdadeiro atentado à Fé.

Conclusão:

É hora de se fazer escolhas, de se Restaurar a Fé, de se buscar as Veredas Antigas, se voltar aos verdadeiros seguidores do Messias de Yisrael, tudo bem que os nazarenos modernos não são os mesmos do passado, mas eles vieram do mesmo lugar de onde os primeiros nazarenos saíram, do judaísmo comum, não possuem ideias diferentes pois são simplesmente judeus completos, foram preservados das doutrinas de Roma, nada de dogmas mentirosos tais como trinitarismo, unicismo ou sabatismo lunar, são judeus seu maior dogma é o Shemá Yisrael, o Eterno é Um e Único e Ele NÃO DIVIDE sua Glória com NINGUÉM (ver Isaías 42:8)

Eles são os Remanescentes que tornariam a brotar e dariam frutos, são os que se converteram de entre a multidão como a areia do mar:

"Porque, ainda que o teu povo, o Yisrael, seja tão numeroso como a areia do mar, o Remanescente deste povo se converterá......" (Isaías 10:22)

Adonai os preservou fora da influência de Roma para serem Luz aos gentios de hoje, contradizendo a tudo que Roma inventou para enganar os incautos e jogar por terra a falsa doutrina e as heresias modernas:

"Sim diz Ele: Achas pouco seres meu servo, para Restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os Remanescentes de Yisrael, também te constituí Luz para os gentios, para seres a minha salvação até os confins da terra" (Isaías 49:6)

Bendito seja o Eterno, que não deixou perecer na mentira aqueles que voluntariamente buscaram a Verdade, fazendo parte da Congregação do Eterno e preparando um povo para se encontrar com o Messias, pois sua vinda está próxima.


Créditos: Ministério Israelita Nazareno /do livro: A Verdadeira Herança Messiânica

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

O CULTO AO DEUS SOL

O Culto ao deus Sol e a origem do Domingo cristão

Introdução:

Era o culto do sol conhecido e praticado na antiga Roma no primeiro século e.c., Gaton H. Halsberghe, em sua recente monografia The Cult Of Sol Invictus (parte da série sobre Religiões Orientais no Império Romano, editada pela atual autoridade no assunto, M. J. Vermaseren), apresenta persuasivos textos e argumentos indicando que o culto do sol era “um dos mais velhos componentes da religião romana oriundo dos povos dominados, mais precisamente do antigo Egito”.

Segundo suas conclusões bem fundamentadas, o culto do sol na Roma antiga experimentou duas fases. Até o final do primeiro século e.c., os romanos praticavam o que ele chama de um culto de sol “autóctone” (isto é, nativa ou indígena)”, porém, “começando no segundo século e.c.., o culto do sol oriental começou a influenciar Roma e o resto do império”. Uma amostra das evidências será suficiente para tornar-nos cientes de sua existência e importância.
Um calendário da época de Augusto (o Fasti de Philocalus, datado de antes de 27 e.c.) ao lado da data de 9 de agosto diz: “soli indigiti in colle Quirinali–ao sol, nativo na colina Quirinal”.

A opinião dos estudiosos difere na interpretação da frase “sol nativo”–Sol indiges” que aparece em alguns textos romanos antigos, visto que os romanos bem poderiam ter designado o sol como seu deus nacional, embora fosse, na verdade, uma divindade importada do Egito e de Babilônis. Entretanto, mesmo aceitando que Sol indiges não era realmente nativo para os romanos, permanece o fato de que era considerado como um deus romano.

Após a conquista do Egito (31 e.c.) Augusto enviou dois obeliscos a Roma e “dedicou-os ao sol–Soli donum dedit”10 no Circus Maximus e no Campo de Marte para agradecer ao mesmo deus pela vitória. Tertuliano relata que em seu tempo (cerca de 150-230 e.c.), “o enorme obelisco” no circo ainda estava “ instalado em público para o sol”, e que o circo “era principalmente consagrado ao sol”.

Vários altares do primeiro século e.c., foram encontrados dedicados ao “sol e à lua–Solis et lunae”. Nero (54-68 e.c.) atribuiu ao sol o mérito pela descoberta da conspiração contra ele e erigiu o famoso “Colossus Neronis no mais alto ponto da velia, representando o sol, com destaques de Nero e com sete longos raios em volta de sua cabeça”. Adriano (117-138 e.c.) que identificou-se com o sol em suas moedas, segundo Elius Spartianos (300 e.c.) “dedicado ao sol” o Colossus Neronis depois de remover os destaques de Nero, Tácito (55-120 e.c.) também relata que a terceira legião de Vespasiano (69-79 e.c.)” segundo o costure sírio, cumprimentou o sol nascente”.

Halsberghe assegura que desde o início do segundo século, o culto oriental do “Sol invictus–sol invencível penetrou em Roma em dois modos diferentes: privativamente, através do culto do Sol invictus Mitra e publicamente através do Sol invictus Alagabal. Conquanto discordemos do autor sobre a data da difusão do mitraísmo, pois há significativos indícios de que havia alcançado Roma já no primeiro século e.c., a diferenciação entre os dois cultos é persuasivamente demonstrada. O mitraísmo primordialmente era um culto privado, embora contasse entre seus adeptos magistrados e imperadores. O Sol Invictus Alagabal, por outro lado, era um culto popular com grandiosos templos, e durante o governo do jovem imperador 

Alagabalus (218-222 e.c) tornou-se o culto oficial de todo o império.
Estas formas diversificadas de culto do sol resultando da penetração dos cultos do sol orientais evidenciam a conclusão de Halsberghe de que “desde a primeira parte do segundo século e.c, o culto do Sol Invictus era dominante em Roma e em outras partes do Império. A identificação e culto do imperador como o deus-sol, encorajados pela teologia oriental do “Rei Sol,” e pelas considerações políticas, indubitavelmente contribuíram para a difusão de um culto do sol público.

Por ser Roma uma cidade cosmopolita e sede de um vasto império, afluíram a ela povos de diversas culturas, que incluíam na bagagem cultural inúmeras crenças, as quais eram recebidas e reconhecidas pelos romanos. Entre elas, teria-se associado às crenças dos latinos, sabinos e etruscos a reverência ao primeiro dia da semana.



Em outras línguas e países, ainda permanecem expressões oriundas de cultos pagãos e deuses mitológicos antigos, como aqueles oriundos dos babilônicos, com base no fato do 1º dia a semana ser dedicado ao deus Shamash, o Sol (o senhor do culto solar) segundo as crenças daquele povo, bem como dos assírios e egípcias, que reverenciavam como deus maior o sol, o deus Ráh, conforme foi também comentado por Gerald Messadié, em História Geral do Antisemitismo. Sem contar os tantos outros povos adoradores do Sol, como as civilizações anteriores a Cristóvão Colombo das Américas.

Do paganismo ao cristianismo:

O Imperador Constantino provocou uma divergência de opinião sobre a questão se deve ser o sábado ou o dia de Mitra, o dia observado como dia de descanso. A divergência não se aplica aos judeus, para quem o dia de descanso (Shabat) é incontestavelmente no sábado, nem para os muçulmanos cujo dia sagrado (jumu'ah) é em uma sexta-feira. A divergência entre a tradicional observância religiosa judaica do Shabat e ao respeito ao primeiro dia da semana aparece com o concilio de Niceia (ano 325e.c.) pelo Imperador Constantino que impõe o dia do sol invictus sobre o sábado, de modo a introduzir o povo pagão dentro dessa nova religião - o cristianismo e assim unificar todo o povo do seu império.

Em 325e.c. as orientações decididas no Primeiro Concílio de Nicéia, estabelecem universalmente o primeiro dia da semana como dia sagrado a todos os cristãos, o nome do primeiro dia da semana foi modificado de dies solis para Dies Domenica ou simplesmente Domingo. Decisão mantida pela maioria das denominações cristãs até hoje.

Sob a influência cultural paganizadora do Império Romano, o cristianismo  acabou  absorvendo vários elementos de origem pagã, dentre os quais se destaca a crença em uma tríade ou trindade de três deuses, o culto ao Sol de origem persa  (mitraísmo). Os mitraístas romanos veneravam o  Sol Invictus  cada domingo e celebravam anualmente o seu  nascimento no dia de 25 de dezembro. Tentando harmonizar alegoricamente o Sol Invictus com o “sol da justiça”  descrito em  Malaquias4:2; Jo8:12, muitos cristãos começaram a adorar a Cristo no domingo como “dia do Sol”  (Sunday  em inglês e Sonntag  em alemão), com o duplo propósito de se distanciarem do judaísmo Nazareno e rabínico sempre perseguido pelos romanos e de se tornarem mais aceitos dentro do próprio Império Romano.

Mas o que parecia inicialmente apenas um sincretismo religioso começou a assumir um caráter institucional. A 7 de março de 321 e.c., o imperador Constantino, um devoto adorador de Mitra, decretou o seguinte:

“...que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol......”. - in: Codex Justinianus, lib. 13, it. 12, par. 2.

Esse decreto foi seguido por várias medidas eclesiásticas para legalizar a observância do domingo como dia de guarda  para os cristãos. O próprio  Catecismo Romano, 2.ª ed. (Petrópolis, RJ: Vozes, 1962), pág. 376, reconhece a atuação da Igreja Católica nesse processo, ao declarar: “A Igreja de Deus, porém, achou conveniente transferir para  o domingo a solene celebração do sábado.”

Por mais atraentes e populares que sejam algumas teorias sobre a origem da observância do domingo, não podemos impor ao texto bíblico interpretações artificiais e desenvolvimentos históricos que só ocorreram após o período bíblico. Para sermos honestos com a Palavra de Deus, precisamos permitir que ela mesma nos diga qual o verdadeiro dia de guarda do cristão (ver Deuteronômio 4:2; Provérbios 30:5 e 6; Gálatas 1:8; Apocalipse 22:18 e 19).

Logo após o decreto de Constantino a igreja romana institucionalizou o dia do sol invictus como sendo o novo dia de descanso para os cristãos chamando-o de Dies Domenica(domingo), porém, como muitas Congregações primitivas não deram a mínima para esta nova doutrina, mas continuaram a celebrar seus cultos no Sábado como sempre ocorreu desde o período dos Atos dos Apóstolos, ver Atos 16:13 e Lucas23:54a56, a igreja romana irada por não ter sido atendida em sua determinação, elaborou uma ordem que seguia com uma ameaça a quem desobedecesse suas leis, no Concílio de Niceia, no cânon 29, Roma determina a sua ordem pela força:

"Os cristãos não devem judaizar  descansando no sábado, mas sim trabalhar neste dia; antes devem honrar o dia do Senhor(domingo) e descansar, se for possível, como cristãos. Se, entretanto, forem encontrados judaizando celebrando o sábado, sejam excomungados por Cristo." - Hefele, History of the Councils of the Church, vol. II, livro 6, sec. 93, pág. 318.

E assim começou uma cruel perseguição a todas as Igrejas primitivas que ainda se mantinham fiéis aos ensinamentos dos Apóstolos e a Pavara de D’us, ou estes crentes aderiam aos caprichos de Roma ou teriam suas igrejas destruídas e assim Roma começou a se impor com mão de ferro e seguindo por este caminho acabou criando uma instituição das mais tristes, violentas e  vergonhosa para a história da humanidade, mais tarde Roma cria o tribunal da santa inquisição para assassinar a todos que não concordasse com sua religião cristã.

Conclusão:

Estamos em plena era da Restauração, onde as pessoas estão se despertando para as verdades bíblicas que foram escondidas por séculos de enganação, muitos espontaneamente estão buscando o D'us Eterno de Yisrael, pois descobriram que foram enganadas e sempre estiveram a praticar uma religião sincrética e cheia de paganismo, porém, qualquer alma que deseje sair da Babilônia, antes de tudo deve tirar a Babilônia de dentro de si, ninguém deve vir para a Restauração trazendo bagagens de Roma, não dará certo.

Restauração é entrega total ao Eterno e deixar que Ele seja o guia em nossa vida, buscaremos andar nas veredas antigas esquecendo das coisas que para trás ficaram, sair da Babilônia requer um longo processo de descontaminação doutrinária, para reaprender a servir e adorar ao Eterno conforme as Escrituras.

Rosh: Marlon Troccolli

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

8ª Parashah- Vayishlach: E enviou: וישלח

8ª Parashah- Vayishlach: E enviou: וישלח

Gn 32:4(3)-36:43   Os 11:7-12:12(11)   Mt 26:36-46   Sl 140
VAYISHLACH
Gn 32:4(3) - 36:43
Gn 32
2ª aliah:32:13-29
13 E, tendo passado ali aquela noite, separou do que tinha um presente para seu irmão Esaú:
14 duzentas cabras e vinte bodes; duzentas ovelhas e vinte carneiros;
15 trinta camelas de leite com suas crias, quarenta vacas e dez touros; vinte jumentas e dez jumentinhos.
16 Entregou-os às mãos dos seus servos, cada rebanho à parte, e disse aos servos: Passai adiante de mim e deixai espaço entre rebanho e rebanho.
17 Ordenou ao primeiro, dizendo: Quando Esaú, meu irmão, te encontrar e te perguntar: De quem és, para onde vais, de quem são estes diante de ti?
18 Responderás: São de teu servo Jacó; é presente que ele envia a meu senhor Esaú; e eis que ele mesmo vem vindo atrás de nós.
19 Ordenou também ao segundo, ao terceiro e a todos os que vinham conduzindo os rebanhos: Falareis desta maneira a Esaú, quando vos encontrardes com ele.
20 Direis assim: Eis que o teu servo Jacó vem vindo atrás de nós. Porque dizia consigo mesmo: Eu o aplacarei com o presente que me antecede, depois o verei; porventura me aceitará a presença.
21 Assim, passou o presente para diante dele; ele, porém, ficou aquela noite no acampamento.
22 Levantou-se naquela mesma noite, tomou suas duas mulheres, suas duas servas e seus onze filhos e transpôs o vau de Jaboque.
23 Tomou-os e fê-los passar o ribeiro; fez passar tudo o que lhe pertencia,
24 ficando ele só; e lutava com ele um homem, até ao romper do dia.
25 Vendo este que não podia com ele, tocou-lhe na articulação da coxa; deslocou-se a junta da coxa de Jacó, na luta com o homem.
26 Disse este: Deixa-me ir, pois já rompeu o dia. Respondeu Jacó: Não te deixarei ir se me não abençoares.
27 Perguntou-lhe, pois: Como te chamas? Ele respondeu: Jacó.
28 Então, disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com D-us e com os homens e prevaleceste.
29 Tornou Jacó: Dize, rogo-te, como te chamas? Respondeu ele: Por que perguntas pelo meu nome? E o abençoou ali.